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THOMAS J. WATSON, IBM E A ALEMANHA NAZISTA

Por:   •  3/8/2019  •  Resenha  •  1.516 Palavras (7 Páginas)  •  455 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Pós Graduação em Políticas e Gestão em Segurança Pública

Resenha - Thomas J. Watson, IBM e a Alemanha Nazista

Alexandre Ribeiro da Silva

Trabalho de Direitos Humanos na Segurança Pública

                                                                     Tutor: Prof. Roberto Cavalcanti

Rio de Janeiro

2019

THOMAS J. WATSON, IBM E A ALEMANHA NAZISTA 

 

 

No fim do século XIX, o estatístico germano-americano Herman Hollerith projetou uma máquina automatizada capaz de processar dados censitários com mais rapidez, fato este comprovado em comparação ao censo dos Estados Unidos realizado em 1880, quando esta feita manualmente, demorou-se mais de 1 década para a realização do resultado final, ficando os dados desatualizados.  As tabulações de Hollerith foram finalizadas dois anos antes do previsto, gerando uma economia de US$ 5 milhões aos cofres do governo americano.  

Em 1896, Hollerith incorporou seus negócios à Tabulating Machine Company (TMC), firmando posteriormente contratos com o governo americano novamente, com o governo russo e de diversos países europeus. Hollerith buscando a expansão dos negócios, fez acordos comerciais e cada empresa que usava a tecnologia, pagava royalties e aluguéis como as recéns criadas Dehomag e a BTM.

Em 1911, a TMC foi vendida para Charles Flint, que a fundiu com outras duas companhias, formando a Computing Tabulating Recording Company (CTR) e Hollerith nomeado consultor. Três anos depois, Thomas J. Watson assumiu o cargo de diretor-geral, tornando-se presidente da empresa dois anos após, estabelecendo normas de trabalho absolutamente inovadoras para a época, renovando também a forma de negócio da corporação, introduzindo generosos incentivos de vendas com enfoque em serviço ao cliente. Os produtos ganhavam maior qualidade, surgiram novas máquinas e com elas novos escritórios de vendas e mais vendedores. Mesmo sendo uma empresa de porte moderado, em fevereiro de 1924 a CTR teve seu nome alterado para International Business Machines Corporation, pois Watson decidiu que o antigo nome do empreendimento não era compatível com o tamanho das ambições.  

Em 1917, quando os EUA entraram na Primeira Guerra Mundial, os suprimentos para Dehomag foram cortados e as dívidas com a CTR aumentaram exponencialmente. Com a impossibilidade de cumprir suas obrigações, Watson negociou a troca das dívidas por 90% das ações da subsidiária. Heidinger continuou na administração da empresa, e foi autorizado a pôr Watson a investir no desenvolvimento de novos produtos. A Dehomag cresceu até ser responsável por mais da metade das vendas da IBM fora dos EUA.  

Com a chegada de Hitler ao poder em 1933, diversos censos, que questionavam a  

religião e a língua nativa dos cidadãos prussianos, foram realizados e tinham de ser  

completados em apenas quatro meses. Para isso, o governo concedeu a Dehomag  um contrato no valor de RM 1,35 milhão, a fim de que esta missão fosse cumprida  conforme exigido. Para celebrar tal contrato com o novo governo e presenciar o sistema em funcionamento, Watson viajou à Alemanha ainda em 1933, investindo  RM 7 milhões para expandir as operações e aprovando também a construção de   uma nova fábrica próximo à Berlim para produção de máquinas.

Antes de ser eleito, Hitler já havia expressado seu nacionalismo extremo e a versão à vários grupos étnicos, políticos  e religiosos. Judeus foram intimidados,  perseguidos, violentados, expulsos dos cargos públicos e tiveram seu direito de cidadania suprimido através das Leis de Nuremberg, que proibia também relações  sexuais entre “arianos” e “não-arianos”. Empresas estrangeiras foram coagidas a destituir judeus da administração de suas afiliadas alemãs. Houve um rearmamento em larga escala, reintrodução do alistamento obrigatório, reestruturação das forças armadas, renegação das cláusulas do Tratado de Versalhes.

Em 1936, Hitler enviou suas tropas a Rhineland, declarada zona desmilitarizada no Tratado de Versalhes. Com o aumento nas despesas do governo, as vendas da Dehomag cresciam proporcionalmente.  

Devido ao sucesso da Dehomag e outras afiliadas, o presidente da IBM, Watson, se  

tornou o executivo mais famoso dos EUA. Além de sucesso no mundo dos negócios,  Watson desejava aconselhar presidentes e influenciar grandes eventos mundiais.  Tornou-se assim o presidente da CCI (Câmara do Comercio Internacional), que pregava também a “paz mundial através do comercio mundial”. Em junho de 1937,   o  encontro bienal da CCI  foi sediado em Berlim, decisão essa não aprovada por diversos empreendedores bem-sucedidos. Alguns desses empreendedores não compareceram ao evento como Edward Filere, afirmando que a situação na Alemanha era um crime contra a civilização.  

Ainda assim, Watson e muitos líderes de negócio de todo mundo, incluindo 95 executivos estadunidenses, participaram do encontro, onde assistiram a discursos de notáveis políticos alemães. Neste evento, Watson recebeu a recém-criada medalha de honra Grã-Cruz da Ordem da Águia Alemã, que reconhecia os serviços  estrangeiros “amigáveis” ao povo alemão, agradecendo publicamente a Hitler pelo prêmio.  

No terceiro dia do congresso, Watson reuniu-se com Hitler e conversaram sobre negócios e questões mundiais. Ao fim da reunião, Watson saiu com boas impressões, acreditando ter persuadido Hitler a focar na prosperidade econômica.  

Em 1939, infelizmente a Segunda Guerra Mundial foi deflagrada, deixando um rastro  50 milhões de mortos e 35 milhões de feridos. Nesse período, houve milhares de crimes contra a humanidade.

Em 1945, após o fim da grande guerra e início da guerra Fria, foi criada a ONU (Organizações das Nações Unidas) para estabelecer um foro definitivo para a discussão de interesses comuns, através de uma organização capaz de promover, exigir e garantir a coexistência pacifica de seus membros através de uma paz duradoura, cujo principal objetivo era de mediar conflitos entre países, evitando assim novas guerras. Após três anos, foi instituído a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), que enfatizava que, entre outras coisas, o ser humano não é algo descartável, a necessidade de universalização e proteção dos direitos humanos e a ideia de que o ser humano, por sua natureza, é titular de direitos que devem ser observados independentemente dos regimes político-sociais aos quais este já está inserido.

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