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GEOMETRIA DESCRIPITIVA

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Por:   •  14/2/2015  •  Projeto de pesquisa  •  8.171 Palavras (33 Páginas)  •  246 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A disciplina de GEOMETRIA DESCRITIVA A é uma disciplina bianual que integra o tronco

comum da componente de formação específica dos alunos no âmbito do Curso Geral de

Ciências e Tecnologias e do Curso Geral de Artes Visuais, visando o aprofundamento,

estruturação e sistematização de conhecimentos e competências metodológicas no âmbito da

Geometria Descritiva.

Uma vez que a Geometria Descritiva permite, dada a natureza do seu objecto, o

desenvolvimento das capacidades de ver, perceber, organizar e catalogar o espaço

envolvente, propiciando instrumentos específicos para o trabalhar - em desenho - ou para criar

novos objectos ou situações, pode compreender-se como o seu alcance formativo é

extremamente amplo. Sendo essencial a áreas disciplinares onde é indispensável o tratamento

e representação do espaço - como sejam, a arquitectura, a engenharia, as artes plásticas ou o

design - a sua importância faz-se sentir também ao nível das atitudes dirigindo-se ao estudante

considerado globalmente enquanto pessoa humana e não apenas funcionalmente enquanto

aprendiz de um dado ofício.

Desse modo, o sentido da presença desta disciplina no reportório curricular do ensino

secundário é o de contribuir para a formação de indivíduos enquanto tal e, particularmente,

para quem seja fundamental o "diálogo" entre a mão e o cérebro, no desenvolvimento

recíproco de ideias e representações gráficas.

Os conteúdos constantes do Programa de GD-A, após o módulo inicial de introdução à

geometria no espaço, abordam dois sistemas de representação - diédrico e axonométrico considerados como fundamentais ou basilares na formação secundária de um aluno no âmbito

da Geometria Descritiva os quais se constituem, ademais, como denominador comum às

várias vias de prosseguimento de estudos.

Optou-se por leccionar os dois sistemas de representação referidos na sequência indicada, já

que parece justificável que o estudo do sistema de representação axonométrica se faça, no

ensino secundário, com um grau de desenvolvimento maior do que no ensino básico, onde

este sistema mereceu apenas uma abordagem pertencente ao domínio do Desenho Técnico

aliada à representação de formas bastante simples, predominantemente paralelepipédicas.

Sendo assim, embora o estudo da axonometria continue a visar, fundamentalmente, a

representação de formas ou objectos tridimensionais, interessa agora fazer a desmontagem do

sistema, conhecer os seus princípios e entender o seu funcionamento, o que implica uma

síntese de operações abstractas que o aluno não está apto a realizar no início do 10º ano,

além de pré-requisitos específicos que o estudo desenvolvido do sistema de representação

diédrica lhe deverá fornecer.

É exactamente a representação diédrica que constitui o cerne do programa, dado que o

conhecimento deste sistema de representação não só fornece os pré-requisitos necessários

para a aprendizagem de qualquer outro, como se revela bastante eficaz na consecução do

objectivo essencial de desenvolver a capacidade de ver e de representar o espaço

tridimensional.

Em relação à sequência do ensino-aprendizagem dos conteúdos no âmbito da representação

diédrica ainda que, em cada ano, o percurso se inicie com situações que implicam um maior

grau de abstracção, foi procurado atenuar esta componente, através das didácticas e

Geometria Descritiva A 4

metodologia propostas. Desse modo, para que a aprendizagem da abstracção seja favorecida,

propõe-se que seja realizada em ligação ao concreto, através do recurso sistemático a

modelos tridimensionais nos quais se torna possível simular, de forma visível e palpável, as

situações espaciais que o aluno irá representar posteriormente na folha de papel - após ter

visto e compreendido - sem decorar apenas traçados, situação que, irremediavelmente, o

impediria de resolver problemas mais complexos. Refira-se, porém, que o recurso a modelos é

apenas um ponto de partida a adoptar nas fases iniciais da aprendizagem que irá sendo

progressivamente abandonado à medida que o aluno for atingindo maior capacidade de

abstracção e maturidade na visualização a três dimensões, ainda que possa reutilizá-los, se

necessário, em situações pontuais.

Também o recurso a software de geometria dinâmica pode, em contraponto com os modelos

tridimensionais, ser muito interessante e estimulante nas actividades de ensino-aprendizagem

por permitir registar graficamente o movimento e, sobretudo, por facilitar a detecção, em tempo

real, das invariantes dos objectos geométricos quando sujeitos a transformações, favorecendo,

por conseguinte, a procura do que permanece constante no meio de tudo o que varia.

Essa faceta permite a exploração dessas

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