China Se Esforça Na Busca Pelo Crescimento Sustentável

Zhao Bentang, representante do governo chinês, diz que desenvolvidos têm mais dinheiro e tecnologia.

A China internalizou o conceito de sustentabilidade em sua proposta de desenvolvimento e está direcionando a política de crescimento com o olhar mais atento ao meio ambiente.

Muito embora ainda ostente um alto índice de poluição, em especial nas cidades que estão expandindo mais, nas discussões sobre o tema, chama à responsabilidade ambiental os países já desenvolvidos.

"As nações maduras passaram antes pelo processo de desenvolvimento e, naquele momento, pioraram o meio ambiente. Por isso, devem assumir sua responsabilidade histórica do que consumiram", disse Zhao Bentang, subdiretor do Departamento para América Latina do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

"Ademais eles têm vantagens em capital e tecnologia. E muitos países emergentes têm de resolver seus problemas sociais e todos outros tipos de problemas. Mas sem desenvolvimento nenhum problema pode ser resolvido."

Ele lembrou que as economias maduras já conseguiram resolver seus problemas sociais enquanto os emergentes ainda lutam para chegar lá. Afinal, a pobreza relativa no país está na marca de 100 milhões de pessoas, mais da metade da população brasileira.

E os miseráveis, que vivem com menos de US$ 1 por dia, chegam a 40 milhões. Eram 200 milhões há dez anos e Bentang garante que elevar a qualidade de vida dessa camada de chineses segue como uma das diretrizes do governo e dentro da visão de expansão econômica.

O país tem 13 províncias consideradas Zonas Especiais de Desenvolvimento e é nelas em que são concentrados os investimentos para reforma, ampliação e construção de novos centros industriais, comerciais, de serviços, incluídos os financeiros.

Um verdadeiro canteiro de obras. Mas, ao passo que essas cidades se desenvolvem rapidamente, aumenta ainda mais a diferença dos padrões de vida com o campo.

"O aumento da desigualdade e as diferenças regionais são muito evidentes. Para resolver esse desequilíbrio interno da economia chinesa precisamos de coordenação, mas, sobretudo, fazer investimentos", afirmou.

Ele ressaltou que o país tem muito mais do que apenas boa vontade para o desenvolvimento sustentável e admitindo que a busca pela redução da desigualdade social não pode ser uma desculpa para seguir na contramão da sustentabilidade.

"Pelo contrário, o governo valoriza muito a proteção de meio ambiente e por esse motivo tem colocado muitas metas a cumprir nesse campo", disse. A economia chinesa é a maior consumidora de energia do mundo e o carvão representa 70% de sua matriz energética, o que a torna altamente poluente.

Não é por menos que tem 20 das 30 cidades mais poluídas do mundo. Uma das metas do país é fazer com que, em 2050, 30% da energia consumida venha de fontes renováveis.

Nos últimos anos também estão sendo instituídas normas de proteção ambiental, mas problemas relacionados aos padrões da qualidade da água e superfície do solo ainda levam tempo para ser totalmente solucionados.

A Eco-cidade na província de Tianjin - onde fica o primeiro porto chinês que foi aberto para