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História da Economia - Neoclassicismo

Por:   •  5/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.185 Palavras (17 Páginas)  •  530 Visualizações

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  1. ORIGENS

  • Fundamento Intelectual: consciência das condições humanas especiais provocadas pelo modo de produção capitalista e projeção dessas características específicas como naturais do homem em todas as sociedades em todos os tempos – assim como Ricardo;

  • São cinco essas características:
  1. Individualismo;
  2. Utilitarismo egoísta;
  3. Dependência dos mercados;
  4. Acumulação de capital financiada pelos lucros;
  5. Racionalismo calculista
  1.         FUNDAMENTOS DA ESCOLA NEOCLÁSSICA
  1. Individualismo
  • Especialização do trabalho e isolamento dos produtos levaram os indivíduos a considerar-se não como parte integrante de um todo socioeconômico interdependente, mas como unidades isoladas, alienadas.
  • Cada indivíduo passa a se preocupar, portanto, apenas com a sua própria sobrevivência, tendo que lidar com as questões impessoais do mercado.
  • Cada pessoa passa a ser vista como fundamentalmente egoísta e como um antagonismo e combatente natural de seu semelhante.
  • “Mão Invisível” do mercado é vista como uma forma de solucionar os conflitos surgidos com a competitividade natural dos homens.
  1. Utilitarismo Egoísta
  • Dado o caráter competitivo e egoísta da natureza humana, qual seria a base ou fonte essencial da motivação humana? Obter prazer e evitar a dor.
  • Esta crença chama-se utilitarismo e é base filosófica da teoria do valor-utilidade e da economia neoclássica.
  • Utilitarismo foi formulado de modo mais clássico e característico nos escritos de Jeremy Bentham.
  1. Dependência dos mercados
  • Especialização na produção cria dependência individual e social do bom funcionamento do mercado.
  • Quando o mercado funciona bem, o capitalismo “funciona bem”, o que faz com que os economistas que aceitam o capitalismo como o único modo de produção direcionem sua atenção apenas para o mercado, ignorando as condições de produção.
  • Em Smith e Ricardo, encontramos contradições entre harmonia proveniente do bom funcionamento do mercado (valor-utilidade) e o conflito de classes presente na produção (valor-trabalho)
  • Bentham, Say, Senior e os economistas neoclássicos abandonam totalmente a teoria do valor-trabalho
  1. Acumulação de capital financiada pelos lucros
  • Pré-requisito da especialização é a acumulação de ferramentas, máquinas e instalações mais complexas.
  • Produção desses bens exige que se abra mão da produção de bens de consumo.
  • No capitalismo, apenas os capitalistas têm a propriedade privada dos meios de produção, logo os lucros têm que aumentar para financiar os bens de produção.
  • Quem financia de fato a produção de bens de produção (acumulação de capital) em detrimento dos bens de consumo depende da distribuição entre lucros e salários.
  1. Racionalismo calculista
  • Concorrência capitalista leva ao desenvolvimento do cálculo da produção (análise custo/benefício, contabilidade, etc...)
  • Extrapolação dessa forma de pensar para além da questões dos negócios, dominando o compromisso humano.
  • Exclusão de componente religiosos, altruístas, emocional, não-racional, etc.

Alfred Marshall (1842 – 1924)

  • Inglês, formado e professor da Universidade de Cambridge, matemático que se tornou economista,
  • Públicou Princípios de Economia, em 1890, que substituiu Princípios de Economia Política, de J.S. Mill, como principal livro de Economia em inglês,
  • Mesma concepção de utilidade marginal decrescente e maximização de utilidade através da troca de Jevons, Menger e Walras;
  • Aprofundou a análise da utilidade marginal na determinação da demanda
  • Desenvolveu os conceitos de elasticidade-preço da demanda e excedente do consumidor, além de ter identificado o problema de maximização do lucro da firma com a maximização de utilidade do consumidor.

