Resenha do Filme Mar Adentro
Por: Danielle Coelho • 5/6/2020 • Resenha • 991 Palavras (4 Páginas) • 393 Visualizações
UNICARIOCA
Curso de Direito
Direitos Humanos
Professor Álvaro Maciel
Aluna Danielle Carla Silva Coelho
3o período Matr.: 2019100357
Resenha do filme “Mar adentro”
O filme é inspirado na história real do marinheiro Ramon Sanpedro, que após um traumatismo cranio-encefálico durante um banho de mar aos 26 anos de idade, ficou tetraplégico e não morre graças ao salvamento por um amigo. Sua condição após o acidente o deixa preso a uma cama por 28 anos, embora lúcido e muito inteligente.
A trama se desenvolve com a busca incessante de Ramon pelo suicídio assistido, junto à justiça espanhola. Nesta busca o protagonista encontra uma ONG, cuja advogada Rosa possui uma doença degenerativa, o apóia e o compreende no sentimento de indignidade no pleito do fim da vida do tetraplégico que padecia de um sofrimento atroz, como era seu desejo. Ela era a favor das pessoas terem suas decisões acatadas pelo Estado, que deve ser laico.
Porém, advogada e cliente se apaixonam e Ramon Sampedro, em uma cena de sonho, voa em direção ao mar que lhe deu tantas alegrias em vida e que naquele momento arrancaram-nas. Sobrevoando ele encontra a advogada caminhando na orla e decide ir atrás do seu sonho de morrer pelas vias legais.
Como ele possuía consciência que deveria realizar diversas tarefas antes do seu suicídio assistido, e organizou seus textos que compilados dariam a publicação de um livro. Recebeu ajuda de um familiar para esta tarefa, mesmo em conflito com sua própria família, a Igreja e a justiça.
O filme desnuda a realidade dramática da rotina dos tetraplégicos sem romantizá-la, das dificuldades e da dependência de terceiros para cuidados domiciliares. O longa-metragem traz a ideia do suicídio assistido relacionada à liberdade de quem o deseja. Nele é mostrado que primeiro o deficiente é cuidado pela mãe, depois pela cunhada até decidir lutar pelo direito de morrer por não suportar mais viver naquelas condições.
Além de mostrar o lado da pessoa com deficiência, o filme também mostra o lado do patrono, quando a advogada entra com o pleito judicial em seu país para que Ramon e outras pessoas tenham o direito de dispor sobre a própria vida nestas condições. Este processo dura cinco anos. A advogada também tem uma doença debilitante e acredita que esta seja uma saída para pessoas com esta realidade.
Embora todo o trabalho cauteloso da advogada tenha sido feito, após cinco anos de processo, o pedido fora negado pela justiça espanhola pelo pleito ser considerado homicídio após julgado.
Ramon fica decepcionado com a decisão da justiça, mas mantém seu desejo. Como a manutenção da sua vida depende de cuidadores para receber medicações, uma operação é criada cuidadosamente para que seus amigos / cuidadores não sejam acusados de assassinato e que a vontade do deficiente prevaleça de morrer naquele momento.
Desta forma o protagonista se suicida diante de uma câmera que registra seus momentos finais vivo, mesmo sem autorização judicial, com a intenção de deixar claro que ele tomou cianeto de potássio (substância que o levaria à morte), consciente do que estava fazendo, embora tivesse recebido ajuda de diversas pessoas, com atitudes fragmentadas por etapas.
Neste vídeo do final de sua vida, Ramon questiona o que é dignidade, já que da maneira em que ele se encontrava não se sentia digno. Se não encontrava dignidade em sua vida após o acidente, nem se recordava de ter tido nenhum momento de felicidade, seu desejo era de, ao menos, ter uma morte digna. Ele considerava ainda que viver é um direito, e não uma obrigação, como foi com o caso dele.
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