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Características das relações entre os produtores e os operadores logísticos

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Por:   •  8/11/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.537 Palavras (7 Páginas)  •  341 Visualizações

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Resumo

Os serviços de logística têm se mostrado mais abrangentes, na estratégia e processo

produtivos, numa nova caracterização da atuação de operadores logísticos. Na terceirização,

tendência firme que se constatou na indústria automotiva, teoricamente, poderiam se

apresentar alianças estratégicas. Essa hipótese foi analisada a partir das características dos

relacionamentos entre montadoras e operadores, com base em fontes secundárias e na

realização de entrevistas junto a executivos desses setores. Foi identificado um ambiente em

transição, em que a terceirização é um fato, com operadores assumindo, cada vez mais,

parcelas importantes das atividades do setor. No entanto, o relacionamento está longe de

caracterizar verdadeiras parcerias estratégicas, apresentando-se uma interação dinâmica e,

muitas vezes, contraditória, entre as empresas. A consciência mútua das interdependências,

aceitação e entendimento de interesses individuais a serem conciliados em alianças

estratégicas, com o objetivo comum de melhor condição competitiva e compartilhamento

justo de riscos, custos e recompensas, poderão ser fundamentais na implantação de novas

formas de produção na indústria e na adoção de operadores logísticos únicos.

1. Introdução

A introdução de novas formas de produção, na busca da maximização do valor, do

ponto de vista dos clientes, com as operações fluindo em lotes menores puxados pela

demanda, tem exigido um reposicionamento dos aspectos logísticos da atuação das

organizações, tanto no recebimento das matérias-primas e peças, como na disposição de

estoques de produtos em processo a serem minimizados, e distribuição dos produtos

acabados.

Da mesma forma, o foco das empresas para seu negócio central (core business), com a

terceirização de atividades consideradas não-essenciais e a exigência de práticas voltadas para

a qualidade, condicionam o relacionamento com fornecedores, para parcerias de fato, como

participantes do processo produtivo e têm impactado a nova forma de prestação dos serviços

de logística.

Essa nova visão da logística como fator diferencial de competição pelas empresas tem

exigido dos prestadores desses serviços, os operadores logísticos, a reformulação do seu

escopo de atividades para um conceito mais abrangente e multidisciplinar, o que, logicamente,

influi na sua forma de se relacionar com os clientes, dos quais passa a assumir uma parte

importante dos negócios, e aos quais se liga em relações de parceria, envolvendo contratos de

longo prazo e, até mesmo, formas de pagamento vinculadas às vendas de seus clientes. A

abordagem é a dos serviços de logística ajustados ao conceito de Administração da Cadeia de

Suprimentos – ACS (Supply Chain Management – SCM) e seu reflexo para os fornecedores

externos desses serviços são explorados no presente estudo.

O trabalho teve como objetivo principal identificar as características do

relacionamento entre montadoras e operadores logísticos no contexto das transformações

empresariais que se apresentam no setor no Brasil e, nas condições de interação das empresas,

o estágio de configuração de parcerias ou alianças estratégicas.

A indústria automobilística é produtora de um bem de consumo praticamente

imbatível, como forma de deslocamento, pelas vantagens que oferece em termos de

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mobilidade, individualidade e conforto; o automóvel, mais que um bem, apresenta-se como

um símbolo de status e objeto de prazer, e a implantação de indústrias automobilísticas nos

países, como símbolo de avanço tecnológico, qualidade de vida e desenvolvimento

econômico. No transporte de carga, também são inegáveis as vantagens do caminhão:

flexibilidade de operação, modularidade e rapidez têm compensado, em muito, um custo

energético relativamente maior que o de outros modos, como o ferroviário e hidroviário.

A indústria norte-americana, de liderança inconteste no plano mundial, de repente,

viu-se ameaçada, inicialmente, pela importação de automóveis japoneses econômicos, de alta

qualidade e com uma disponibilidade significativa e diversidade de modelos e, em seguida,

com a implantação de montadoras japonesas no país. Uma das reações do setor foi a de

elaborar estudos para a análise dos fatores que justificassem essa competitividade e, nesse

sentido, as formas de organização da produção se apresentaram como determinantes.

As técnicas do Just in Time (J.I.T.), Círculos de Controle da Qualidade (C.C.Q.), Total

Quality Control (T.Q.C.), kaikaku (melhoria pontuais e significativas nos processos

produtivos, por exemplo, no lay-out), kaizen (melhorias contínuas no processo), etc. foram

estudadas e introduzidas nas empresas norte-americanas e, em benchmarking,

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