Bain e Sylos Labini - avanços na direeção de uma teorização

2.1.2 - Bain e Sylos-Labini: avanços na dir4eção de uma teorização

Os trabalhos de Joe S. Bain (1956) e Paolo Sylos-Labini (1956), considerado os principais aportes teóricos ao enfoque estrutura-conduta-desempenho, procuraram avançar na análise das características da organização dos mercados que influenciam estrategicamente a formação de preços no mercado.

Bain reconhecia a concentração econômica como elemento básico da estrutura de mercado e a condição de entrada de novas empresas como variável-síntese das características estruturais, ou seja, propunha a intensidade das barreiras à entrada como indicador-chave do poder de mercado das empresas oligopolistas e co-determinante da conduta e do desempenho-empresariais. E Sylos-Labini encaminhava para a mesma direção, diferenciando-se por diferentes abordagens e no método de análise, mas ambos contribuíram para enfrentar a questão teórica do oligopólio.

Labini: criticava q no monopólio o preço nã é somente em função do custo, mas em função do poder que a empresa tem no mercado.

2.2 - Bain: condição de entrada como síntese de elementos estruturais

2.2.1 – Condição de entrada e concorrência potencial

Bain procurava apontar a condição de entrada em uma indústria como uma influência decisiva  na conduta e no desempenho das empresas existentes, identificar sua natureza e seus determinantes estruturais e avaliar o alcance de seus efeitos. Ele pretendia embasar os estudos empíricos e permitir uma avaliação sistemática da altura e da natureza das barreiras à entrada. Reconhecia que a concorrência efetiva entre as empresas existentes é crucial, mas mostra que há uma considerável evidência da importância da condição de entrada como co-reguladora da conduta e do desempenho das empresas, como forma de explicar a recorrente prática oligopolística de fixação de preços acima do nível competitivo.

2.2.2 – Condição de entrada e preço-limite

Segundo o trabalho de Bain, as barreiras à entrada existem porque as empresas já estabelecidas possuem vantagens consideráveis sobre as potenciais entrantes. A condição de entrada pode ser avaliada quantitativamente expressa no percentual acima do nível de preço competitivo - custo mínimo médio possível de produção, distribuição e venda - que as empresas estabelecidas podem manter por um certo tempo, sem atrair novas entradas. Esse preço competitivo seria uma referência para a avaliação da condição de entrada.

A condição de entrada pode ser avaliada pela relação média entre o “preço real” e o “preço competitivo” que pode ser mantida de forma persistente, sem atrair a entrada. Esse percentual pode variar à medida que a entrada seja progressivamente mais difícil. Quanto maior a dificuldade de entrada, maior o valor da condição de entrada, e algumas variações sistemáticas no comportamento das empresas estabelecidas podem ser antecipadas.

Diferenças entre empresas estabelecidas e entre entrantes

Foi incorporada à análise de Bain a não-uniformidade de custos e a diferenciação de produtos e preços, passando a levar em conta as diferenças entre empresas estabelecidas e potenciais entrantes. Foram buscadas evidências empíricas de que: os produtores existentes cobram preços diferenciados e não tem um custo mínimo comum devido a diferentes qualidades dos produtos ou vantagens diferenciais de custo; e de que potenciais entrantes também apresentam diferentes custos e outras mais.

Soluções apresentadas por Bain para resolver os problemas decorrentes da introdução das hipóteses acima:

1. Preço máximo acima do nível competitivo;
2. Distinguir as empresas entrantes segundo o preço-custo mínimo que as induziria a entrar;

Definindo, a condição de entrada se refere a uma sucessão de hiatos de preço-custo mínimo, que induzem a entrada, mais elevados.

A questão dos retardos de entrada

Quanto maior for o intervalo de tempo para as empresas efetivarem suas entradas, menor a ameaça aos concorrentes estabelecidos, e maior a diferença preço-custo mínimo.

Determinantes da condição de entrada:

• Vantagens das empresas estabelecidas (custos, produtos diferenciados, e economias de escala);