A Retomada do crescimento e as distorções do "Milagre"
Por: Ivan Câmara • 18/5/2018 • Resenha • 755 Palavras (4 Páginas) • 513 Visualizações
Resenha: LAGO, L.A.: “A retomada do crescimento e as distorções do ‘Milagre’”
Em “A retomada do crescimento e as distorções do “milagre””, décimo capítulo do livro “A ordem do progresso”, Luiz Aranha Corrêa do Lago trata, a partir de uma ótica econômica, a política e situação brasileira no período de 1967 a 1973, período este em que o Brasil se encontrava sob o regime de governo militar e gozou de taxas de crescimento econômico muito favoráveis, conhecido também como o período do “Milagre econômico”, sob os governos Costa e Silva e Médici. Tais indicadores foram possíveis através de políticas econômicas de redução do papel do Estado, estímulo ao setor privado, comércio exterior e, principalmente, ao aumento da oferta de emprego. Deu ainda continuidade a ações que já vinham sendo tomadas pelo governo anterior, de políticas mais versáteis no âmbito fiscal, monetário e de crédito.
O autor parte de uma análise diagnóstica dos problemas da economia brasileira de 1967, ano inicial do “milagre” econômico. Sob essa análise, é necessário primeiramente destacar a herança de uma recessão do governo anterior, trazendo uma estagnação do crescimento da economia, aliado ainda a altos índices de inflação; havia ainda uma grande capacidade produtiva ociosa, devido à estagnação da economia. O novo governo que assumia tinha, portanto, primordialmente o papel de retomar o crescimento econômico e reduzir os índices de inflação, e o fez em duas etapas, sendo a primeira a maximização do uso da capacidade já instalada, e a segunda a expansão e aprimoramento da capacidade produtiva, através de investimentos públicos em setores-chave da economia. Ou seja, o novo plano econômico do governo consistia em estímulo à demanda, por meio de incentivo ao crédito, infra-estrutura e indústria nacional.
Antes de 1967, a economia encontrava-se em um cenário de baixíssimo crescimento, apresentando em 64 e 65, 3,4% e 2,4%, respectivamente, o que levou a uma queda do PIB per capita, se considerado o aumento populacional, e, em 66, apesar do alto crescimento no começo do ano, acabou se formando um cenário de estagnação econômica. A partir do novo momento da economia, houve, indubitavelmente, expressivo aumento nos indicadores, em especial no PIB, que ficou, em média em 11,2% no período, chegando aos 14% em 73. Os bons resultados foram puxados pelos três setores da economia, tendo todos resultados expressivos, mas com grande destaque para o setor industrial, que chegou a um crescimento da ordem de 16,6% ao ano, mostrando a efetividade das políticas de incentivo sobre o setor.
Durante o período, o governo influiu ativamente na economia, através de estatais, criação de holdings para controle das estatais, órgãos estatais como SUDENE, SUDEPE, Embratel e BNDE. O governo, portanto, era responsável por 8,5% das vagas de trabalho e 20% de toda a economia nacional. Durante o período, também houve aumento significativo de impostos, além de uma grande centralização da economia nas mãos do Estado.
Em relação ao setor externo, pode-se observar um aumento em quantidade e diversidade nas exportações e uma aumento nas importações de bens de capital, o que demonstrou um aumento na competitividade internacional do Brasil. Por outro lado, aliado
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