O Ensaio Espaço, Território e Região
Por: Celimara.reis • 1/4/2023 • Trabalho acadêmico • 1.178 Palavras (5 Páginas) • 76 Visualizações
Ensaio sobre o livro - Território, globalização e fragmentação
Nome: Celimara Fabiana Lopes dos Reis
O Retorno do Território – Mílton Santos
Para o autor o território é como formas, objetos e ações, ou seja, espaço humano habitado que não desapareceu na era da globalização, permanece ativo com novas percepções. Podemos dizer então que uma nova construção do espaço e novo funcionamento do território, pode ser compreendido na explanação da verticalidade que foram abordadas como a formação de pontos distantes uns dos outros ligados por formas e processos sociais distintos, porém em redes. Já na horizontalidade fica claro a distinção que Santos faz entre o território como o espaço banal, de todos, e a rede, como o espaço de alguns.
Considerando a análise sobre a verticalidade e horizontalidade, podemos diferenciar os seguintes pontos:
Verticalidade:
- Espaço em rede,
- Organização privilegiada nas redes,
- Ordem global;
- Acontecer hierárquico
- Densidade técnica informal.
Horizontalidade:
- Espaço banal,
- Organização solidária,
- Ordem local,
- Acontecer homólogo e complementar,
- Densidade comunicacional.
Analisando a síntese acima podemos dizer que, quando falamos de verticalidade num contexto de globalização abordamos o conceito de organização hierárquica dos poderes (estado, políticos e militares) no relacionamento entre Estados, sendo assim, prevalece a condição de desigualdade, onde os mais privilegiados que podem exercer o poder sobre os menos privilegiados, fazendo assim, prevalecer os seus interesses individuas. A horizontalidade a situação em que os Estados estão em condição de igualdade e o processo de negociações acontece livremente entre as partes, buscando atender o interesse mútuo.
SANTOS, Mílton. O Retorno do Território. In: SANTOS, Mílton; SOUZA, M. Adélia A. de e SILVEIRA, M. Laura (Orgs): Território, globalização e fragmentação. São Paulo, Hucitec, 1998.
Geografias da desigualdade: Globalização e fragmentação - Adélia Souza
As transformações no regime de produção e o foco no capitalismo atingem dimensões globais, determinando reestruturações nas relações econômicas, políticas e culturais. Com a globalização, o Estado nacional não é mais a principal referência na economia, mas o elemento que sustenta o capital numa sociedade é as interações geográficas, geradas através do movimento de articulação entre o espaço e tempo.
Desta forma, essa movimentação transforma a sociedade, ou seja, pode determinar um espaço geográfico como uma construção social como desenvolvida ou subdesenvolvida. Segundo Souza o território pode ser constituído sob a ótica operacional, histórica e geográfica, fatores esses direcionados pela globalização e fragmentação.
Considerando a explicação do mundo contemporâneo, impulsionado pela constante evolução tecnológica, a globalização e fragmentação passou por um processo de expansão, onde a Souza descreve que as geografias das desigualdades, onde o sistema mundo está longe de ser equilibrado o que reforça a fala de Santos sobre o impacto da verticalidade, dessa forma, podemos citar que o espaço e tempo dos produtos pode ser o principal fator do agravamento das desigualdades social e territorial.
Segundo a Souza de lado podemos refletir sobre a geografia da fome e guerra aumentando as desigualdades sociais e territoriais e do outro temos a geografia da globalização perversa. Um exemplo desse processo é o fluxo de exportação da riqueza mineral do Brasil, onde exportamos minerais classificados com raros, material esse que se fosse industrializado no Brasil poderia ter um valor agregado melhor para o Estado.
Dessa forma podemos refletir sobre o porquê esse processo transformação tecnológica do minério em produto final é efetuado no Brasil? Provavelmente a empresa responsável pelo processo é multinacional, dessa forma, produzindo aqui ou em outro espaço geográfico é indiferente, visto que, o valor agregado do final da cadeia está garantido. Gerando assim, um descompromisso com o desenvolvimento dos Estados por onde produto (matérias-primas) passou até virar um produto final.
Assim dentro desse modelo acontece uma exclusão econômica, onde fragmentação nada mais é do que uma estratégia de fortalecimento da globalização. Visto que, a globalização não é um processo homogêneo e não incorpora todos os territórios da mesma forma e intensidade em suas diferentes dimensões econômicas, culturais ou informacionais. Diante disso, há uma contribuição das desigualdades socioeconômicas e um agravamento dos problemas como a concentração de renda, a pobreza e o desemprego.
SOUZA, M. Adélia A. de. Geografias da desigualdade: Globalização e fragmentação. In: SANTOS, Mílton; SOUZA, M. Adélia A. de e SILVEIRA, M. Laura (Orgs): Território, globalização e fragmentação. São Paulo, Hucitec, 1998.
Organização Econômica do Território: Algumas reflexões sobre a evolução no século XX
Benko apresenta a globalização dos fluxos econômicos, enfatizando uma reaglomeração da produção acelerado, desordenada, mal regulada, aumentando assim, os riscos de exclusão social em todos os países. O processo se apresenta com três elementos, sendo industrialização, urbanização e sistemas locais inovadores, vinculados a acontecimentos econômicos e a evolução tecnológica.
As mudanças econômicas trouxeram novos elementos para as discussões sobre a mundialização. Houve a reestruturação da indústria, aumento das atividades de serviço e a produção com alta tecnologia, fatores que transformaram a organização territorial, dando uma ênfase maior para a economia global. Benko apresenta a dinâmica dos novos espaços econômicos e se concentra nas transformações e comportamento geográfico. Ligando assim, a teoria da localização industrial com o objeto de estudo da geografia econômica pós-weberiana. Por esse motivo surge a nova divisão espacial e internacional do trabalho, com organização da produção flexível e especialização inter-regional, conhecida como DIT - Divisão Internacional do Trabalho.
...