  1. Economia Neoclássica
  • Processo econômico é resultado do comportamento racional, calculado e maximizador;
  • Dois centros de atenção: família e firma;
  • Dois fluxos circulares contínuos entre famílias e firmas, fluxo real e fluxo monetário;
  • Fluxo real: famílias vendem fatores de produção (capital e trabalho) para as firmas e compram bens de consumo das firmas;
  • Fluxo Monetário: famílias recebem das firmas pagamento monetário (dinheiro) pela venda dos fatores de produção e pagam às firmas (dinheiro) pelos bens de consumo.
  • Demanda negativamente inclinada: aumenta a quantidade consumida do bem por um indivíduo, diminui o preço que o indivíduo está disposto a pagar por esse bem.
  • Hipótese 1: no período de análise, as preferências dos indivíduos são constantes;
  • Hipótese 2: utilidade marginal do dinheiro é constante;
  • Ligação entre utilidade e preço;
  • 1 real = 1 útil
  • Primeiro pedaço de pão = 4 utis = 4 reais
  • Primeiro pedaço de carne = 6 util = 6 reais
  • Segundo pedaço de pão = 2 utis = 2 reais
  • Segundo pedaço de carne = 3 utis = 3 reais
  • Curva de demanda total é simplesmente a soma das curvas de demanda individuais
  • Família Maximiza o excesso de utilidade obtido com o consumo do bem comprado em relação à utilidade da venda dos fatores de produção
  • Firma maximiza lucro, ou seja, a diferença ente o dinheiro obtido com a venda dos bens de consumo e o dinheiro gasto na obtenção dos fatores de produção
  • Analogia entre maximização de utilidade da família e a maximização de lucro da firma
  • Problemas da firma: maximizar lucro, ou seja, maximizar a diferença entre receitas e custos.
  • Duas formas de análise:
  • Produto: quanto produzir, valor da receita e dos custos de produção. Consequentemente, quanto empregar de capital e trabalho de modo a maximizar o lucro. Preços do produto e dos fatores de produção são dados.
  • Insumos: quanto usar de capital e trabalho. Receita e custos resultante da compra e uso dos fatores de produção. Preços do produto e dos fatores de produção são dados.
  • Marshall: ênfase na análise do produto
  • Maximização de lucro da firma: simetria com a maximização de utilidade do consumidor se dá somente se os fatores de produção da firma (capital e trabalho) puderem ser substituíveis também.
  • Coeficientes técnicos de produção fixos: capital e trabalho são realmente substituíveis?
  • Solução de Marshall:
  • Empresário busca usar a combinação de capital e trabalho mais eficiente, ou seja, aquela com menor custo para produzir uma certa quantidade de produto;
  • Rendimentos marginais decrescentes dos fatores de produção
  • Analogia com a utilidade marginal decrescente advindo do consumo
  • Análise dos custos da Firma
  • Firma Representativa
  • Mercado Competitivo
  • Preços Dados
  • Curto Prazo: capital fixo, mas número de trabalhadores pode variar
  • Longo prazo: capital e trabalho variáveis
  • No curto prazo em concorrência perfeita:
  • PMgL: produto marginal do trabalho
  • PMel: produto médio do trabalho
  • CMg: custo marginal
  • CMe: custo médio
  • Firma produz até o ponto em que o custo marginal (CMg) é igual à receita marginal (RMg) – neste ponto o custo médio é mínimo.
  • Críticas: empresários e leiloeiros 
  • Empresário organiza a produção movido pela possibilidade de lucro
  • Função da firma é maximizar o lucro
  • Mas em equilíbrio o lucro é zero
  • Leiloeiro walsariano determina os preços
  • Agente externo necessário para que o modelo funcione
  • Teoria da distribuição segundo a produtividade marginal
  • Análise de John Bates Clark supera a de Marshall
  • Firma contrata trabalhadores até o ponto em que o valor do produto marginal do trabalho se iguala ao salário
  • Firma compra capital até o ponto em que o valor do produto marginal do trabalho se iguala à taxa de juros
  • Fatores de produção são remunerados por sua contribuição marginal à produção
  • Não há excedente. Não há exploração. Não há lucro!!!!

(gráficos não passados para o texto)

