Geometria Analitica
Artigos Científicos: Geometria Analitica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: aluisio • 15/5/2013 • 2.824 Palavras (12 Páginas) • 1.004 Visualizações
Cap´ıtulo 1
Conjuntos
1.1 Introduc¸ ˜ao
As teorias estudadas em matem´ atica s˜ao constru´ıdas sempre partindo de alguns fatos considerados
b´asicos. Tais fatos s˜ao chamados axiomas. Os axiomas junto com as definic¸ ˜oes dos
conceitos que a teoria pretende estudar d˜ao lugar, ap´os racioc´ınios l ´ogicos, a resultados chamados
proposic¸ ˜oes. A seq¨uˆencia de conclus˜oes l ´ogicas utilizadas para chegar a um resultado
determinado partindo das definic¸ ˜oes, axiomas e outros resultados, ´e chamada demonstrac¸ ˜ao.
A palavra teorema ´e reservada a proposic¸ ˜oes de car´ ater relevante na teoria em quest˜ao, da
mesma maneira, um lema ´e uma proposic¸ ˜ao que ser´a usada como ferramenta fundamental para
provar outras proposic¸ ˜oes. Os corol ´ arios s˜ao proposic¸ ˜oes que se obtˆem como conseq¨uˆencia direta
de proposic¸ ˜oes e teoremas importantes.
Todo lema, proposic¸ ˜ao, teorema e corol ´ ario, tem um enunciado. Todo enunciado se divide
em duas partes, as hip ´oteses e as teses. A demonstrac¸ ˜ao do resultado (seja um lema, uma
proposic¸ ˜ao, um teorema ou um corol ´ ario) pode ser descrita da seguinte maneira: usar os axiomas,
definic¸ ˜oes e resultados pr ´evios da teoria para chegar `as teses partindo das hip ´oteses por
meio de um racioc´ınio l ´ogico. Isto se resume dizendo que a hip ´otese implica a tese e escreve-se
Hip´otese =) Tese
O s´ımbolo =) significa que partindo da parte da esquerda (Hip´otese) e usando um racioc
´ınio l ´ogico baseado nos axiomas, definic¸ ˜oes e resultados anteriores da teoria, se obt´em
como conseq¨uˆencia o lado direito (Tese).
Por exemplo consideremos o seguinte enunciado:
1
Conjuntos 1.2 Conjuntos
Teorema. (Pit ´agoras) Seja T um tri ˆangulo ret ˆangulo cujos catetos medem a e b respectivamente
e cuja hipotenusa mede c. Ent˜ao a2 + b2 = c2.
A hip´otese diz que a, b e c s˜ao respectivamente os catetos e a hipotenusa de um tri ˆangulo
ret ˆangulo T, e a tese diz que a2 + b2 = c2. Mais tarde no texto veremos uma demonstrac¸ ˜ao do
teorema de Pit ´agoras.
Devemos observar tamb´em a validade das hip´oteses dos nossos resultados, assim como a
veracidade de cada um dos passos l ´ogicos nas demonstrac¸ ˜oes. Veja por exemplo a passagem
de B. Russell citada nas primeiras p´aginas desta apostila, na qual uma hip ´otese falsa d´a origem
a conclus˜oes absurdas.
Em matem´ atica ´e freq ¨uente o uso de quantificadores. Estes s˜ao apenas um simbolismo
que nos permite descrever a abrangˆencia de fatos ou propriedades sobre uma determinada
colec¸ ˜ao de objetos. Temos dois tipos de quantificadores: o quantificador de exist ˆencia, escrito
simbolicamente 9 (leia-se “existe...” ou “existem...”), e o quantificador de universalidade, escrito
8 (leia-se “para todo...”). O quantificador de exist ˆencia ´e algumas vezes usado com o ponto de
exclamac¸ ˜ao 9 ! para indicar que certo objeto existe e ´e o ´unico que possui as propriedades que
o determinam.
1.2 Conjuntos
Neste cap´ıtulo introduziremos algumas noc¸ ˜oes b´asicas da teoria de conjuntos. N˜ao apresentaremos
uma exposic¸ ˜ao axiom´ atica e rigorosa da teoria, mas sim uma exposic¸ ˜ao intuitiva e
simples, incluindo apenas o material e a terminologia que usaremos mais adiante.
Para n´os um conjunto ser´a qualquer colec¸ ˜ao dada de objetos.
Embora esta “definic¸ ˜ao” do termo “conjunto” seja intuitivamente clara, ela n˜ao ´e formalmente
correta, pois a palavra “colec¸ ˜ao” ´e ainda indefinida. Na verdade, a noc¸ ˜ao de conjunto em
matem´ atica ´e uma noc¸ ˜ao indefinida (da mesma maneira que a noc¸ ˜ao de ponto na Geometria
Euclidiana) e ´e necess´ aria uma lista de axiomas para trabalhar com conjuntos e suas propriedades.
Na pr ´ atica, uma introduc¸ ˜ao heur´ıstica, como a que apresentamos a continuac¸ ˜ao, ´e
suficiente.
Os conjuntos ser˜ao designados (salvo menc¸ ˜ao expl´ıcita) por letras mai´usculas, deixando
as min´usculas para designar objetos dos conjuntos. Se a ´e um objeto do conjunto A, dizemos
que a pertence a A, ou que a ´e elemento do conjunto A e escrevemos a 2 A. Se a ´e um objeto
J. Delgado - S. Firmo - P. N´obrega 2 Instituto de Matem´ atica - UFF
Conjuntos 1.2 Conjuntos
que n˜ao pertence ao conjunto A escrevemos a /2 A e dizemos que a n˜ao ´e um elemento do
conjunto A. Se a, b 2 A, a notac¸ ˜ao a = b significa que a e b s˜ao o mesmo elemento de A.
Os conjuntos podem ser descritos de duas maneiras:
A. Escrevendo numa lista os seus elementos, e englobando tal lista entre chaves {. . .}. Por
exemplo,
A = {azul, verde, vermelho, laranja, mac¸ ˜a},
...