REFLEXÕES SOBRE TEORIA E PRÁTICA INVESTIGAÇÃO OPERACIONAL
Projeto de pesquisa: REFLEXÕES SOBRE TEORIA E PRÁTICA INVESTIGAÇÃO OPERACIONAL. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Beico • 9/12/2014 • Projeto de pesquisa • 2.384 Palavras (10 Páginas) • 238 Visualizações
REFLEXÕES SOBRE A TEORIA E PRÁTICA
DE PESQUISA OPERACIONAL
Patricia Saltorato
Mestre em Engenharia de Produção pela Escola de Engenharia de São Carlos - USP
Av. Dr. Carlos Botelho, 1465, CEP 13560-250, São Carlos - SP
João Vitor Moccellin
Escola de Engenharia de São Carlos - USP. Engenharia de Produção
Av. Dr. Carlos Botelho, 1465, CEP 13560-250, São Carlos - SP
ABSTRACT
In this paper we address the gap between Operations Research theory and practice. As it is
known, Operations Research (O.R.) is a Science that deals with the way by which business
and services of both industry and government are held. So important as, it is the O.R.
model philosophy that has changed the decision-making process. This paper points out the
possible reasons concerning unsuccessful O.R. applications and emphasizes the
importance of technology transfer.
Área: 2.1 Pesquisa Operacional
Keywords: Operations Research, theory and practice, technology transfer.
1. INTRODUÇÃO
O início dos estudos em Pesquisa Operacional (P.O.) coincide com dois eventos
distintos mas sinérgicos: o desenvolvimento matemático e computacional das décadas de
50 a 60 e a II Guerra Mundial, na qual a P.O. sempre ocupou lugar relevante, uma vez que
os pontos avançados de defesa e ataque precisam estar adequadamente abastecidos de
munição e provisões, sem os quais dificilmente uma batalha é ganha. Durante este período,
uma fração do mundo ocidental se privilegiou do dinheiro e do insight de seus governos e
companhias privadas que financiaram projetos para que fosse desenvolvida e praticada esta
‘nova ciência de eficácia e eficiência’.
Os avanços e as aplicações de P.O. verificados nesses países nas duas décadas
seguintes à guerra foram monumentais, criando-se assim uma nova disciplina na maioria
das Universidades.
Segundo GASS (1991a), a teoria da Pesquisa Operacional, apesar de estabelecida,
se encontra em constante avanço; suas técnicas foram codificadas, são acessíveis e suas
aplicações, seu sangue para sobreviver, continuam aumentando, pois uma vasta classe de
problemas operacionais tem sido resolvida por profissionais da área utilizando seus
procedimentos. O entusiasmo do autor justifica-se, uma vez que refere-se às experiências
conduzidas em países do Primeiro Mundo. São experiências com aplicações conduzidas
por companhias, governos e outras entidades, publicadas nos muitos periódicos
especializados derivados de lá. Tal comportamento, porém, não se verifica em países como
o Brasil. Como os países em desenvolvimento podem alcançar esse nível de sucesso é a
pergunta mais importante a fazer e a tentar responder.
A existência de obstáculos culturais para a aplicação da P.O. nos países em
desenvolvimento é um tema recorrente na Literatura. A maioria das críticas referem-se a
fatores particulares de resistência à mudança e escassez de recursos, humanos e
financeiros. Em geral, essas críticas ignoram uma interpretação alternativa possível de que
não seria a infraestrutura, a cultura e o gerenciamento locais que estão inadequadamente
adaptados aos métodos científicos de tomada de decisão, mas o contrário. Os métodos é
que são inadequadamente adaptados para os países em desenvolvimento. A rejeição de tais
métodos indica uma consciência sobre a falta de técnicas apropriadas para as
circunstâncias dos países em desenvolvimento e do Terceiro Mundo.
Ironicamente, um dos argumentos convencionais mais persuasivos para o não
emprego da P.O. nos países em desenvolvimento, a falta de recursos humanos e
financeiros, é justamente o que deveria impor seu emprego urgente para que estes sejam
usados mais eficientemente, mais eficazmente e mais igualitariamente.
2. A TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA DE PESQUISA OPERACIONAL
Nos anos 50, muitas técnicas matemáticas baseadas na P.O. se cristalizaram.
Durante a década de 60 essas técnicas foram disseminadas pelo mundo inteiro apoiadas
pela disponibilidade crescente dos computadores. Nessa época, os praticantes desta nova
ciência se entusiasmaram com algum sucesso, principalmente com a programação linear,
mesmo havendo muitas falhas. Nos anos 70, as técnicas da P.O. ameaçavam se tornar a
própria P.O., o que frustou os pesquisadores que insistiam que tal ciência deveria ser
orientada ao problema e não às técnicas, pois as técnicas não deveriam ser um fim em si
mesmas. Já na década de 80 assimilada a frustração dos pesquisadores e com o aumento
cada vez maior da utilização da P.O., fundos do Banco Mundial e outras organizações
estavam disponíveis para que pesquisadores dos países desenvolvidos se empenhassem
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