TECNOLOGIA, GLOBALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
Por: Eduardo Fleischmann • 14/12/2016 • Resenha • 2.205 Palavras (9 Páginas) • 447 Visualizações
TECNOLOGIA, GLOBALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
SOCIOECONÔMICO
DAVID AMATO MANTEGARI
EDUARDO FLEISCHMANN
FERNANDO ANUNCIAÇÃO BUDZINSKI
GISELLI RIBEIRO ALVES
LUIZ HEOFACKER
MARCELO FREITAS
VITOR MIKHAIL BITENCOURT
RESUMO
Neste trabalho, apresentaremos, sob um contexto histórico, o surgimento e desenvolvimento da tecnologia ao lado da sociedade, alguns principais pontos de mudança e seus impactos no desenvolvimento sócio-econômico da sociedade.
O objetivo é, ao longo desta exposição, refletir sobre o conceito de tecnologia, seu papel na sociedade e quem detém o poder de transformá-la, levando em conta o modelo econômico em diferentes pontos históricos e entidades como o estado, grandes empresas e gigantes corporações.
PALAVRAS-CHAVE
Tecnologia, corporações, exploração do trabalho
1. CONTEXTO HISTÓRICO DA TECNOLOGIA E COMÉRCIO
A tecnologia sempre teve um papel de destaque no cotidiano do ser humano, desde o momento em que o homem busca aprimorar suas habilidades de manipulação do mundo a seu redor. Com o tempo, os indivíduos passam a se especializar em técnicas específicas mas, por limites de tempo, essa especialização gerou uma alienação às outras técnicas disponíveis à comunidade. Este fenômeno implica tanto no avanço da tecnologia quanto na interdependência entre indivíduos da mesma comunidade, realizada pela troca de seus produtos excedentes por algo que precisavam ou queriam até que, lentamente, o escambo se torna parte da vida das sociedades, a forma primitiva do comércio que conhecemos nos dias de hoje.
A especialização e o comércio então se instauram como parte do cotidiano e os ofícios são passados de mestre para aprendiz, principalmente de pai para filho. As trocas de mercadorias eram feitas baseadas nas necessidades alheias, mas com o aumento da quantidade de produtos que o homem podia produzir com novas técnicas, as trocas foram se transformando em algo cada vez mais complexo. Para acabar com o problema da necessidade unilateral nas trocas, é criado a moeda, um bem que tem valor de troca em toda a sociedade, dando preço aos produtos e dinamizando o comércio.
Até esse momento a manufatura toda era realizada por uma só pessoa que dominava a técnica e alguns aprendizes, mas as pessoas que produziam o mesmo produto eventualmente se uniram e formaram associações. Nas fábricas, diversos artesãos passaram a trabalhar juntos, criando um grande impacto social, já que a partir desse momento nem todos os artesãos eram donos do próprio negócio, não sendo responsáveis pelo comércio das mercadorias em si, o que começou a ser gerido pela nova classe que surgia com força, a burguesia. A busca pela produtividade também introduziu o conceito de trabalho segmentado e das escolas técnicas, apesar de que, por muito tempo, o ensino técnico passado de pessoa a pessoa foi mais importante.
No século XVIII o advento da máquina a vapor na Inglaterra foi, provavelmente, o principal ponto de mudança nas relações de trabalho. O dinheiro acumulado por produtores rurais e burgueses que introduziu as máquinas complexas alienou os trabalhadores da tecnologia, fazendo da técnica serva da ciência. A significante redução do preço dos produtos fez com que fosse inviável para os trabalhadores “autônomos” competirem, consolidando o trabalho como operário de máquinas como única opção para se produzir itens vendidos pela indústria. Pelo começo da globalização, as transações não eram mais locais e as exportações eram algo que dava muito poder, o suficiente para transformar a Inglaterra em uma potência mundial.
No século XX, as duas grandes guerras e a guerra fria iniciaram um momento de intensas pesquisas militares, que foram responsáveis por um grande avanço nas técnicas de diversas áreas do conhecimento com utilidade bélica. Embora este avanço da tecnologia tenha sido iniciado por interesses políticos do Estado, os frutos destas novas técnicas vieram a gerar diversos benefícios para a sociedade depois. Talvez o maior destes sendo a invenção da internet, que, hoje de acesso popular, quebrou a maior parte das barreiras de comunicação ao redor do globo. Nessa época também foi criado o modelo fordista, que foi seguido por grande parte da indústria, produzindo em massa e criando grandes estoques, graças a sua linha de montagem automatizada.
Graças à detenção dessa tecnologia avançada e a esses avanços na indústria, os Estados Unidos da América se tornaram a nova potência econômica mundial.
2. CORPORAÇÕES E EXPLORAÇÃO DO TRABALHO
A partir deste ponto na história, as trocas ao redor do mundo já eram globais e aconteciam a todo momento, e um novo modelo de empresa surgiu e começou a se tornar cada vez mais forte. Esse modelo era caracterizado por ser uma gigante corporação. Como a diferença nos níveis sociais de diferentes países era cada vez maior e com a criação e desenvolvimento da internet - que possibilitou coordenar empresas em qualquer lugar do mundo - essas corporações viram que criar filiais em países de menor força econômica era muito vantajoso, já que a sua mão de obra era mais barata, havia menos impostos e em alguns casos até havia investimento para a entrada dessas empresas. Com a produção de cada tipo de produto sendo dominada por empresas mais seletas, essas muitas vezes eram responsáveis pelo controle de áreas rivais, como indústrias petrolíferas que possuíam também empresas de energia por carvão e hidroelétricas.
Esse conceito de corporação foi explorado pelo documentário “The Corporation”. A obra retrata as corporações como entidades que visam somente o lucro, desvalorizando aspectos sociais. As empresas que não tivessem esse comportamento seriam compradas ou derrubadas pelas outras, que almejavam eliminar a concorrência. Apesar das corporações serem constituídas essencialmente de pessoas, o filme demonstra como a criação da pessoa jurídica intermedia a desumanização das atividades da corporação. Ao cogitar a realização de uma atividade ilegal, a corporação coloca em um prato da balança os riscos e a punição aplicada pela lei, e no outro, os lucros. É comum que as corporações tenham tanto lucro explorando a atividade ilegal que as punições da lei não sejam prejudiciais ao caixa da empresa. Outros aspectos como a condição dos trabalhadores, impactos ambientais, efeitos negativos para a saúde física ou mental dos consumidores, só importam para as empresas quando são explorados pela mídia e retratam a empresa de forma negativa aos consumidores, prejudicando assim a imagem e os lucros da empresa. Desta forma, a obra conclui que as corporações se moldam à opinião do consumidor. Caso o consumidor se importe com o destino dos detritos gerados para gerar o produto que compra, as corporações realizam um processo de tratamento de resíduos. O mesmo conceito se aplica aos outros aspectos citados.
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