IBM e sustentabilidade ambiental

IBM e sustentabilidade ambiental

Tenho visto que as preocupações com sustentabilidade estão ultrapassando a barreira do marketing e do retorno financeiro. Simplesmente dar lucro não é mais suficiente. Um exemplo: Wal-Mart lançando projeto de “selo verde” ou etiquetas com classificação ambiental para produtos vendidos ao redor do mundo. A iniciativa do maior varejista do mundo, a ser desenvolvida ao longo de vários anos, fixará metas rígidas de redução do consumo de energia, corte do desperdício e lançamento de produtos sustentáveis. Esta preocupação também está presente nas políticas de diversos países. A Holanda tem como meta ter 30% de sua matriz energética vindo de energia limpa e renovável nos próximos onze anos. A intenção é que já em 2018 todas as casas holandesas tenham energia renovável. Hoje 99% de todo o lixo doméstico de Amsterdã já é transformado em energia verde, calor e materiais reciclados para uso em construções. O metrô desta cidade funciona à base de energia gerada do lixo.

Os desafios que nossa sociedade enfrenta são imensos. Relatório das Nações Unidas diz que por volta de 2080 metade da população mundial estará vivenciando forte escassez de água potável. Hoje, Israel, devido a queda no nível do Mar da Galiléia, vem adotando medidas para reduzir o consumo de água, aumentando o valor cobrado por metro cúbico consumido. A água do mar dessalinizada é responsável por 21% do abastecimento do país. Esta é a realidade: a demanda por água no mundo está crescendo ao mesmo tempo em que a oferta diminui.

O último relatório de de responsabilidade corporativa da IBM mostra claramente a posição da empresa frente aos desafios da sustentabilidade. A sua frase de abertura é clara: “The issues we are addressing, from clean water, to safe food, to sustainable and vibrant cities, to smarter work, to empowered communities, are not a choice between business strategy and citizenship strategy. They are both”.

A IBM está comprometida com sustentabilidade desde há muito tempo. Em 2008 os projetos globais de conservação de energia resultaram em economia de energia correspondente a 6,1% de seu consumo total. Estas iniciativas evitaram o consumo de 235 milhões de kWh de eletricidade. Um exemplo foi o programa de consolidação dos data centers internos que pouparam 10 milhões de kWh e cerca de um milhão de dólares.

A IBM também está envolvida em diversos projetos de pesquisa na área de energia, que incluem tecnologia solar (pesquisas fotovoltaicas) e construção de smart grids. Além disso, outros programas de sustentabilidade incluem redução das emissões de PFC, emitidas no processo de fabricação de semicondutores (em 2008 as emissões eram 30% menores que as emitidas em 1995), redução da emissão de CO2, servidores mais eficientes no uso de energia e logística mais eficiente. A redução de emissão CO2, por exemplo, tem metas ambiciosas: em 2012 a IBM deverá emitir 12% menos gases de efeito estufa que emitia em 2005. A logística tembém merece atenção. A IBM tem uma das mais complexas e maiores cadeias de suprimento do mundo, envolvendo mais de 30.000 localidades em 60 países. A atenção da logística é contemplada pela iniciativa chamada SCSR (Supply Chain Social Responsability) que desenvolve atividades de melhoria da sustentabilidade das empresas fornecedoras, inclusive contando com um código de conduta. A IBM também tem um ativo processo chamado “Product end-of-life management” que visa tratar adequadamente o descarte e reciclagem de produtos após o término de sua vida útil.

Mas, aqui no Brasil ainda temos um longo caminho a percorrer. Nossa cultura ainda não está acostumada com escassez de recursos naturias como a água. Jogamos água fora, lavando calçadas...40% da água extraída no Brasil é desperdiçada. Não reciclamos materiais eletrônicos que agridem o meio ambiente. Um exemplo? Em 2008, apenas 2% das baterias dos milhões de celulares em uso no país foram recicladas. O que acontece quando jogamos no lixo comum uma bateria de celular? Ela contamina o lençol freático e pode causar sérios danos ao ser humano.

Infelizmente, na minha opinião, a sociedade brasileira ainda está pouca sensibilizada com o tema sustentabilidade. Algumas pesquisas mostram uma situação meio contraditória. Enquanto as empresas que se dedicam a causas socioambientais são, a cada dia, mais admiradas, somente uma pequena parcela dos consumidores se mostra disposta a converter esta admiração em compras. Apenas 12% dos brasileiros compram produtos influenciados pelos apelos socioambientais das marcas. Na prática, a maioria das empresas e cidadãos não tem agido concretamente, ficando mais no discurso que na prática. Por outro lado, fica cada vez mais nítido que sustentabilidade e bons negócios andam juntos. Diversos estudos tem demonstrado isso, indicando que os investidores já valorizam as empresas com histórico de investimento em inovações ligadas à sustentabilidade.

Mas sou otimista e acredito que veremos nos próximos anos uma sociedade muito mais preocupada com sustentabilidade. Mas, para isso devemos desde já incutir esta conscietização nas escolas e na sociedade, acelerando as pressões para que todos, empresas e residências, se tornem mais eficientes energéticamente. Temos aí um novo e desafiador caminho pela frente.

https://www.ibm.com

ctaurion | July 31 2009 | Tags: sustentabilidade

acessado em 12/10/12

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