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Seminário - Marx - Materialismo Histórico e Dialético

Por:   •  14/6/2016  •  Seminário  •  1.354 Palavras (6 Páginas)  •  544 Visualizações

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Parte inicial da apresentação:

(Apresentação do Reinaldo Carcanholo)

  • Diferentes posturas sobre Marx (Ao longo do tempo existiram e existem diferentes atitudes. Há aqueles que nunca leram e o odeiam. Há aqueles que nunca leram e o amam. E há aqueles que querem lê-lo, estudá-lo.)

  • Por que estudar Marx nos dias atuais? (Antes de se adentrar nos meandros da sua teoria é importante sabermos o porquê da necessidade de se estudar Marx nos dias atuais. Como veremos a teoria do autor é caracterizada pelo movimento, pela processualidade. Por isso, o ponto central que Marx objetiva é responder à pergunta: ‘O capitalismo vai sobreviver ainda por quanto tempo? O que esse modelo reserva para o futuro da humanidade?’)

  • Respostas metafísicas (Grande parte das respostas a tais perguntas são eminentemente metafísicas. Os neoliberais, por exemplo, acreditam que o ser humano é naturalmente egoísta e, por isso, o capitalismo é o sistema que materializa perfeitamente essa característica; Os progressistas acreditam que o capitalismo é possível de ser mantido desde que o Estado adote políticas adequadas; Por fim, há os pós-modernos, de perfil niilista, que perderam as esperanças e não acreditam em nenhuma possibilidade de transformação)
  • A teoria de Marx busca retirar tais fundamentos metafísicos e trazer instrumentos para uma ação transformadora.

(Introdução do Florestan – Pontos que servem para estudar o Método)

2ª parte da minha fala.

  • O livro surgiu da necessidade de Marx dar bases sólidas e científicas ao Manifesto do Partido Comunista

