A Sociedade industrial e crescimento
Por: Lilibrito • 7/6/2018 • Dissertação • 2.813 Palavras (12 Páginas) • 313 Visualizações
Sociedade industrial e crescimento
Lição V
A sociedade industrial.
“(..) A sociedade onde a indústria, a grande indústria, seria a forma de produção mais característica. Uma sociedade industrial seria aquela onde a produção mais característica. Uma sociedade industrial seria aquela onde a produção se realiza em empresas, como a Renault ou Citroen.” (Raymond Aron, 1962, Pág. 73).
“A própria noção de econômico não é fácil de precisar. Há dois tipos de definição. A primeira, refere-se as necessidades dos indivíduos e chama “econômica” a atividade que tende a satisfazer as necessidades dos homens. (...)A partir do momento em que as necessidades “fundamentais” (como a alimentação e a proteção) estão satisfeitas, surgem outras necessidades de ordem social – de reconhecimento, de prestigio, de poder. Por isso é impossível dizer que certas necessidades são econômicas, em que outras não.” (Raymond Aron, 1962, Pág. 75 e 76).
“O segundo tipo de definição refere-se ao significado da atividade econômica; ou ainda, para usar a linguagem de Max Weber ao sentido que os homens, pelo seu comportamento, dão á economia. Nesse caso, chama-se de economia a administração dos recursos escassos, ou ainda a relação entre os meios e os fins a atingir, na medida em que os meios são escassos e susceptíveis de empregos alternativos.” (Raymond Aron, 1962, Pág. 76).
“Toda a economia, enfim, tem por objetivo satisfazer desejos ou necessidades; sua finalidade última é o consumo. Estudar uma economia com relação ao consumo significa, em primeiro lugar, procurar saber o que a sociedade deseja consumir; que fins ela se propõe, quais os bens de que não abre mão e que quer obter. (...)” (Raymond Aron, 1962, Pág.78 ).
“(...) pode-se dizer que o regime capitalista é aquele onde:
1) Os meios de produção são objeto de apropriação individual;
2) A regulação da economia é descentralizada, isto é, o equilíbrio entre produção e consumo não é estabelecido de uma vez por todas por decisão planejada, mas de modo progressivo, tateando no mercado;
3) Empregados e empregadores estão de tal modo separados que os primeiros dispõem apenas da sua força de trabalho e os outros são proprietários dos instrumentos de produção – de onde a relação chamada trabalho assalariado (salariat);
4) A motivação predominante é a procura do lucro;
5) Há flutuações de preços em cada mercado parcial e mesmo no conjunto da economia (uma vez que a distribuição dos recursos não é planejada), o que pode se
chamar, em linguagem da polemica, a anarquia capitalista. (...)” (Raymond Aron, 1962, Pág. 83).
“parece-me que o regime capitalista é fundamentalmente acusado, em primeiro lugar, de se comportar em si mesmo a exploração dos trabalhadores; em seguida, de ser um sistema imoral, baseado na busca do lucro; em terceiro lugar, de levar uma desigualdade de renda extrema; em quarto lugar, de ser dominada pela “anarquia”, ou seja, pelo não-planejamento, pela não-distribuição proclamada dos recursos e da renda, implicando assim risco permanente de crise.” (Raymond Aron, 1962, Pág. 84).
Lição VI
Os tipos de sociedade industrial.
“O espirito de lucro pode ser considerado enquanto motivação individual do sujeito econômico. Em segundo lugar, o lucro pode ser considerado no contexto da empresa, na medida em que exerce uma função econômica. É certo que uma sociedade industrial do tipo capitalista supõe que os sujeitos econômicos procurem aumentar os seus ganhos monetários. (...)” (Raymond Aron, 1962, Pág. 89).
“Em primeiro lugar, não é verdade que a motivação do lucro atue de modo exclusivo, mesmo numa economia capitalista em estado puro. (...)” (Raymond Aron, 1962, Pág. 90).
“Em segundo lugar, é verdade que a partir de um certo nível dos rendimentos a motivação do lucro tem um papel cada vez menor. (...)” (Raymond Aron, 1962, Pág. 90).
“(...) Numa sociedade industrial capitalista, a contabilidade das empresas deve consignar, no fim do ano, um excedente da receita sobre a despesa. Nesse sentido, o lucro é uma necessidade. (...)” (Raymond Aron, 1962, Pág. 90).
“O terceiro argumento contra a sociedade capitalista é o de que ela envolve um grau elevado de desigualdade na repartição da renda. (...)” (Raymond Aron, 1962, Pág. 92).
“(...) A desigualdade existente na sociedade capitalista traz certas consequências que podem ser criticadas. (...), a concentração da riqueza permite a uma pequena fração da população viver sem trabalhar. No sentido contrário, afirma-se que, numa sociedade onde não exista nenhuma propriedade individual importante, tudo depende da função. (...)” (Raymond Aron, 1962, Pág. 94).
“o quarto argumento contra o capitalismo é o da chamada anarquia capitalista.” (Raymond Aron, 1962, Pág. 94).
“(...). quando os anticapitalistas falam da anarquia capitalista querem dizer que não há plano, que haverá oscilações de preços, oscilações de produção, e assim por diante. (...)” (Raymond Aron, 1962, Pág. 95).
“A conclusão a que quero chegar é simples, (...): Não se deve condenar um regime econômico em abstrato e em si mesmo, como também não se deve exalta-lo como regime econômico. (...)” (Raymond Aron, 1962, Pág. 97).
“Não seria razoável, igualmente, pensar num regime perfeito baseado na concorrência pura, pela simples razão de que a concorrência nunca funciona em estado puro, que não há mecanismo perfeito, que a distribuição de renda a partir da qual a concorrência opera pode ser injusta, e que, por último, o que garante o lucro de um individuo ou de um grupo pode, mais ou menos a longo prazo, acarretar consequências desfavoráveis para a coletividade.” (Raymond Aron, 1962, Pág. 97 e 98).
Lição VII
Os tipos de sociedade industrial. (continuação)
“(...) A economia planificada supõe, uma maior concentração de autoridade do que um regime econômico em que as decisões são descentralizadas. Observei também, no entanto, que não se poderia afirmar que, em princípio, todo
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