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Resenha do filme "A Missão"

Por:   •  16/11/2016  •  Resenha  •  442 Palavras (2 Páginas)  •  346 Visualizações

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O filme “A missão” foi produzido na Inglaterra em 1876 pelo diretor Rolland Joffé. A história passa-se em meados do século XVIII, e é uma obra baseada em fatos reais. Trata do conflito de interesses entre os jesuítas da Companhia de Jesus, as Coroas Ibéricas e o Papa, culminando com a expulsão dos primeiros. Irmão Gabriel é um padre jesuíta enviado à missão de São Carlos. Através da música de sua flauta, encanta índios guaranis, que o aceitam em sua tribo. Aí, começa seu processo de evangelização dos indígenas. O protagonista da película, Rodrigo Mendonza, era um mercador de escravos que tem sua vida mudada após cometer um crime passional: tira a vida do irmão, Felipe Mendonza, em um duelo. Por se tratar de um duelo, Rodrigo permanece em liberdade, mas se auto exila em um mosteiro, até que irmão Gabriel o chama para atuar ao lado daqueles que antes caçava, a saber, os indígenas. Com a convivência com os guaranis, Mendonza se converte e torna-se jesuíta. No entanto, o território ocupado pela missão de São Carlos está próximo de passar a pertencer aos espanhóis, que podem escravizar os índios. Os jesuítas tentam defender sua permanência no território na corte, mas a Coroa se mostra impassível: os jesuítas deveriam se retirar do território junto com os indígenas ou seriam massacrados pelo exército. Mas a tribo não aceita a situação, e Rodrigo abdica seu voto. Mendonza passa assim, de um carrasco para defensor dos índios contra os colonos sedentos por lucros, e contra os interesses das Coroas Ibéricas que começaram a ver nos missionários um grande inconveniente.

Embora tivessem como objetivo a difundir a fé e converter dos nativos, as missões acabaram como mais um instrumento do colonialismo, onde em troca do apoio político da Igreja, o Estado se responsabilizava pelo envio e manutenção dos missionários, pela construção de igrejas, além da proteção aos cristãos, o que é conhecido como regime de padroado. É, portanto, a partir da união entre Estado nacional e Igreja católica que vai se efetivar a colonização no Novo Mundo, substanciado no regime do padroado. Porém, com as novas ideias iluministas que irão marcar todo o século XVIII, esse estado de coisas entrará em crise, uma vez que um dos alvos de maior crítica era exatamente o tradicionalismo católico e a irracionalidade da ordem absolutista. A ascensão de Pombal em Portugal acelerou ainda mais esse processo, e em 1759, os jesuítas são expulsos do Brasil. Porém, aos índios nada melhorou, pois muitos deles já estavam aculturados e deculturados pelas próprias missões jesuíticas. Além disso, eles ainda ficavam totalmente expostos aos colonos, cujo objetivo não era “salvar”, mas “escravizar” os nativos.

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