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Micro-teoria

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Por:   •  13/5/2014  •  Seminário  •  2.473 Palavras (10 Páginas)  •  297 Visualizações

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Ao Marco Teórico cumpre explicar objetivamente os conceitos, modelos e teorias

microeconômicas utilizadas como referencial analítico por teóricos do mainstream das

Relações Internacionais. Esta série de conceitos e modelos, elaborados ao longo de dois

séculos, exprimem o “formalismo lógico-empírico” que fundamentariam as Relações

Internacionais como “Ciência”. Em sua essência, os esforços de Waltz, Gilpin e Keohane são

direcionados para o mesmo problema, já que os três autores procuram, amparados pela Teoria

Microeconômica, oferecer a melhor explicação para o comportamento dos Estados e

descrever a natureza das relações internacionais.

O “formalismo lógico-empírico” da Teoria Microeconômica, ou o “racionalismo”

(KEOHANE, 1988) ou o “positivismo” (LAPID, 1989), une, epistemologicamente, os três

autores. Para compreender esta abordagem comum aos três, revisa-se6 a literatura

microeconômica pertinente ao tema, de Adam Smith à Teoria dos Jogos. Para tanto, se

recorrerá a leituras dos textos originais selecionados, bem como de manuais de Teoria

Microeconômica e outros estudos significativos, a fim de suprir quaisquer déficits

bibliográficos para o estudo deste tema em específico.

2.1 A “Microteoria” de Adam Smith e o Egoísmo Individual

Adam Smith, ao publicar An Inquiry into the Nature and Causes o f Wealth o f Nations

em 1776, é consolidado como um dos expoentes do Iluminismo. Devido a essa obra, Smith é

considerado o fundador da Economia Moderna, sobre bases “científicas” (NICHOLSON,

2002), cujas primeiras teorias seriam prudentes quanto ao seu nível de generalidade e ocupar-

se-iam precipuamente dos problemas sociais de seu tempo:

From Adam Smith to John Stuart M ill and Karl M arx (and excepting David

Ricardo), the classical economists were nondisciplinary (the disciplines had not

been invented), concerned about the empirical details o f the social problems o f

6 Para fins didáticos, a forma de exposição escolhida não faz uso de expressões matemáticas, ou de

representações geométricas, mas apenas dos conceitos que embasam ou resultam destas formulações.17

their day, and modest about the degree o f generality to which their theories

aspired. (BOWLES, 2004, p. 15)

Dentre estes problemas, Bowles (2004) destaca o que chama de “enigma

constitucional clássico”, o qual se refere à estruturação das interações sociais de forma a

permitir que indivíduos pudessem livremente tomar decisões evitando resultados indesejáveis.

Thomas Hobbes and the other founders o f European political philosophy, as well

as the great classical economists from Adam Smith to John Stuart Mill, sought to

discover the institutions that by addressing problems like these would be most

conducive to human well-being. For them an over-arching question was: how can

social interactions be structured so that people are free to choose their own actions

while avoiding outcomes that none would have chosen? I call this the classical

constitutional conundrum. (BOWLES, 2004, p. 24)

Posto de outra maneira, à sua época, um dos maiores desafios às ciências sociais seria

compreender o descolamento entre os resultados agregados das interações entre indivíduos e

suas ações, ou intenções, individuais. Sob a influência de Mandeville e Hume, economistas, a

partir de Smith, direcionam esforços a fim de compreender as relações nada óbvias que ligam

ações individuais e seus resultados sociais.

One o f the great challenges in the social sciences is to understand how aggregate

outcomes are often different from anyone’s intent, sometimes better [...] but

sometimes worst [...]. Economists specialize in unintended consequences and, since

Bernard Mandeville and David Hume, have studied the way the actions o f many

individuals acting on their own produce aggregate outcomes that nobody intended.

The many sophisticated models o f this process are one o f the distinctive

contributions o f economics. More important than the models is the insight that no

obvious relationship links the motives o f the people engaging in an interaction and

the normative properties o f the aggregate outcomes occurring as a result o f their

interactions. (BOWLES, 2004,Ao Marco Teórico cumpre explicar objetivamente os conceitos, modelos e teorias

microeconômicas utilizadas como referencial analítico por teóricos do mainstream das

Relações Internacionais. Esta série de conceitos e modelos, elaborados ao longo de dois

séculos, exprimem o “formalismo lógico-empírico” que fundamentariam as Relações

Internacionais como “Ciência”. Em sua essência, os esforços de Waltz, Gilpin e Keohane são

direcionados para o mesmo problema, já que os três autores procuram, amparados pela Teoria

Microeconômica,

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