Mar Adentro - Resenha Crítica do filme
Por: Vitória Argolo • 10/8/2016 • Resenha • 517 Palavras (3 Páginas) • 2.248 Visualizações
Resenha Crítica do filme
Mar Adentro
É quase que impossível viver sem ter pelo menos passado por algum momento no qual coisas trágicas aconteceram para com você os as pessoas ao nosso redor, porém o que aconteceu com Ramón Sampedro foi mais grave do que normalmente se imaginaria vindo de alguém está enfrentando a tetraplegia como ele. Por ser um homem sonhador e aventureiro com um declarado amor pelo mar, Ramón virou um mecânico de barcos que os 20 anos já havia dado a volta ao mundo. Entretanto foi este mesmo mar que quase lhe tirou a vida aos 26 anos ao bater a cabeça na areia, deslocando o pescoço, com apenas um simples mergulho em águas rasas. Mas o que na sua concepção foi um azar, o mergulho não lhe tirou a vida, o deixou tetraplégico e instalado para sempre numa cama entre as quatro paredes do seu quarto, tendo como única fuga seus olhares na janela que demonstravam seus desejos, sonhos e impossibilidades, como a de liberdade e movimento que para ele significavam o sentido da vida, e perdendo-a o que sobrava eram "migalhas" e não mais uma vida. O filme faz o espectador se colocar no lugar do personagem e de certa forma ver o mundo do jeito em que ele vê, utilizando como única possibilidade de deslocamento, os voos oníricos aos quais ele nos leva.
Após ter vivido praticamente três décadas sobre a dependência de sua família, e com a vergonha de ser dependente se tornando um peso insuportável juntamente com a própria não aceitação do seu "novo" modo de vida, Ramón decide recorrer à eutanásia e vai a luta com a justiça para ganhar o direito legal de encerrar a sua vida e finalmente "morrer com dignidade". O que obviamente gerou muita polêmica tanto entre seus entes queridos como com a igreja, que no filme aparece na figura de um padre, também tetraplégico, que resolve o visitar para falar sobre a importância de se manter a vida e tentar dissuadi-lo dessa ideia, dizendo que a vida não é nossa para que possamos dispô-la como bem entendermos.
Porém o antagonismo da vida e morte para ele aparece na figura de duas mulheres, a advogada Julia que por causa da sua doença degenerativa resolve cuidar do caso de Ramón e Rosa, uma mulher que se emocionou ao ver uma reportagem sobre o desejo da morte de Ramón e assim virou sua amiga ao tentar o incentivar a não terminar a sua vida dessa forma e ficar na terra ao redor das pessoas que o amavam. Porém Ramón explicou para ela que o mais importante e verdadeiro amor, é aquele daquela que o irá ajudar a chegar ao final da vida, e não o daquela que irá ficar com ele. E ao final do filme esse posto foi composto por Rosa, que o ajudou a morrer não da forma digna como queria, mas de um jeito ou de outro, realizando o seu último desejo. Ele também deixou um “testamento” concluindo seu pensamento e o aliando a sinalizações sobre as questões que ainda permeiam a vida e a morte.
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