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A Globalização

Por:   •  7/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.072 Palavras (9 Páginas)  •  140 Visualizações

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Globalização sua influência na história, economia e política, através de seus processos de transformação estrutural e conseqüências sociais

ARAÚJO, Layon Bernardes de

FERNANDES, Rafael Moreira

FLAUSINO, Lorene Maria Oliveira

NASCIMENTO, Luis Fernando Lima do

RESUMO

O artigo engloba um contexto histórico da globalização até os dias atuais, seus desafios, vantagens e desvantagens, e transformações sócio-econômicas. Dialoga-se com autores da área, dentre eles Prado que cita três esferas para a Globalização: comercial, produtiva e financeira. Sendo a Globalização tratada como solução comercial e interligação do mercado mundial, uma ideia de maior liberdade, concorrência acirrada, objetivando produções com menor custo, e possibilidade de investimento e financiamento sem fronteira.

PALAVRAS-CHAVE: Globalização; economia; história.

INTRODUÇÃO

Dividindo opiniões, a globalização traz autores que defendem sua origem nos tempos modernos, e autores que abordam traços do tema até mesmo antes das primeiras descobertas européias sobre o “novo mundo”.

Para Gonçalves na transição do século XX e XXI, a globalização foi objetivada pela busca em redução de custos em transportes e comunicação entre países, conforme afirmação presente em sua obra O nó econômico. Ela desencadeia processos de integração internacional no contexto econômico, político, cultural e social. Sendo através de relações comerciais complexas e interligadas mundialmente, e tratado como solução comercial, ou como fator preponderante para determinadas cadeias problemáticas.

O professor Luiz Carlos Delorme Prado em sua obra Globalização: notas sobre um conceito controverso, cita que em meados da década de 80 foi quando o termo globalização passou a ser empregado, e utilizado em dois sentidos: positivo, integrando a economia mundial e, normativo criando estratégia de desenvolvimento com base na integração com a economia global. Globalização, para Prado, trata-se de um fenômeno sócio-econômico, devido a uma integração entre, mercado mundial integrado e mercado doméstico.

1 DESMENBRANDO A GLOBALIZAÇÃO

Prado descreve o fenômeno da globalização em quatro linhas bases:

- A globalização no olhar histórico: com inicio após a queda do muro de Berlin e o fim da União Soviética.

- A globalização como otimização do tempo e do espaço: a organização do espaço não se dá apenas em atividades e coisas, mas também em uma relação social. A liberdade de locomoção do capital acarreta vantagem para os capitalistas sobre a classe trabalhadora que por limitação de  deslocamento e custos para estes fins possuem um menor poder de ação. A organização do tempo também representa uma fonte de valor e poder, o tempo de produção tende a ser reduzido para determinada tarefa. Uma compressão entre espaço e tempo é possível devido à evolução tecnológica, e gera um poder cada vez maior para os capitalistas.

- A globalização como hegemonia dos valores liberais: podendo ser subdividida de duas formas: a primeira um questionamento da globalização, essa trata o fenômeno como uma criação ideológica, para que se dê legitimidade a uma ordem internacional. Já a segunda considera a globalização real e observável.

- A globalização como fenômeno sócio-econômico: Prado dialoga com o economista e também professor Reinaldo Gonçalves, quanto à definição de globalização e a interação de três processos distintos, que trazem conseqüências às dimensões financeiras, produtivas, comerciais e tecnológicas, das relações internacionais. Estes processos segundo Gonçalves são: a expansão dos fluxos internacionais de bens, serviços e capitais; o acirramento da concorrência nos mercados internacionais; e a maior integração entre os sistemas econômicos nacionais.

Assim Gonçalves intitula e define as formas dos processos de globalização especificando:

A globalização econômica tem, então, quatro formas ou dimensões: comercial, produtiva, tecnológica e financeira. A dimensão comercial expressa o comércio internacional de bens e serviços. A dimensão produtiva refere-se às operações de empresas transnacionais, que controlam subsidiárias e filiais em outros países. A dimensão tecnológica envolve, em grande medida, a transferência de know-how ou direitos de propriedade por meio de relações contratuais. A dimensão financeira abrange os fluxos internacionais de capital de empréstimo, financiamento e investimento externo indireto (ou de portfólio). Esse último abarca transações com ativos financeiros (ações, quotas de empresas ou de fundos de investimento, títulos de governo, títulos privados, etc), que dispensam o controle sobre o agente econômico receptor do investimento. (2002, p.5)

É importante ressaltar que para Prado, pode-se dividir o fenômeno da globalização em três processos interligados: a globalização financeira, comercial e produtiva.

A globalização comercial, é a integração dos mercados em comércio internacional, dessa forma consegue-se mensurar, analisando a média de crescimento anual, se superior ao Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Fica claro o sinal de globalização comercial, se esse fenômeno ocorrer, de maneira mais restrita a uma região, por políticas econômicas internas, então se tem um processo de globalização econômica. O início da globalização comercial ocorreu entre o fim das guerras napoleônicas (1820-1913) e o início da grande depressão, nesse período houve um primeiro período de crescimento da globalização. Um segundo momento de expansão da globalização comercial acontece no pós-guerra (1929-1950). Observa-se que a globalização comercial tem uma relação direta, aos períodos citados com crises monetárias.

A globalização produtiva para Prado é uma integração das estruturas produtivas domésticas e internacionais, é a relação entre PIB mundial e as produções internacionais. Os principais fatores do processo de globalização produtiva são: internacionalização dos mercados e a concorrência empresarial. Uma difusão tecnológica. E investimentos internacionais, e revertendo os lucros desses investimentos. Esse processo de globalização tem como base a produção de empresas locais, que se beneficiam de vantagens tradicionais, através do uso da tecnologia e técnicas desenvolvidas, na produção doméstica, se isolando de concorrência internacional, exceto através do comércio exterior. O comércio internacional tem suas vantagens competitivas, explicadas pela estratégia das grandes empresas transnacionais, utilizando aspectos institucionais domésticos. As estruturas de produção, no século XIX, eram nacionais, e a concorrência se dava pelo comércio e não por estruturas de produção dos mercados nacionais. Portanto a globalização produtiva teve início com surgimento da moderna empresa industrial (1880 e a 2º Guerra Mundial), com a busca de mercados internacionais rompendo as barreiras nacionais.

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