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Aborde o Modelo Clássico (Mercado de Trabalho, Lei de Say, TQM)

Por:   •  13/6/2019  •  Abstract  •  2.294 Palavras (10 Páginas)  •  445 Visualizações

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Questão hipotética: Aborde o modelo clássico (Mercado de Trabalho, Lei de Say, TQM) e a crítica de Wicksell à TQM; a crítica de Keynes ao modelo clássico e o modelo de equilíbrio keynesiano (PDE e PPL); as críticas de Baumol-Tobin e as contribuições ao modelo; e a nova TQM, de Friedman.

        A proposta deste texto é abordar de maneira geral o modelo Clássico, bem como os 3 pilares no qual ele se sustenta (Mercado de Trabalho, Lei de Say e Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)) e a crítica de Wicksell à TQM; fazendo um comparativo com o modelo keynesiano (mercado de Trabalho baseado no Princípio da Demanda Efetiva (PDE) e Demanda por moeda baseada na Teoria da Preferência pela Liquidez (PPL)) e expondo a crítica de Keynes ao modelo Clássico. O desenvolvimento será organizado da seguinte maneira: um parágrafo dedicado a explicar um dos pilares clássicos, um novo parágrafo para expôr a crítica de Keynes ao pilar em questão e, por fim, um parágrafo dedicado ao modelo de Keynes correspondente ao pilar abordado. Posteriormente, serão expostas as críticas de Tobin-Baumol à Keynes, bem como suas novas contribuições ao modelo. Por fim, a contribuição de Friedman e do monetarismo para a reformulação da TQM.

        O primeiro pilar clássico - mercado de trabalho - é regido pela Lei de Say –  segundo pilar-, que determina que a Oferta cria sua própria Demanda, e baseia-se, segundo Keynes, em dois postulados: (i) o salário real é igual à Produtividade Marginal do trabalho e (ii) a Utilidade Marginal do Salário é igual à Desutilidade Marginal do Trabalho, isto é, salário é o equivalente ao que o trabalhador está disposto a receber para abrir mão do seu lazer. O pleno emprego é determinado no ponto em que a demanda de trabalho é igualada pela oferta de trabalho, ponto no qual todo indivíduo disposto a trabalhar com base no salário de equilíbrio é empregado, sem que haja desemprego involuntário.

        Quanto aos dois postulados no qual se baseia o mercado de trabalho para os clássicos, Keynes aceita o primeiro e faz duas críticas ao segundo. Keynes baseia suas críticas no pressuposto de que oferta e demanda do trabalho são determinados de maneiras distintas. A primeira crítica é que, enquanto a demanda de trabalho é determinada de forma unilateral pelos empresários, a oferta de trabalho é determinada por uma negociação entre empresários e trabalhador - este que negocia em termos de salário nominal, e não real - com base nas suas expectativas, podendo, portanto, haver assimetria. Logo, com uma alta de preços (queda do salário real), o trabalhador continuaria a ofertar trabalho mesmo a um menor salário, porque prefere receber um salário menor que ficar desempregado. Logo, há a possibilidade de emprego involuntário. A segunda crítica é que, como os trabalhadores não conseguem controlar a variação de preços, não conseguem fazer coincidir desutilidade marginal do trabalho e utilidade marginal do salário real.

        Para Keynes, o mercado de trabalho é regido pelo princípio da Demanda Efetiva. Para ele, a demanda por trabalho – definida pelos empresários – é determinada em dois períodos distintos: o ex-ante (período de produção, no qual são definidos preço, quantidade a ser produzida e nível de emprego) e o ex-post (período de mercado, no qual são determinado o lucro, a renda e a receita dos empresários). No ex-ante é determinado o nível de produção baseado em duas funções distintas: Função de Oferta Agregada (Z), na qual a receita desejada é igual aos custos totais (fixos + variáveis) mais o Lucro desejado (Rd = CT + Ld), e função de Receita Esperada (Re), que é baseada nas expectativas de curto prazo dos empresários baseadas em períodos anteriores. Segundo Keynes, apenas no ex-post as expectativas se confirmam (ou não), fazendo os empresários ajustarem a quantidade produzida e o preço para o próximo período. Portanto, diferentemente do equilíbrio de apenas um ponto (estático) dos clássicos, o equilíbrio para Keynes é dinâmico. Ou seja, ocorre ao longo do tempo.

        O terceiro pilar clássico é a TQM, que determina a demanda de moeda. Segundo os clássicos, a oferta de moeda (Ms) é dada (Lei de Say), e é determinada pelo agente monetário responsável pela emissão (Governo, Banco Central). Portanto, interessa apenas determinar a demanda por moeda (Md). O ponto de partida da teoria quantitativa da moeda é a equação de trocas. Uma identidade que relaciona o volume de transações, avaliadas a preços correntes, com o estoque de moeda multiplicado pela taxa de circulação. O número médio de vezes que cada unidade monetária, disponível na economia, é utilizada em transações durante o período, é denominada velocidade da moeda. Temos que: MV=PT. Após sofrer modificação por questões contábeis, surge a equação de Fischer: MV=PY. V é dado, pois pouco varia ao longo do tempo. Y é dado pois, segundo a lei de say, a oferta cria sua própria demanda. Logo, há uma relação de causalidade entre M e P. Se os preços sobem, a demanda por moeda aumenta, se a oferta de moeda aumenta, os preços sobem. Portanto, para os clássicos a moeda é neutra, pois não afeta variáveis reais da economia. É também possível afirmar que a moeda é demandada apenas por motivo transacional e não há entesouramento, pois a parte da renda não gasta (poupança) é investimento. O único motivo para que uma economia possa enfrentar inflação é uma expansão dos meios de pagamento acima do produto real (Y). O equilíbrio monetário ocorre no ponto em que M=Ms=Md.

        Wicksell argumenta que este modelo só se verificava corretamente em uma economia hipotética de moeda pura. Era necessário um modelo mais realista para uma economia de moeda crédito. Sua análise atribui os movimentos no nível de preços às discrepâncias entre duas taxas de juros: a de mercado (determinada no mercado de crédito pelo sistema bancário) e a taxa natural de juros, que garante o equilíbrio entre os níveis de produção e investimento. O fator estabilizador do diferencial da taxa de juros, segundo o qual a taxa de mercado converge para a natural, é a perda de reservas bancárias, que acaba afetando a oferta de empréstimos e de depósitos bancários, já que os bancos se defrontam com a necessidade de modificar a taxa de juros para proteger suas reservas. A taxa de juros de equilíbrio é responsável por igualar investimento e poupança.

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