  1. Crítica de Veblen à Economia Neoclássica

  • Capitalismo no final do século XIX (19):
  • Racionalização, regularização e institucionalização do processo de acumulação sob a forma de Sociedade Anônima;
  • Administradores profissionais e métodos de produção em série substituíram a acumulação de capital individualista
  • Duas grandes mudanças – internacionalização do capital e proprietários passivos e ausentes.
  • Mudança na Teoria econômica: marginalismo neoclássico reflete o ponto de vista social do capitalista ausente e que vive de renda: reajustes marginais em sua carteira de investimento para maximizar lucro.
  • Análise institucional de Thorstein Veblen (1857 – 1929) sobre o período
  • Thorstein Veblen:
  • Um dos teóricos sociais mais importantes, originais e profundos da história dos EUA.
  • Estilo aparentemente afastado, neutro e desinteressado em suas análises sobre o capitalismo.
  • Mas na realidade, defensor, do “homem comum” contra os “vested interests” (interesses próprios disfarçados de comuns). No caso, defensor dos trabalhadores contra os proprietários.
  • Ensinou na Universidade de Chicago e na Universidade de Stanford, nos EUA, onde não era bem quisto.
  • Ideias de Thortein Veblen:
  • Influência da Teoria da Evolução de Darwin
  • Sociedade é um organismo complexo que se adapta (ou não) a situações novas
  • Análise histórica da economia: investigação da história da vida da civilização material. Fases da civilização.
  • História Humana: história da evolução das instituições sociais
  • Conduta humana baseia-se em certos padrões de comportamento que se expressam de formas diversas em contextos históricos diferentes
  • Contextos históricos diferentes apresentam instituições diferentes, que se transformam ao longe do tempo e moldam o comportamento humano.
  • Crítica à economia neoclássica:
  • Crítica fundamental: neoclássicos analisam de forma não histórica e simplista a natureza humana e as instituições sociais
  • Tentam explicar tudo em termos de comportamento racional, egoísta e maximizador e acabam deixando de fora outros fatores importantes
  • Homem calculador de prazer e dor só reage aos estímulos externos
  • Análise apenas do funcionamento dos mercados mediado pelo sistema de preços, adequando para a comunidade dos negócios
  • Finalidades da teoria neoclássica:
  • Justificar a remuneração do capital baseado na ideia que ele produz utilidade
  • Todas as rendas (da terra, do capital e do trabalho) representam suas contribuições produtivas para a sociedades (aluguel, juros, e salários) e, portanto, são equivalentes em termos morais, econômicos e sociais
  • No sistema capitalista concorrencial a harmonia social é o estado natural das coisas
  • Toda fonte de renda representa uma contribuição útil de um fator de produção para a sociedade
  • Esse resultado pressupõe que em todas as sociedades o comportamento humano sempre foi pautado pela maximização de utilidade
  • No capitalismo, a obtenção de rendimento dos fatores de produção se daria de forma mais eficiente (direitos de propriedade individuais)
  • Veblen:
  • Produção é um fenômeno social e cultural e não pode ser resumido à contribuição de uma pessoa ou fator de produção
  • Produção é um processo social em que os homens compartilham conhecimento e habilidades (cooperação) para transformar e se adaptar à natureza
  • A separação entre propriedade da terra, do capital e do trabalho era específica do capitalismo, assim como suas respectivas remunerações de aluguel, juros e salário
  • Capital não é simplesmente uma entidade física, mas principalmente uma uma propriedade garantida pelas leis e instituições
  • Renda da capital (juros) era, portanto, uma peculiaridade do capitalismo e suas instituições
  • Renda do trabalho (salário) era, portanto uma peculiaridade do capitalismo e de suas instituições.
  • Funções da teoria econômica neoclássica: obscurecer o conflito básico do capitalismo entre proprietários e trabalhadores fazendo com que ele parecesse aparente e não real. Fazendo também com que a relação entre empregado e empregador parecesse atemporal e eterna.
  • Teoria econômica neoclássica serve aos interesses dos proprietários, mas enfatiza a virtude dos interesses comuns (“vested interests”).
  1. A formação do institucionalismo como movimento
  •  Primeiro uso proeminente dos termos “abordagem institucional” e “economia institucional” foi feita por Walton Hamilton, em seu artigo apresentado no encontro da AEA, em 1918
  • “The institutional Approach to Economic Theory” (Hamilton, 1919) foi um apelo para que os economistas adotassem a abordagem institucional ao invés da neoclássica;
  • c
  1. Ser capaz de unir as diferentes áreas da economia
  2. Ser relevante para o controle social
  3. Tratar as instituições como a base da economia
  4. Se preocupar com o “processo”, na forma de mudança institucional e desenvolvimento
  5. Ser baseada em uma teoria do comportamento humano de acordo com a “moderna psicologia social”.
  • Hamilton (1919) cita H.C Adams C.H. Cooley – ambos seus professores em Michigan -, Thorstein Veblen e Wesley Mitchell como líderes do movimento institucionalista
  • Na mesma sessão da AEA, J. M Clark falou sobre a Economia em uma “era de reajuste social” e Walter Stewart defendeu o uso da psicologia e da sociologia na construção de uma Economia preocupada com a questão do controle social
  • O esforço em promover a Economia Institucional tem a ver com o fim da primeira guerra mundial: percepção da importância dos dados econômicos e das análises de política, assim como do papel do governo na economia.
  • A partir do encontro da AEA (1918), outros esforços para promover a Economia Institucional foram os seguintes:
  1. Sessão da AEA (1920) crítica à Economia Neoclássica
  2. Presidential Address de Mitchell na AEA de 1924
  3. Edição do livro The Trend of Economics por Rexford Tugwell, que incluia artigos de Mitchell e Clark, entre outros, também em 1924
  • Nos anos 1920, a Economia Neoclássica não era hegemônica nos EUA e na Europa, e a Economia Institucional se desenvolveu significativamente em universidades e institutos de pesquisa de primeira linha, dentre eles:

