A Revolução Industrial foi impulsionada pelo progesso tecnológico
Por: eliahu • 1/2/2016 • Resenha • 1.156 Palavras (5 Páginas) • 486 Visualizações
"A Revolução Industrial foi impulsionada pelo progesso tecnológico, mas para que tivesse sucesso, seus propagadores(empreendedores, engenheiros, comerciantes, financistas e consultores técnicos) precisavam de contratos, créditos e compromissos dignos de confiança. Uma vez que o cumprimento dos contratos, pela terceira parte(o Estado) era, na melhor das hipóteses, rudimentar, qual foi a fonte do cimento que manteve coesa a sociedade econômica britânica? A resposta é que, além dos mecanismos formais do Estado, invocadas apenas em último recurso, havia um conjunto de normas sociais que apoiava a atividade empresarial a um ponto que tem sido reconhecido em sua plenitude. Podemos definir essas normas como a cultura do cavalheiro-empreendedor." O autor explicita nesse trecho que para que realmente a revolução prosperasse era necessário algo que transmitisse a confiança aos empreendedores e ao próprio mercado, e como as relações não tinham o costume de serem feitas por contrato, os empreendedores baseavam-se no título de cavalheiro que os homens daquela época possuiam, ou seja, para que um dono de uma fábrica de sapatos trabalhasse com um produtor de couros, ambos precisariam de ter um título de cavalheiro e tivesse uma boa reputação em relação a sociedade.
"Para os padrões da época, a Grã-Bretanha estava na frente dos concorrentes. Mais do que outros, o país oferecia oportunidades para que empreendedores bem sucedidos tivessem melhores condições de alcançar o sucesso financeiro e social, e atraía do exterior vários empreendedores muito criativos e bem-sucedidos para complementar a oferta nacional de talentos. O ambiente institucional era bastante superior, o suficiente para dar a Grã-Bretanha a dianteira no processo de progresso tecnológico em relação as outras economias européias, nas quais a mudança instuticional era mais lenta e menos tranquila." Nesse aspecto, a outra vantagem institucional na Grã-Bretanha era o fato de ser uma sociedade na qual informações confiaveis e compromissos dignos de crédito possibilitavam transações entre pessoas que talvez não se conhececem bem e cujo os interesses não eram coêncidentes. Com isso, a sociedade Britânica exigia que o empreendedor fosse honrado com suas palavras, facilitando o comercio e o oferecimento de credito.
"Em 1700, o conceito de pequena nobreza tornava-se menos ligado à classe social do que à riqueza, adquerida tanto por meios comerciais e industriais quanto pela propriedade de terras. Ficou famoso o texto de Defoe: "Na Inglaterra, a riqueza não importa como obitida transforma mecanicos em lordes, libertinos em cavalheiros; antiguidades e nascimentos são desnecessarios aqui; atrevimento e dinheiro fazem um nobre." Na mesma linha, o Doutor Johnson observou que "Um negociante ingles é uma nova especie de cavalheiro" desde que prosperasse o suficiente." Uma peculiaridade da sociedade britânica em relação as outras sociedades européias é que nela havia mobilidade social, ou seja, se você fosse um empreendedor de sucesso, consequentemente prosperaria na vida, ganharia respeito e não seria diferenciado de um nobre. Um fato que ajuda a essa mobilidade é a sociedade inglesa ser composta por Parlamento, que facilita que as decisões do Estado por inteiro não só favoreçam as classes mais abastadas.
"O empreendedorismo e as máquinas eram insumos complementares, e um país que produzia ferramentas e maquinas com eficiencia (bem como pessoas capazes de utiliza-las) proporcionava oportunidades impares para quem fosse capaz de tirar proveito delas." Nesse trecho o autor demonstra a importância do social para o crescimento da Grã-Bretanha, que só ocorreceu por um conjunto de fatores que se explicitaram ao mesmo tempo como as tecnologias que evoluiram ao passar dos anos com exemplo da maquina à vapor, um mercado confiável, um Estado que não interferia muito na economia, uma burguesia forte, com recursos naturais proximos (carvão). Com todos esses aspectos, juntamente com a capacidade e a coragem de uma sociedade empreendedora, que fez com que a Grã-Bretanha pudesse sair na frente no pioneirismo da Revolução Industrial.
"Um bom exemplo do funcionamento dos códigos cavalheirescos foram os mercados de crédito do século XVIII. Uma economia de troca dependia de um meio de troca. Na Grã-Bretanha, como em qualquer outro lugar, as transações eram fechadas com alguma combinação de crédito e dinheiro vivo. Como as pessoas bem sabiam, o crédito era de grande importância para essa economia, sobretudo porque, segundo um amplo consenso, o sistema monetário era inadequado. As pessoas acreditavam que o crédito financiava a maior parte das transações na Grã-Bretanha, e que para esse fim era mais importante do que a moeda." O autor enfatiza que apesar de todo o empreendedorismo que havia na sociedade naquela época, a confiança no mercado de crédito foi fundamental para o crescimento e o sucesso da sociedade britânica, pois quando havia o crédito e tivesse a certeza que seu dinheiro seria reposto ou reinvestido de alguma forma, fazia o dinheiro girar, gerando lucro e fazendo que o comércio em si ficasse fortalecido pelas relações e normas cavalheirescas. A confiança possibilitava as pessoas se associarem as outras e arrumarem empréstimos em bancos, e naquela época ainda não era possível a formação de uma sociedade comercial que as leis abrandariam por inteiro. O acesso ao crédito a curto prazo, essencial para que os empreendedores dispusessem de capital de giro, ainda era a principal fonte de demanda de capital. De mais a mais, o crédito a curto rpazo facilitiva o fluxo de recursos entre as indústrias.
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