  • Do ponto de vista metodológico a obra apresenta uma ruptura profunda com a orientação científica dos economistas da Escola Clássica (ex: Comte - buscava leis gerais do funcionamento da sociedade e do desenvolvimento da humanidade) (Marx atacou o chamado homo economicus e a noção individualista da Escola Clássica. Enquanto para os clássicos, principalmente Adam Smith, o estudo da sociedade se iniciava pelo homem individualmente considerado, Marx defende que como os indivíduos produzem em sociedade, o ponto de partida tem que ser a sua produção socialmente determinada.)
  • Criticava a perspectiva de leis naturais dada às leis econômicas (Para Marx, as leis econômicas eram transitórias e não eternas, de modo que somente se pode estudar uma sociedade em um grau determinado de desenvolvimento social. Para o Autor, o problema não era a natureza, como nas ciências físicas, mas o próprio homem que, por si só, era capaz de alterar a natureza, bem como orienta suas ações conforme uma reação ao próprio comportamento de outros homens (...) As leis que as ciências históricas (não naturais) podem chegar são leis históricas. Cada período da história se rege por suas próprias leis. São produtos históricos e transitórios. Inclusive as leis econômicas só se manifestam enquanto duram as relações que elas exprimem. Como tais leis são mutáveis, havia uma dissonância então entre o método clássico e a realidade, eis que tais métodos ignoravam fatores humanos.)
  • As leis naturais se baseiam na generalidade, em generalizar ao máximo os fenômenos. Por outro lado, as leis históricas baseiam-se na singularidade. Em reconhecer a cada período a sua peculiaridade. Numa, sacrifica-se a diferença essencial à unidade. Noutra, faz-se o oposto.
  • Marx percebeu que não se poderia estudar a realidade ignorando-se a peculiaridade e as dimensões temporal e espacial de cada fenômeno. Por isso, reputou como incompleta a dinâmica determinista das “leis gerais”. Por outro lado, sendo a realidade atual uma construção histórica, também não se poderia ignorar os elementos comuns entre a sociedade atual e as sociedades anteriores, de modo que também haveria que se estudar tais “leis gerais”.
  • É neste ponto, surge o chamado materialismo histórico, ao compreender que não bastava demonstrar que a produção era determinada socialmente, mas considerá-la em sua dimensão temporal e espacial, isto é, compreender o fenômeno estudando seus aspectos gerais, mas levando em consideração seus aspectos históricos, transitórios.
  • EXEMPLO: A passagem da economia feudal para a capitalista e a substituição das leis feudais pelas leis que regem a vida social puderam ser cientificamente explicadas.
  • Como Marx chegou a tal método? Isso só foi poissível graças à sua concepção de dialética. A possibilidade de um conhecimento completo e sintético da realidade (o conceito como reprodução do concreto – Hegel) e a existência de um movimento dialético imanente às próprias coisas.
  • “Os fenômenos sociais são apreciados como produtos e como motivos da atividade humana, ao mesmo tempo.” – Por isso: a atividade humana está sujeita a determinadas condições que lhe dão sentido, criadas pelo próprio viver em sociedade. E os fenômenos sociais, por serem humanos, escapam ao mecanismo rígido das leis naturais.
  • Consequências da adoção do método marxista:
  1. Avaliar as condições em que a generalização é legítima – as leis sociais e econômicas somente são válidas para determinadas formas sociais e durante um determinado período de seu desenvolvimento.
  2. A noção de determinismo – existe regularidade nos fenômenos, mas a vontade humana intervém nos acontecimentos históricos.
  3. A noção de interdependência dos fatos sociais – os fatos sociais articulam-se entre si por conexões íntimas
  4. Existência de fatores dominantes – um fator desempenha a função dominante, como é o caso da produção nas modernas sociedades capitalistas.
  • Tais considerações não esgotam o método de Marx. Ele apresenta ainda uma “forma de trabalho” (Método analítico x Método sintético): (Pode-se estudar os fenômenos econômicos de duas maneiras – por um método analítico ou um método sintético.
  • Método analítico: Fragmenta-se a realidade, atomizando-a, passando a conceitos cada vez mais simples.
  • Método sintético: Quando se tem esses elementos mais simples, é possível uma “viagem de retorno”. Substitui-se uma visão caótica da realidade constituída de abstrações por um sistema de conceitos logicamente sistematizados. O concreto deve aparecer no pensamento como resultado, não como ponto de partida. O conhecimento obtido desse modo é uma redução da realidade.
  • EXEMPLO DO MÉTODO: Quando se estuda um país sob determinado ponto de vista da Economia política, começa-se por sua população, que é a base e o sujeito de todo o ato social da produção. Parece mais correto começar pelo que há de real e concreto. Tal método é falso! Ao analisar a população, se deixo de lado as classes que a compõem e os elementos sobre os quais tais classes repousam (ex: trabalho assalariado), a análise é incompleta. Por isso, é necessário atomizar até conceitos mais simples. Esse é o método analítico da economia política. Porém, chegando aos conceitos mais simples, é necessário percorrer o caminho de volta ao todo, verificando como as relações e conflitos entre tais elementos mais simples levou-nos ao Todo, ao concreto, à síntese. O todo, a população, no exemplo, aparece como o processo da síntese, como resultado, não como ponto de partida. Então, primeiro, atomiza-se a representação plena em conceitos mais simples e abstratos. Depois, por meio do pensamento, verifica-se como os conceitos mais simples e abstratos levaram ao concreto.
  • Marx fundiu dois métodos aparentemente antagônicos em um só método científico – o materialismo histórico.
  • O que é comum interessa apenas à medida que se refere a situações típicas e permite entender a passagem de uma forma social a outra numa sociedade determinada e não como fonte de um conhecimento geral e universalmente válido.
  • “(…) na produção social da própria existência, os homens entram em relações determinadas, necessárias, independentes de sua vontade; essas relações de produção correspondem a um grau determinado de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. A totalidade dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem formas sociais determinadas de consciência. O modo de produção da vida material, condiciona o processo de vida social, política e intelectual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; ao contrário, é o seu ser social que determina sua consciência.” (p. 47)
  • Resumo de Engels: “a cadeia de pensamento deve ter início com o que a história começa e o seu curso subsequente não deve ser outra coisa senão a imagem exata do curso histórico em uma forma teórica e abstrata, mas corrigida de acordo com as leis dadas pelo curso real da própria histórica, em que cada fator deve ser considerado na completa maturidade de seu desenvolvimento em sua forma clássica.” (Engels: Introdução à filosofia e ao materialismo dialético)

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