Universidade de Chicago, Universidade de Columbia, Umass (Amherst), Universidade de Wisconsin, Robert Brookings Graduate School e o NBER.

  1. As fontes e o Apelo da Economia Institucional
  • Ideias de Thorstein Veblen misturadas às de Wesley Mitchell, Walmon Hamilton, Walter Stewart, John M. Clark e John R. Commons.
  • Escola Histórica Alemã: influente na economia Americana, nas décadas de 1880 e 1890. Muitos americanos fizeram seus estudos na Alemanha e trouxeram de volta as ideias que alimentaram o institucionalismo. ;
  • O elemento mais importante da abordagem institucionalista é a ideia do sistema econômico como um conjunto de instituições sociais em evolução (normas sociais, convenções, leis e práticas comuns);

Ideias Gerais de Veblen:

  • Natureza cumulativa e de path-dependence das mudanças institucionais;
  • O papel de novas tecnologias na promoção das mudanças institucionais;
  • O caráter pecuniário das instituições americanas;
  • Dentro desse arcabouço, Veblen analisa e critica o consumo para ostentação e as normas de consumo, o efeito das finanças no controle das empresas, a propagando e o ciclo de negócios, entre outras coisas;
  • As instituições legais e sociais dos EUA estariam em descompasso com as inovações tecnológicas e seriam inadequadas para o controle social da indústria moderna.

Ideias misturadas às de Veblen:

  •  Crítica à análise neoclássica: não é utilizada em muitos estudos de diferentes áreas (aplicadas) da Economia. A Economia Institucional resolveria esse problema ao unificar a análise de todas as áreas da economia, interpretando-a como uma economia industrial onde prevalecem o dinheiro e as finanças - Hamilton e Mitchell;
  • Reforma das instituições legais: no que diz respeito à regulação, às leis trabalhistas, sindicatos, seguridade social, saúde e direitos do consumidor – Hamilton, Clark e Commons;
  • Economia institucional e a psicologia moderna: Economia deveria ser reconstruída com base na teoria do comportamento humano, de acordo com as conclusões da psicologia social moderna. Crítica à psicologia hedonista implícita na teoria da utilidade marginal – Veblen e Mitchell.
  • Economia Institucional como Ciência Empírica: combinação da ideia de Veblen de uma economia monetária com abordagem quantitativa e estatística aprendida por ele em Chicago.
  • Business Cycles (1913) de Mitchell: é recebido e concebido como paradigma científico para a ciência econômica. Ciclo de negócios como fenômenos gerado pelas instituições de uma economia monetária desenvolvida que geral comportamentos em massa – e são melhor analisados quantitativamente.
  • Teoria mais realista e aberto ao teste empírico: crítica ao caráter abstrato da abordagem neoclássica. Teoria deveria estar de acordo com os dados comportamentais coletados – Clark;
  • Ou seja, nos anos 1920, a economia institucional era um programa de pesquisa promissor, por seu caráter moderno, científico, crítico, ligado à psicologia, sociologia, e ao direito, estabelecido nas melhores universidades americanas e preocupado com política econômica e reforma.

