A ECONOMIA DESCOMPLICADA
Tese: A ECONOMIA DESCOMPLICADA. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: leonardobarboza • 1/10/2013 • Tese • 2.041 Palavras (9 Páginas) • 420 Visualizações
A ECONOMIA DESCOMPLICADA
Por Josemar Dórea
A décima Conversa Afinada veio como um desafio. Um pedido para melhor entendimento sobre economia. Muita gente tem dificuldade de entender o que a mídia vincula sobre Política Cambial, Inflação, PIB, Superávit Primário e outros assuntos correlatos sobre a economia e seu chamado economês. Desafio, porque é uma tarefa nada fácil tentar explicar em poucas palavras e tempo, tudo que envolve as complexidades econômicas. Serei breve, objetivo e um tanto superficial para explicar de uma forma fácil o que os economistas dizem.
Primeiro vamos ao conceito. A primeira ideia que surge em nossa mente quando perguntado o que é economia é uma contenção de despesas como resposta imediata. Também é inserida neste conceito a ideia de poupar (guardar o dinheiro), investir. Como Ciência Social, é mais abrangente: é definida como o estudo da utilização dos recursos escassos com as necessidades ilimitadas do ser humano. Como distribuir esses recursos de forma equânime? Portanto o objeto de estudo da Ciência Econômica é a escassez de recursos. E aí está o grande paradoxo e a complexidade dos estudos econômicos.
A Economia é dividia em Macroeconomia que estuda a sociedade com um todo, como por exemplo, o processo inflacionário e a Microeconomia que estuda um determinado mercado como, por exemplo, a formação de preço no Monopólio.
Farei um brevíssimo histórico, com os aspectos mais relevantes do surgimento da Ciência Econômica para um melhor entendimento de alguns conceitos.
A Economia como Ciência surgiu somente em 1776 com a Publicação do livro, A Riqueza das Nações de Adam Smith, considerado o pai da Economia. Foi a partir daí, que a economia deixou de ser parte da Filosofia e da Política e passou a ter uma característica própria como uma Ciência Social. Contudo, o estudo do pensamento econômico veio desde os primórdios da humanidade, com a fixação do homem na terra, o chamado sedentarismo. Com escambo e o surgimento da moeda, intensificou o interesse em saber como era produzida a riqueza de uma sociedade.
O nome Economia surgiu com o Filósofo pré-socrático Xenofonte (440-335 a.C) e em grego significa administração da casa, do lar (Oikos, casa e nomos, lei). Neste período, um dos primeiros e mais importante estudo desse pensamento foi desenvolvido por Aristóteles (384-322 a.C) que dividiu a Economia em Comercial e Doméstica. E disse mais: a Comercial iria sobrepor a Doméstica (reparem aí um fio do capitalismo e do socialismo).
Com Adam Smith, veio o período clássico e em sua obra, ele pregava a livre iniciativa, o afastamento do Estado na economia. Dizia que o mercado se autorregulava e que quando houvesse um desequilíbrio uma ”mão invisível” iria promover a volta do equilíbrio econômico. Era o princípio do liberalismo.
Os clássicos analisavam a Economia com ênfase na oferta, os donos dos meios de produção poderiam ofertar bens e serviços quaisquer que iriam ter uma demanda ou procura desses bens e serviços que correspondesse ao que estava sendo ofertado. Será que esse pensamento funciona mesmo? Vejamos: um empresário resolve ofertar para mercado da cidade de Salvador casacos de lã. É óbvio que ele não vai ter uma demanda suficiente devido aos aspectos climáticos da cidade. Foi o grande equívoco de Smith que teve o estopim a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929 a chamada grande depressão. Outro equívoco foi pensar que o mercado se autorregulava, ora quem iria resolver falhas de mercado, a distribuição de renda e as regulamentações para um perfeito funcionamento desse mercado? O Estado é o grande regulador e, portanto, a mão invisível que Adam Smith mencionou. Que paradoxo, não?
A publicação em 1936 da obra do economista inglês John Maynard Keynes intitulada de A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda foi de extrema importância para sanar a crise de 1929. Keynes é considerado o pai da Economia Moderna e a sua teoria tem relevância até hoje, claro com algumas modificações e acréscimos. A Teoria Keynesiana analisou a economia com base na demanda e incentivou uma maior participação do Estado na forma de regulamentador através de Política Econômica para uma efetiva distribuição de renda e promoção do bem estar.
Não posso deixar de mencionar o legado do economista alemão Karl Max, que contribuiu de forma ímpar para o desenvolvimento econômico. Para a Economia a publicação mais importante foi O Capital. A obra de Marx é longa, complexa e tem diversas abordagens.
Destaco para a nossa Conversa o conceito da mais-valia. Primeiro Marx distinguiu trabalho de força de trabalho. Esta é a aptidão para trabalhar que o trabalhador vende ao capitalista mediante contrato de trabalho. A força de trabalho é medida pelo tempo gasto necessário para a sobrevivência do trabalhador. A mais valia é o valor excedente que o trabalhador faz através da sua força de trabalho para o capitalista (o dono dos meios de produção). Exemplo: suponha que o trabalhador tenha um contrato de oito horas para a sua jornada de trabalho, mas com quatro horas de trabalho ele produz o trabalho necessário para o seu sustento. Ora as outras quatro horas restantes é o trabalho excedente não pago pelo capitalista. Com isso o capitalista fica cada vez mais rico perfazendo uma relação desigual entre trabalhador x capitalista. Marx defendia a socialização dos meios de produção para aniquilar essa relação desigual, mas aí, é outra história... Para uma conversa futura.
Vamos analisar agora alguns conceitos econômicos mais difundidos pela mídia.
PIB – o Produto Interno Bruto é um dos principais indicadores econômicos. É caracterizado pelo valor de toda a produção de bens e serviço de um país em um determinado período de tempo, geralmente, um ano. Ou seja, é toda a riqueza interna produzida. Interna porque o PIB não mensura em seus cálculos o dinheiro enviado ou recebido do exterior, principalmente, em forma de lucro. Uma empresa multinacional com sede nos Estados Unidos que tem fábrica no Brasil, por exemplo, envia parte do seu lucro para o país sede. Essa transferência de dividendos não é subtraída no cálculo do PIB.
PNB – o Produto Nacional Bruto em síntese é o PIB com os devidos cálculos da renda enviada ou recebida do exterior. Ora, nos países subdesenvolvidos, como o Brasil, o PIB tende a ser maior que o PNB (a renda enviada ao exterior é maior que a recebida) e nos países desenvolvidos, como por exemplo, os Estados Unidos verifica
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