SEARLE, J. R. Filosofia em um novo século
Por: janetemolina • 3/9/2015 • Resenha • 1.016 Palavras (5 Páginas) • 596 Visualizações
SEARLE, J. R. Filosofia em um novo século. Filosofia Unisinos, v. 10, n. 2 p. 203-220, mai./ago. 2009. Disponível em:
John Rogers Searle, filósofo e escritor norte-americano, professor da Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos. Obteve um diploma de graduação e um doutorado em filosofia e ética na Universidade de Oxford.
A proposta de Searle com o artigo é a de oferecer bases para a discussão que tem como objetivo a análise conceitual de conhecimento, que segundo ele, à medida que cresce transforma a filosofia, criando um novo tipo de olhar filosófico, desligado de antigos paradoxos.
Searle diz que há um grande número de tópicos que tratam do futuro da filosofia, mas aborda apenas alguns deles como: Filosofia e conhecimento, O problema tradicional mente-corpo, Filosofia da mente e a ciência cognitiva, A filosofia da linguagem, A filosofia da sociedade, Ética e razão prática, A filosofia da ciência.
Em filosofia e conhecimento, Searle diz que conhecemos mais do que nossos avós e nossos filhos conhecerão mais do que conhecemos, gerando assim uma acumulação de conhecimento que é certo, objetivo e universal, ocasionando consequentemente uma transformação filosófica. Para ele a epistemologia cética está ultrapassada e vivemos na era do pós-ceticismo, devido ao avanço do conhecimento.
Com o problema tradicional mente-corpo discute questões acerca do que é mental, o físico, a consciência a memória. Para ele a confusão sobre objetividade e subjetividade é apenas o início do problema mente-corpo tradicional, e que a forma mais simples de solucioná-lo seria descobrir qual exatamente é a relação da consciência com o cérebro, o método que utilizou para escapar do problema mente/corpo ao tratar da consciência se chama naturalismo biológico. Argumenta que a consciência é subjetiva e, portanto, não pode ser objeto de estudo científico. A subjetividade da consciência para Searle não é epistemológica, mas sim ontológica e isto significa que ela possui um modo subjetivo de existência. Assim, a objetividade epistemológica que a ciência exige não exclui a subjetividade ontológica da consciência. John Searle nega a ideia de que a mente é uma forma separada de substância do corpo, rejeita o dualismo de propriedades e qualquer tipo de dualismo, a alternativa tradicional para o monismo, alegando que a distinção é um erro.
Em a filosofia da mente e a ciência cognitiva, Searle sustenta a ideia de que nunca poderíamos reproduzir nossa vida mental usando computadores, porque a estas máquinas falta-lhe a intencionalidade. Afirma que a filosofia da mente tornou-se centro da filosofia e que as demais áreas como a epistemologia, metafísica, filosofia da ação e até mesmo a filosofia da linguagem tornam-se suas dependentes.
Ao abordar o tema a filosofia da linguagem, trabalhou com a questão: como exatamente a linguagem se relaciona com a realidade? E que a linguagem é uma extensão de capacidades biológicas fundamentais da mente humana. Neste tópico o autor diz que a filosofia da mente sai de foco dando maior ênfase na filosofia da linguagem.
Em a filosofia da sociedade, o autor diz que no início do século XX a filosofia da linguagem como a conhecemos hoje foi resultado de um trabalho que tinha como foco a lógica matemática e seus aspectos básicos, e que uma evolução similar teria ocorrido com a filosofia da mente. Fala ainda da necessidade que iríamos sentir no século XXI de uma filosofia voltada para a sociedade, que englobaria ramificações da filosofia política e social. Destaca que a sociedade necessita de categorias por meio das quais possam ser postas e respondidas questões acerca das falhas das ideologias do socialismo e do comunismo, que ele julga ter sido o principal evento político do século XX.
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