  1. Contribuição da Economia Institucional
  • Os institucionalistas tinham uma agenda positiva de pesquisa, não eram apenas dissidentes dos neoclássicos – ao contrário do que dizem Mark Blaug e George Stigler.
  • Melhora da qualidade dos dados: através do NBER, foram produzidos estudos empíricos relacionados ao ciclo de negócios, ao trabalho, a preços e, principalmente, à contabilidade nacional, além da assessoria estatística ao governo.
  • Contribuição no debate sobre a Economia e Psicologia: Clark (1918) argumentou que a decisão dos agentes implicavam custos em obter as informações relevantes e de fazer os cálculos necessários, o que abriria espaço para comportamentos baseados em hábitos e costumes.
  • Mitchell (1925) enfatizou as práticas do behaviorismo, do tipo estímulo/resposta, reflexo condicionado a testes de performances, na análise de questões sociais
  • Economia do consumo e da família: os padrões de consumo se estabelecem de acordo com o padrão de vida do indivíduo, não é derivado da teoria da utilidade marginal – Kyrk e McMahon. O consumo, educação e a renda dos membros da família eram determinados pelo funcionamento da estrutura familiar – Kyrk.
  • Comportamento das firmas e funcionamento dos mercados: modelos de competição perfeita e monopólio são inadequados para tratar da organização industrial. Através de estudos de caso notadamente e da indústria do carvão - , atribui-se um papel determinante para as práticas cotidianas e para as leis – Hamilton;
  • Mercado de trabalho: ênfase na barganha coletiva e sistemas de conciliação e mediação na determinação dos salários. Papel fundamental dos sindicatos e questões que vão além da oferta e demanda – Commons e Clark
  • Bens Públicos: a iniciativa privada tem interferência em questões de interesse público. Leva à discussão sobre direitos de propriedade regulamentação das atividades privadas – Commons e Clark.
  • Economia e Direito: a “transação” é a unidade básica de análise do mercado. Vista como uma transferência de direitos em um contexto de poder econômico e legal, direitos e deveres – Hamilton e Commons
  • Ciclo de negócios: ciclos estão relacionados ao funcionamento de um sistema de instituições pecuniárias – busca de lucro por firmas e bancos, e determinação de preços e salários. Pesquisas no NBER que acabaram por desenvolver a contabilidade nacional e indicadores de atividade – Mitchell (Business Cycles, 1913) e Clark;
  • Falhas de mercado: externalidades, bens públicos, desemprego, monopólio e discrepâncias entre interesses sociais e privados, de um modo geral. Justifica o controle social dos negócios privados – Clark (Social Control of Business, 1926)
  • Política e o New Deal: seguro-desemprego, seguro-saúde, políticas de sustentação do PIB, leis trabalhista, entre outras. Muitos institucionalistas participaram do governo de Roosevelt, implementando essas ideias.

  1. Institucionalismo a partir dos anos 1930

A partir de 1930, o programa de pesquisa institucionalista passou a lidar com dificuldades internas e desafios externos.

Dificuldades internas:

  1. A “psicologia moderna” que serviria de base para o comportamento humano não havia se estabilizado, estava em transição da psicologia dos instintos/hábitos para o behaviorismo. Esta última abordagem passou a ser criticada por seu caráter mecanicista na aplicação do estímulo-resposta. Acabou criando conflito entre os próprios institucionalistas
  2. O projeto de Mitchell para atualizar seu B usines Cycles (1913), nos anos 1920, no NBER, acabou se ampliando, se estendendo e não sendo totalmente completado. O sucesso parcial das políticas do New Deal abriu espaços para outras abordagens.

Desafios Externos:

  1. Economia Keynesiana se apresentou como alternativa às políticas macroeconômicas e à pesquisa de ciclo de negócios. Depois da Segunda Guerra, com sua conexão com a econometria, se tornou ainda mais forte, culminando com a crítica ao institucionalismo através do “measurement without theory” de Koopmans (1947);
  2. Economia Neoclássica se livrou da linguagem hedonista, se afastando de questões psicológicas, através da revisão da teoria da demanda feita por Hicks. A competição imperfeita foi abordada por Joan Robinson e Edward Chamberlain. A questão das externalidades foi esclarecida.
  3. A atenção se voltou para a teoria neoclássica em detrimento do institucionalismo, sendo o último acusado de não apresentar uma teoria propriamente dita.
  4. Alguns princípios institucionalistas sobreviveram ao período pós-segunda guerra, mas não o movimento como um todo

  1. Transformação da Ciência Econômica nos EUA

(Do pluralismo entre guerras ao Neoclassicismo do pós-guerra)

  1. O que foi o Pluralismo entre guerras e o Neoclássico do pós-guerra?
  2. Como foi essa mudança?
  3. Pluralismo do entre guerras: mais do que simplesmente institucionalistas vs neoclássicos
  4. Institucionalismo: movimento amplo e não-excludente.

Importância das instituições para a economia. Controle social para lidar com questões criadas pelo sistema de mercado existente.

...

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