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Estrutura de mercado do setor supermercadista do Rio Grande do Sul e identificação do seu grau de concentração

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Por:   •  1/11/2014  •  Artigo  •  1.361 Palavras (6 Páginas)  •  471 Visualizações

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3 CENÁRIO SUPERMERCADISTA NACIONAL E ESTADUAL

O mercado brasileiro varejista de supermercados tem sido alvo de grandes investimentos de redes estrangeiras que vêm em busca de novos mercados consumidores, uma vez que seus mercados de origem apresentam sintomas de saturação. O trabalho de Aguiar e Concha-Amim

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(2005) sinalizou que após o Plano Real houve maior entrada de redes supermercadistas estrangeiras no Brasil.

Os grupos estrangeiros estão cada vez mais interessados em investir no Brasil. Exemplos são os grupos , Sonae, Carrefour, Wal Mart e Royal Ahold. O Brasil oferece atrativos para essas grandes redes comerciais, uma vez que há grande mercado consumidor, baixo poder de competitividade instalado e pouca restrição da legislação quanto a entrada de novas empresas no mercado.

Segundo Sesso Filho (2003), após 1995, ocorreu a modernização do setor supermercadista, com a introdução do uso de novas tecnologias, reestruturação das relações com fornecedores, migração do poder de mercado da indústria para o varejo e processos de fusão e aquisição.

Com intuito de enfrentar os novos desafios a que estão sendo expostas, as empresas brasileiras procuram adotar procedimentos no sentido de aumentar seu poder competitivo, como melhorias nas lojas, vendas das lojas menos rentáveis e criação de organizações com central de compras e distribuição nas redes varejistas de médio e pequeno porte. Segundo especialistas, uma forma de contornar este problema é a definição do nicho de mercado e foco de atuação por parte da empresa. Também sugerem ao pequeno empresário criar um conjunto de elementos que proporcione aos funcionários motivação e ânimo para permanecerem na empresa, explorando mais o conceito de vizinhança de supermercado tradicional.

Quanto às empresas nacionais que não conseguem se ajustar à nova realidade, podem optar pela associação ao capital estrangeiro como uma estratégia de permanecer no mercado. No setor supermercadista, de modo particular em Porto Alegre, observa-se uma expansão das grandes redes estrangeiras e brasileiras por meio da aquisição de pequenas e médias empresas do setor.

Esses argumentos podem ser enfocados pela visão schumpeteriana, a qual enfatiza a inovação como sendo uma expressão de vantagem competitiva temporária, devendo, portanto, ser uma estratégia de ação da empresa.

Everson Vieira dos Santos

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Dados da ABRAS indicam que, no período de 1996 a 2000, mais do que triplicou o número de empresas brasileiras absorvidas pelo capital estrangeiro, quando comparado à primeira metade dos anos 90.

Conforme Aguiar e Concha-Amim (2005) os processos de fusão e aquisição, na sua maior parte, ocorreram em apenas três anos, 1999, 2000 e 2001, principalmente após o processo de liberalização do mercado cambial brasileiro, que permitiu, entre outras ações, o aumento do poder de compra das empresas estrangeiras. Ainda, segundo os autores, no período de 1998 a 2002 as três maiores redes supermercadistas CBD (Companhia Brasileira e Distribuição), Carrefour e Sonae, foram responsáveis por 37,9% de todas as fusões ocorridas no setor.

Conforme a ABRAS, as fusões e aquisições criaram a figura das “super‑regionais”, redes que, para impedirem o avanço de concorrentes poderosas, concentram seu poder de fogo em determinada região. Dois exemplos disso ficam por conta do Bom Preço, joint venture com a Holandesa Royald Ahold, em expansão no Nordeste, e o grupo português Sonae (quen o ano de 2006 foi adquirido pela Wal Mart), na Região Sul do País. Cada vez mais os grandes grupos estão ocupando espaços regionais, por meio de sua expansão geoeconômica, com o propósito de consolidar suas posições no mercado.

A opinião de especialistas é de que o nível de concentração do setor de supermercados continua abaixo de índices de concentração de outros países, alegando que é necessário somar o faturamento das 50 maiores empresas do ramo para se obter 60% do mercado.

O nível de concentração brasileiro é baixo se comparado ao dos países europeus e da América Latina. Na Alemanha, as cinco maiores organizações detêm 75% do total movimentado pelo autosserviço; na França, esse percentual é de 67%; já na Argentina e Colômbia, as cinco maiores companhias detêm 45% e 50% do faturamento total do setor, respectivamente.

Conforme a ABRAS, o processo de aquisição de redes menores pelas redes maiores se iniciou no Sul e se espalhou pelo País. O fenômeno deve se estabilizar, de acordo com os dados a Associação, quando cerca de 50% das vendas estiverem nas mãos das cinco maiores redes do ramo. O processo

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representa uma tendência mundial, visto que a concentração já chegou à saturação nos países desenvolvidos, onde os mercados consumidores já não apresentam perspectivas de expansão. Os países desenvolvidos, principalmente europeus, passaram a criar restrições à construção de hipermercados, na tentativa de proteger os pequenos e médios estabelecimentos.

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