Resenha Critica do Filme A Rainha

Resenha critica do filme “A Rainha”

O objetivo deste trabalho é analisar o filme A Rainha, produzido em 2006 com direção de Stephen Frears. A análise será feita com foco em dois personagens principais, que são: a Rainha Elizabeth II (representada por Helen Mirren) e o primeiro-ministro Tony Blair (representado por Michael Sheen).

O filme é centrado no ano de 1997. Neste ano, ocorrem as eleições para primeiro-ministro do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte na qual vence o modernista Tony Blair do partido trabalhista. No seu manifesto, Blair promete modernizar a monarquia e sacudir a constituição. O seu trabalho como primeiro-ministro é representar a vontade do povo, já que foi escolhido por eles, perante a realeza. Já a Rainha, tem como dever aconselhá-lo no seu dever. Porém, o momento em que se passa o filme nos mostra que pode ocorrer o contrario.

No dia 30 de agosto de 1997, a ex-Princesa Diana se envolve em um acidente de carro no qual acaba falecendo. Quando essa noticia chega até a família real, a Rainha a trata como um assunto particular e não do Estado, já que Diana não pertencia mais a realeza. Dessa maneira, a família real se reclusa em luto em Balmoral, sem se pronunciar sobre o acontecido.

No entanto, a morte de Diana comove todo o povo britânico, pois as suas ações humanitárias e de caridade a marcaram como sendo a Princesa do povo. Assim, a maneira da família real tratar a morte de Diana como um assunto particular é vista de forma ruim pelo povo britânico, como se a Rainha não quisesse participar de maneira ativa no seu funeral.

O primeiro-ministro percebe que as ações da Rainha perante o acontecimento estão começando a prejudicar a monarquia, pois que ela não demonstrou o mesmo sentimento que o povo britânico naquele momento. Porém, a Rainha não consegue entender a reação emocional do povo britânico, pois ela viu Diana de uma maneira diferente a do povo, sendo a mulher que se divorciou de seu filho e passou a criticar o sistema monárquico. E também porque ela foi ensinada de que os seus sentimentos devem ser mantidos em privado para que não viessem a prejudicar o ser dever como Rainha. Porém o filme nos mostra que ocorre o contrario.

Após o primeiro-ministro lhe dizer que pesquisas feitas com a população comprovaram que 1 em cada 4 pessoas estariam a favor da abolição da monarquia, a Rainha então percebe que os valores do povo britânico mudou e que as suas ações não coincidem com a vontade popular. Dessa forma, ela segue os conselhos do primeiro-ministro em voltar para Londres, prestar condolências fisicamente, içar a bandeira a meio mastro no Palácio de Buckingham e fazer uma declaração publicamente para o seu povo. Ao aceitar os termos o protocolo britânico, que é tão prezado pela realeza, é colocado de lado por causa da morte de Diana. Desse modo, a Rainha percebe que o povo britânico mudou e que a monarquia precisa modernizar-se, se quiser permanecer no poder.

Este filme nos mostra como a vontade soberana do povo é grande e importante, na qual até mesmo a monarquia deve se submeter a ela caso queiram permanecer no poder. Ao aceitar os conselhos do primeiro-ministro, a Rainha demonstra o quão sensível é o seu poder em relação ao poder do povo.

Mesmo que o Reino Unido não tenha uma constituição escrita, ela tem regras flexíveis que podem ser mudadas de uma maneira simples pelo parlamento, mas que irá organizar e atribuir poderes tanto a monarquia quanto ao parlamento fazendo com que cada um saiba qual é a sua função na sociedade.  Essas normas, sendo escritas ou não, são uma soma dos fatores reais do poder que regem uma nação e vão mostrar o que realmente acontece em uma sociedade e qual a sua vontade. O momento em que o filme se situa nos mostra que a consciência coletiva do povo britânico naquele instante estava voltada em querer uma família real que demonstre ter os mesmos sentimentos que toda a nação e que eles ainda partilham da mesma vontade.