Logística Reversa. Aparelhos celulares
Pesquisas Acadêmicas: Logística Reversa. Aparelhos celulares. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: caiguima • 23/11/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 1.909 Palavras (8 Páginas) • 608 Visualizações
LOGÍSTICA REVERSA:
APARELHOS CELULARES
O crescimento da tecnologia de celulares levou o ser humano ao desejo de constante inovação, buscando trocar o velho aparelho por um de última geração. Mas se todos se propuserem a deixar seus velhos aparelhos de lado, aonde eles vão parar?
Poucos aparelhos eletrônicos se tornaram tão descartáveis quanto o celular. Hoje, cerca de 3,5 bilhões de pessoas -- o equivalente à metade da população do planeta -- tem uma linha móvel. Em média, essa multidão troca o aparelho em até dois anos. O descarte acelerado desses equipamentos representa um dos problemas ambientais mais graves da atualidade. Uma pesquisa da americana ReCellular, uma das maiores recicladoras de celulares do mundo, mostra que mais de 100 milhões de aparelhos são descartados por ano. Esse volume equivale, considerando o peso médio de 130 gramas por celular, a 13.000 toneladas placas, circuitos, plásticos e baterias com substâncias tóxicas, que compõem grande parte dos componentes de um celular e podem ser reciclados e voltar à indústria.
Com a crescente pressão de ONGs e dos próprios consumidores, a capacidade de não deixar (ou pelo menos diminuir) essas “pegadas” no meio ambiente se tornou a mais nova base de competição entre as grandes fabricantes de celulares. Além de lançar o modelo mais fino, leve, colorido, funcional e inovador, essas empresas agora correm para criar os equipamentos mais verdes do mercado -- que consomem menos energia e possuem menos materiais tóxicos e mais peças recicláveis.
Por trás dessa corrida existe uma mudança radical na maneira como as empresas pensam e estruturam seu negócio -- desde a concepção dos produtos até a criação de novos caminhos para trazê-los de volta, num movimento conhecido como logística reversa.
PIONEIRISMO FINLANDÊS:
NOKIA
A pioneira nesse campo é a finlandesa Nokia, maior fabricante de celulares do mundo, com vendas de 57 bilhões de dólares em 2007. O pontapé inicial em seu programa de reciclagem aconteceu em 1995, com uma então tímida iniciativa de coletar aparelhos em lojas de assistência técnica -- antes mesmo que existisse uma legislação a esse respeito. (A fabricante de celulares americana Motorola, por exemplo, iniciou a coleta de aparelhos usados em 2004.) Cada vez mais, a empresa Nokia tem usado materiais reciclados e reutilizáveis em embalagens, além de reduzir o volume destes materiais. A maioria dos materiais utilizados nos aparelhos podem ser reciclados no final da vida útil do produto. Hoje, cerca de 65 % até 80% de um celular Nokia pode ser reciclado, 15 pontos percentuais acima da atual norma da União Europeia, a mais rigorosa e avançada do mundo. A empresa estima que é responsável pela coleta de 2% dos celulares de todas as marcas descartados anualmente -- algo como 2 milhões de aparelhos (parte do material reciclado é reaproveitada pela própria empresa e o restante é vendido a terceiros). Num levantamento trimestral realizado pela ONG Greenpeace desde agosto de 2006, a Nokia foi a primeira colocada em todas as edições. (A única exceção ocorreu na pesquisa realizada em dezembro de 2007, na qual a fabricante perdeu a liderança para as concorrentes Sony Ericsson e Samsung porque a ONG não conseguiu devolver aparelhos da marca em cinco países: Argentina, Filipinas, Índia, Rússia e Tailândia).
Uma das etapas mais críticas para fazer a estratégia verde dar certo é uma preocupação absolutamente inédita para essas fabricantes -- convencer os consumidores a devolver os aparelhos em vez de eles simplesmente colocá-los na gaveta ou jogá-los no lixo. A Nokia não divulga o investimento para estimular o retorno de aparelhos, mas hoje realiza campanhas em países da Europa, da América do Norte e da Ásia. Mais recentemente, a companhia intensificou a atenção aos países asiáticos, uma das regiões do mundo onde o consumo de aparelhos mais cresce.
A RECICLAGEM
Um dos componentes do celular que causa mais dano ao meio ambiente é a bateria, pois quando esgotado seu potencial energético, torna-se resíduo perigoso, e como tal deveria ser encaminhada para a reciclagem ou para um aterro industrial. As capas plásticas podem ser recicladas e alimenta todo o processo. As embalagens da Nokia são basicamente de cartolina, sendo fácil a reciclagem.
A reciclagem envolve uma série de atividades das quais materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo são desviados, coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. Para cada 1 kg de celular para reciclagem é possível reciclar 650g de metal e 250g de plástico. A reciclagem de celular pode contribuir por meio do fortalecimento das cooperativas de catadores, diminuição na extração de minerais usados na fabricação do celular ajudando na preservação do meio ambiente, diminuição da quantidade de resíduos sólidos eletrônicos depositados a céu aberto, evitando assim a contaminação do solo por metais pesados provenientes das baterias como Mercúrio, Cádmio, Chumbo, Lítio, Níquel, Zinco, Cobalto e compostos e Bióxido de Manganês sendo que o tempo de degradação de tais metais é infinito. Essas substâncias quando lançadas no lixão a céu aberto são levados pelas chuvas, penetram no solo e chegam às águas subterrâneas, atingindo córregos e riachos. A água contaminada atinge a cadeia alimentar humana por meio da irrigação agrícola ou do consumo direto.
Para saber como está a consciência das pessoas, a empresa fabricante de celular Nokia realizou uma pesquisa que aponta que apenas 2% dos brasileiros destina seus celulares usados para a reciclagem enquanto 32% das pessoas deixam os aparelhos guardados em casa e 29% dos consumidores repassam o celular para outra pessoa, 10% jogam o aparelho antigo no lixo comum alguns por desconhecerem os danos que os materiais pesados encontrados na bateria causam.
No processo de reciclagem, a companhia oferece cerca de cinco mil pontos de coleta de baterias e celulares em mais de 80 países. Aparelhos e acessórios podem ser entregues para reciclagem de diversas formas: nas nove flagshipstores (lojas da Nokia) distribuídas pelo mundo, incluindo a unidade do Brasil, na Rua Oscar Freire, em qualquer loja de operadora (VIVO, TIM, OI e outras), pontos de coleta autorizados. Todo material recolhido é enviado para empresas terceirizadas especializadas em reciclagem desse tipo de material.
No SESI do Amazonas, a coleta dos produtos descartados ocorre mensalmente ou assim que as urnas estiverem cheias. A Nokia possui uma rede
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