DISCIPLINA DE ECONOMIA AMBIENTAL PROFESSORA NATÁLIA DUARTE
Por: Ana Paula Fernandes • 8/3/2019 • Relatório de pesquisa • 2.487 Palavras (10 Páginas) • 177 Visualizações
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INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ - CAMPUS QUIXADÁ
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
DISCIPLINA DE ECONOMIA AMBIENTAL
PROFESSORA NATÁLIA DUARTE
ANA PAULA MOREIRA FERNANDES
ECONOMIA ECOLÓGICA
QUIXADÁ – CE
2018
ECONOMIA ECOLÓGICA
Toda atividade humana reflete no ecossistema. Seja através do lançamento de resíduos, pela extração de recursos ou pela energia que é degradada. E esse consumo precisa respeitar certos limites, a fim de se desenvolver sustentavelmente. Desenvolver sustentavelmente condiz na produção de bens e serviços cabíveis aos custo do desenvolvimento do processo econômico. Isso leva à um equilíbrio entre o econômico e o sustentável de forma que há um consenso entre esses dois processos. Segundo a WWF Brasil "Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, garantindo a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro." (SUSTENTABILIDADE, 2010).
No final dos anos 60 e anos 70, a emergência do movimento ambientalista e o choque do petróleo fizeram dos recursos naturais, da energia e do ambiente em geral um tema de importância econômica, social e política, o qual pode ser chamado Questão Ambiental. Esta trouxe a crítica ao modelo de desenvolvimento econômico vigente, apontando para um conflito, senão uma possível incompatibilidade, entre crescimento econômico e preservação dos recursos ambientais, e que tal conflito, em última instância traria limites à continuidade do próprio crescimento econômico.
Nesta crítica ambientalista está justamente a raiz do que veio posteriormente constituir-se a Economia Ecológica. Esta crítica ambientalista origina-se no terreno das ciências físicas e biológicas, onde a partir de diferentes disciplinas e especialidades relacionadas às questões ambientais, ecológicas e energéticas veio-se progressivamente ao longo do tempo desenvolvendo análises do funcionamento do sistema econômico e das inter-relações entre este e o sistema ambiental. A Economia Ecológica vai apenas consolidar-se enquanto corrente mais efetivamente nos anos 80, com a fundação da International Society for Ecological Economics (ISEE) em 1988 e com a criação da revista Ecological Economics em 1989
A intervenção antrópica consiste na ação humana na natureza, podendo acarretar alterações no ecossistema: fauna, flora e clima. O desenvolvimento sustentável é o limitante para a atividade humana que anseia pelo processo econômico em meio à extração de recursos e efluente não tratado promovendo exclusivamente a degradação do ecossistema em uma perspectiva de que o importante é produzir bens e serviços sem medir os impactos positivos e, principalmente, os negativos relacionados a toda atividade produtiva.
A economia é conceituada como sendo a ciência que estuda como as sociedades usam os recursos escassos e os processos de produção de bens e serviços. Estuda a interação do ser humano entre os recursos disponíveis e as necessidades que devem ser supridas. A economia ecológica busca associar todos os interesses a fim de que todas as partes importantes que promovam a formação da economia sejam eficientes e eficazes tanto para a ecologia quanto para a economia. É um modelo de sistema econômico que considere a sobrevivência de todas as partes relacionadas ao empreendimento. Esta tem como objetivo considerar todos os aspectos relacionados a cada parte do sistema que se relaciona com o negócio, avaliando suas relações desde a extração até a destinação conciliando o interesse de cada interessado.
Na economia ecológica, transformar em valor de recursos naturais esgotados como meio de verificar se o desenvolvimento tem sido sustentável representa uma iniciativa para, pelo menos, se ter uma ideia econômica dos passivos gerados. Assim se apresenta a economia ecológica com uma necessidade que agregará valor econômico ambiental aos interessados: clientes, consumidores, fornecedores, acionistas, público interno, comunidade, governos federais, municipais e estaduais e entre outros. E aceitar a aplicação desse modelo não é nada fácil porque ainda há muitas dificuldades em conseguir demonstrar resultados plausíveis quanto aos impactos locais e problemas mundiais.
A questão é que as preferências econômicas derrubam constantemente considerações ecológicas que são sobre estimados quando quantificado o seu preço no mercado, como acontece com o petróleo e os minérios. Difícil é encontrar um valor que represente a vida em geral ou como uma espécie ameaçada de extinção pode impactar em tal valor. Essa realidade imposta pelo mercado nos conduz a questionar o valor da floresta amazônica, fonte insubstituível de benefícios ecológicos que vão desde a regulação do clima e da água até os benefícios de opção e existência (CAVALCANTI, 2010 apud FEARNSIDE, 1997).
A Economia Ecológica funda-se no princípio de que o funcionamento do sistema econômico, considerado nas escalas temporal e espacial mais amplas, deve ser compreendido tendo-se em vista as condições do mundo biofísico sobre o qual este se realiza, uma vez que é deste que derivam a energia e matérias-primas para o próprio funcionamento da economia. Uma vez que o processo econômico é um processo também físico, as relações físicas não podem deixar de fazer parte da análise do sistema econômico, o que a tornaria incompleta. Com isso, a natureza do problema envolve elementos tanto econômicos quanto biofísicos. Por sinal, o descaso ou pouca relevância atribuída aos atributos biofísicos da economia nos modelos da economia convencional veio sendo assim um principal ponto de crítica e motivação da Economia Ecológica.
Outro aspecto está em que, em seu esforço de compatibilização entre economia e ecologia, a questão que se coloca para a Economia Ecológica está justamente na busca da determinação da sustentabilidade desta interação, delineando-se as condições de estabilidade das diversas funções ecológicas, particularmente a capacidade do ambiente em oferecer recursos naturais para o funcionamento do sistema econômico e em absorver seus rejeitos, ou seja, delineando-se em que medida as restrições ambientais podem ou não constituir efetivamente limites ao crescimento econômico. Neste particular, a Economia Ecológica não partilha do ceticismo pessimista alarmista ecológico, que vê tais limites como iminentes e intransponíveis, pois ela reconhece que o progresso tecnológico constantemente promove a superação de limites naturais pelo aumento de eficiência e pela substituição de recursos esgotáveis por renováveis. Tampouco a Economia Ecológica partilha do "otimismo tecnológico", o qual entende as restrições naturais como um problema menor, pois estas sempre irão ser superadas pela tecnologia, pois a Economia Ecológica reconhece que o progresso tecnológico de fato se dá, mas apenas dentro de certos limites fisicamente possíveis. Assim, a Economia Ecológica não adota nenhuma posição, por enquanto, quanto a existência ou não de limites ambientais ao crescimento econômico, adotando sim uma posição de "ceticismo prudente", a qual busca justamente delimitar as escalas em que as restrições ambientais podem constituir limites efetivos às atividades econômicas.
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