Empresa farmacêutica veterinária
Tese: Empresa farmacêutica veterinária. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: milllak • 26/5/2014 • Tese • 2.324 Palavras (10 Páginas) • 390 Visualizações
A competência de negociação ganha relevância num quadro de globalização e
interconectividade cada vez maiores (GULBRO; HERBIG, 1996). Em função desses dois
aspectos, empresários, funcionários de empresas públicas e privadas, além de governantes e
políticos precisam dominar uma multiplicidade de habilidades, das quais uma das mais
importantes é a capacidade de negociar num contexto que ultrapassa fronteiras culturais e
profissionais (SANER, 2002).
Partindo-se da esfera internacional para a nacional, o estudo da internacionalização das
empresas brasileiras vem despertando o interesse de muitos pesquisadores (LOUREIRO;
SANTOS, 1991, CARVALHO; ROCHA, 1998, CAMPANHOL; SMITH, 2002,
FUNDAÇÃO DOM CABRAL, 2002, MARKWALD; PESSOA, 2002, FLEURY; FLEURY,
2003).
1.1 Problema de Investigação
Como uma empresa brasileira de medicamentos veterinários empreende ações de negociação
com distribuidores internacionais?
2 Objetivo do Estudo
O objetivo central da presente pesquisa é compreender em profundidade as ações
empreendidas por uma empresa brasileira de medicamentos veterinários durante o processo de
internacionalização, com vistas a identificar as especificidades e principais desafios da fase de
negociação com distribuidores internacionais.
3 Referencial Teórico
3.1 O Processo de Negociação Internacional
O processo da negociação é extremamente complexo, visto que envolve pessoas e
comportamento humano. Trata-se não apenas de estabelecer as diferenças entre as pessoas, no
que se refere a valores, objetivos, maneiras de pensar e de conduzir numa negociação, mas
também de estruturar um quadro de pensamento e tomada de decisão para as diferentes partes
envolvidas no processo. Como envolve as questões comportamentais, a negociação tem
implícita grande dose de subjetividade e imprevisibilidade nas atitudes das pessoas, o que
impede que possa ser tratada matematicamente e apenas com a ajuda de programas de
computador. Para tratar das questões comportamentais, torna-se fundamental a presença de
negociadores, mediadores e árbitros (MARTINELLI; VENTURA; MACHADO, 2004).
Ainda segundo Martinelli, Ventura e Machado (2004), as negociações internacionais são mais
complexas que as negociações domésticas, em função de o número de variáveis envolvidas
ser bem maior. Há uma série de macro-fatores, como clima político e econômico das regiões
envolvidas, culturas e idiomas diferentes, que influencia as negociações globais.
Segundo Steele, Murphy e Russill (1995), o principal aspecto diferenciador da negociação
internacional é o ambiente em que ela ocorre, devendo o negociador estar atento às regras,
sinais e comportamentos locais. Para facilitar a preparação da negociação, esses autores
sugerem que se obtenham informações sobre os sistemas de influência político e social, fiscal
e financeiro, infra-estrutura e logístico, legal, religioso e cultural; e que, na fase de preparação
para negociações internacionais, pesquisem-se: a subsidiária local da empresa, se ela existir; a
embaixada ou o consulado do seu país; os bancos locais; os próprios agentes; outras empresas
que operam no país; suas próprias observações e experiências; livros, jornais e outras fontes
de dados. Os autores defendem a tese de que a maior diferença entre as negociações nacionais
e internacionais reside na dificuldade para identificar as necessidades básicas da outra parte e
saber a melhor forma de satisfazê-las. Enfatizam que o processo pode se tornar mais
importante que o resultado final na hora de promover a satisfação. E isso está relacionado a
fatores culturais.
Conduzir um processo de negociação entre culturas diferentes requer ainda mais cuidados do
que conduzir um processo de negociação entre membros da mesma cultura, pois, além dos
desafios naturais de todo processo de negociação, deve-se ter em mente que pessoas oriundas
de diferentes grupos culturais possuem diferentes concepções de mundo, o que se pode levar a
“mal-entendidos” no processo de comunicação, que, por sua vez, podem levar ao fracasso do
processo de negociação (SUEN, 1997). Além disso, segundo Graham (1985a), há evidências
que mostram que pessoas comportam-se de forma diferente quando estão interagindo com
pessoas de origem cultural diferente da sua. Assim, não basta conhecer as principais
características
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