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A aparência do dinheiro como meio de troca

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Por:   •  8/12/2013  •  Artigo  •  406 Palavras (2 Páginas)  •  479 Visualizações

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Dadas as explicações iniciais, vamos analisar de fato como a ação individual dos homens, em uma economia de trocas diretas, leva, involuntariamente, ao surgimento de um meio de troca amplamente aceito. Imagine que esse ofertante de telescópio esteja procurando no mercado um instrumento musical. É muito improvável, nessas condições, que coincida de ele encontrar alguém disposto a trocar um instrumento por justamente um telescópio, no mesmo lugar e na mesma hora em que ele se encontra. Dados os diferentes graus de liquidez dos bens, nosso ofertante astuto tem uma brilhante idéia, similar à do agente A do exemplo anterior: apesar de ele não precisar de gado no momento, ele percebe que, como gado é muito mais fácil de ser trocado, vale a pena trocar seu bem por gado. Dessa maneira, a próxima vez que for ao mercado, será mais provável obter o bem que deseja, por possuir agora um bem de maior liquidez do que o telescópio.

É essa ação inicial de indivíduos astutos que passam a trocar bens de menor liquidez por bens de mais liquidez, a responsável pela monetarização da economia. Naturalmente, os bens que possuem maior liquidez em um determinado espaço e tempo, vão ser os grandes alvos desses indivíduos (Menger explica nesse ensaio o porquê dos metais preciosos, em geral prata e ouro, serem objetos naturalmente propensos a virarem moeda). A partir do momento que os outros agentes perceberem essas ações desses indivíduos e os motivos por trás delas, isto é, a partir do momento em que eles perceberem a vantagem que possuem em trocar seus bens de menor liquidez por os de maior liquidez, os bens que naturalmente já eram os mais liquídos aumentam ainda mais essa característica, tornando-se amplamente aceitos nas transações, até chegaram a um enorme grau de liquidez em comparação com os outros bens, virando, então, moeda. Com isso, a economia que antes era predominantemente baseada em trocas diretas torna-se baseada em trocas indireitas, de forma que em praticamente todas as transações a moeda será um dos objetos trocados.

Como visto, são os interesses subjetivos e individuais, materializados na ação dos agentes, que foram capazes de criar um objeto tão importante para o desenvolvimento econômico como a moeda. O mais fascinante é que essa criação não é fruto de uma ação coletiva e premeditada, visando o bem comum, muito menos da mente brilhante e bondosa de um governante. É resultado único e involuntário das diversas interações livres entre os indivíduos.

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