Micro e pequenas empresas
Seminário: Micro e pequenas empresas. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: EniltonAlves • 30/3/2014 • Seminário • 1.793 Palavras (8 Páginas) • 322 Visualizações
As micro e pequenas empresas (MPE´s) surgem a partir da ação de pessoas que se lançam ao
empreendimento na busca de realização profissional e pessoal, o que confere a essas
organizações um forte componente pessoal em sua administração. Muitas vezes esses
indivíduos não possuem conhecimentos teóricos e práticos de gestão, dentre os quais os de
custos, úteis ao processo decisório eficaz. Assim, este estudo objetivou a criação de um
conjunto de relatórios para a gestão de custos, a ser usado para otimizar os resultados de uma
pequena empresa calçadista na cidade de São Paulo. A revisão da literatura revelou, em
relação aos métodos de custeio, entraves no uso do custeio por absorção para fins gerenciais.
Apontou o custeio variável como o mais apropriado para as pequenas empresas, por permitir a
distinção entre custos fixos e variáveis, o melhor entendimento da natureza e do
comportamento desses custos em função dos volumes de produção e vendas, e a apuração da
margem de contribuição. A razão do embasamento do conjunto de relatórios no método de
custeio variável é a sua simplicidade e possibilidade de assimilação por gestores de MPE´s,
como os da empresa objeto da pesquisa. O trabalho se caracterizou como uma pesquisa-ação,
com a realização de análise documental e observação presencial na pequena empresa objeto
da pesquisa, o que permitiu obter os elementos que subsidiaram a elaboração do conjunto de
relatórios propostos neste trabalho.
Palavras-chave: Microempresa. Gestão de custos. Custeio variável.
Área Temática: Contabilidade de Custos
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1 - Introdução
A alta porcentagem de micro e pequenas empresas (MPE´s), em relação ao total das
existentes, revela a importância dessas organizações no cenário brasileiro. Dados do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE (2006), revelaram a existência
de 5,1 milhões de empresas no Brasil em 2004. Dessas, 98% são MPE´s. A mesma fonte
revelou que, à época, os pequenos negócios formais e informais respondiam por 67,0% das
ocupações do setor privado e por 20,0% do PIB.
Pesquisa em nível nacional do SEBRAE, realizada no primeiro trimestre de 2004, a
partir de dados de amostras de empresas constituídas e registradas nas Juntas Comerciais
Estaduais no período de 2000 a 2002, revelou elevada estimativa de mortalidade dessas
organizações: 49,9% encerraram suas atividades com até dois anos de existência, 56,4% com
até três anos e 59,9% com até quatro anos.
Outra pesquisa do SEBRAE, com empresas estabelecidas no Estado de São Paulo,
realizada entre outubro e dezembro de 2004, revelou que cerca 56,0% dessas organizações
fechavam antes de completarem o 4 º e o 5º ano de atividade, 29,0% não chegava ao 1º. ano
de atividade, 42,0% não atingiam o final do 2º. ano, e 53,0% encerravam suas atividades antes
do fim do 3º. ano.
Dentre os fatores apontados na pesquisa realizada entre outubro e dezembro de 2004,
como causadores do insucesso das MPE´s, destaca-se a má gestão empresarial, inclusive pela
ausência da gestão de custos, situação que compromete o prosseguimento dos negócios, e a
continuidade dessas organizações. A apuração e o controle dos custos, necessários ao
desenvolvimento de qualquer negócio, muitas vezes não são feitos nas MPE´s, o que induz à
tomada de decisões sobre preços de forma empírica, sem embasamento gerencial. Segundo
Assef (2005, p.XV) “a correta formação de preços é questão fundamental para a
sobrevivência e o crescimento auto-sustentado das empresas, independentemente de seus
portes e de suas áreas de atuação”.
Kassai (1996) realizou pesquisa exploratória com empresas de pequeno porte. A
autora constatou que, apesar dessas entidades exercerem papel relevante na economia, havia,
à época de seu trabalho, poucas pesquisas sobre o setor, que contribuíssem para demonstrar a
utilidade e a importância da Contabilidade para a gestão das empresas de menor porte.
Souza (2000, p.2) pesquisou o uso de relatórios gerenciais pelas MPE´s comerciais de
Curitiba, e constatou que 50,0% das organizações estudadas formavam seus preços com o
acréscimo de uma porcentagem em seus produtos (uma espécie de mark-up), 26,0%
estabeleciam preços tendo como benchmarking pesquisas no mercado, 13,0% por estimativas,
10,0% por indicação de seus fornecedores, e apenas 1,0% formavam seus preços
considerando seus custos e volumes de operação.
Os fatos relatados oferecem a oportunidade para a realização deste trabalho, que
consistiu em elaborar e propor um conjunto de relatórios para a gestão de custos de uma
pequena empresa estabelecida desde 1972, na cidade de São Paulo, fabricante de calçados
femininos.
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