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The Enlightened Economy

Por:   •  21/8/2016  •  Resenha  •  5.448 Palavras (22 Páginas)  •  355 Visualizações

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        O progresso econômico e social levaram a um crescimento através dos conceitos gêmeos da expansão do conhecimento útil e da reforma racional de instituições.  O Iluminismo e a ciência do século XVIII foram apenas parcialmente responsáveis pela Primeira Revolução Industrial. A maior parte das macroinvenções das décadas de 1770 e 1780 foram resultado da habilidade e da ingenuidade de mecânicos britânicos, e não do programa Baconiano (Francis Bacon criou um método indutivo de raciocínio e filosofia). Mas o Iluminismo deve ser creditado por ter transformado estes avanços técnicos em um fluxo sustentado de inovações e ao eventual início de um crescimento econômico contínuo. Ele também pode ter crédito pelo fato de que nenhum parecer institucional ocorreu para anular os efeitos do progresso tecnológico. Pode-se especular que, se a economia britânica tivesse experimentado apenas um destes efeitos do Iluminismo, mas não o outro, o crescimento que ocorreu no século XVIII seria, eventualmente, definhado.

        Um exemplo de sociedade com instituições comerciais bem sucedidas e comércio interno próspero é a China do século XVIII, mesmo não passando por nada comparado ao Iluminismo Industrial. Enquanto que anteriormente os chineses haviam mostrado enormes capacidades científicas e tecnológicas, haviam se estagnado tecnologicamente na época da Revolução Industrial Britânica e, na época das Guerras do Ópio de 1840, o abismo entre as capacidades de ambos os países estava claro. No final do século XVIII, a liderança chinesa não possuía a curiosidade agressiva dos europeus. Nenhum emissário (ou embaixador) chinês foi enviado para a Grã-Bretaha para examinar suas inovações; mesmo quando bens e técnicas europeus eram comprados e imitados no século XIX, importar a ideologia política associada com o Iluminismo era uma questão totalmente diferente.

        Além disso, sem uma reforma institucional, a tecnologia, por si própria não poderia ter transformado a economia em um tipo de motor de produção de crescimento. É o caso, por exemplo, da América Latina e da Rússia, que apesar de terem aceso à ciência moderna e tecnologia, não passaram por mudanças em suas instituições que estabelecem incentivos e definem as regras do jogo econômico, não levando ao tipo de crescimento econômico que os países industrializados mais ricos experimentaram. Então, o Iluminismo criou uma sinergia de dois conjuntos de transformação que se apoiaram e reforçaram, e é nesta sinergia que se encontram as raízes do crescimento econômico moderno.

ILUMINISMO E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

        Nada era mais enganador que a Revolução Industrial. Apesar da grande ênfase dada a ela por historiadores e autores da época, a vida material diária na Grã-Bretanha, fora de algumas áreas e regiões chave, continuava mais ou menos igual ao passado, e a média britânica em 1800 provavelmente estava apenas vagamente, se não nada, consciente de que algo muito grande estava prestes a acontecer. Historiadores econômicos discutem que, nos materiais de economistas políticos (incluindo os três principais: Smith, Malthus e Ricardo), encontra-se poucas evidências indicando uma consciência de uma mudança iminente. Talvez os economistas não eram tão bem equipados para perceberem grandes mudanças na realidade econômica, e talvez estivessem muito envolvidos com outras questões, como a natureza do dinheiro, preços, valores, e câmbio para perceberem a mudança mais importante do período, mais precisamente que uma aceleração e rotinização do progresso tecnológico estava ocorrendo bem embaixo de seus narizes. Porém, esse descuido é compreensível, pois, em um primeiro momento, essa "revolução" ocorreu em apenas algumas localidades e tipos de indústria, e apenas com uma retrospectiva que percebemos todas as suas consequências.

        Porém, alguns observadores muito bem informados e inteligentes perceberam estas rápidas mudanças, como algumas pessoas envolvidas com o processo de manufaturas. Ao final do período Napoleônico, alguns observadores informados perceberam o que estava acontecendo em grande parte do setor industrial. Robert Owen (fabricante e filantropo), ao mesmo tempo, completou: " Os efeitos imediatos deste fenômeno foram o rápido aumento da riqueza, indústria, população e influência política do Império Britânico." Cientistas também previram isso. Thomas Babington Macaulay pressentiu que, dentro de um século, os britânicos não apenas iriam comer, se vestir, e morar melhor, mas também que a população atingiria 50 milhões, por conta de "máquinas construídas por princípios ainda não descobertos".

        Porém, parece improvável que a maior parte dos britânicos, na época, sabia que eles passavam por um período de transformação econômica intensa. Havia poucos sinais de mudança industrial nas áreas pastorais do Sul da Inglaterra. Nas suas primeiras etapas, a Revolução Industrial era um fenômeno local. Historiadores econômicos estabeleceram os limites das mudanças macroeconômicas nos tempos da Revolução Industrial, enquanto alguns estudiosos acreditam que este conceito deve ser abandonado por completo. Alguns (porém não todos os estudiosos desta área) debatiam que não se deve usar este conceito pois a Revolução Industrial não foi nem industrial nem uma revolução, não levou ao crescimento econômico, e ostentou apenas alguns sucessos tecnológicos bem limitados.

        O que foi a Revolução Industrial? Estudiosos possuem diferentes respostas para esta pergunta. Uma escola foca nas mudanças tecnológicas: a Revolução Industrial foi uma sequência de inovações bem sucedidas, o que não havia ocorrido antes em nenhum outro período. Dentro de pouco tempo, um certo número de indústrias tinha revolucionado as chamadas macroinvenções (para o autor), que não apenas reduziram preços e criaram novos produtos, mas também desencadeou um fluxo contínuo de invenções secundárias e incrementais, além de melhorias que permitiram um melhor trabalho das novas invenções. Elas passaram a ser usadas nas novas indústrias, reduzindo acidentes, tempo de inatividade (down time) e consumo de combustível, além de produzir produtos mais duráveis, atrativos, confiáveis e "amigo do usuário" (user friendly). Essas invenções foram aplicadas, geralmente em grupo, nas indústrias de algodão e de outros tecidos, de ferro e outros materiais como vidro e cerâmica, na geração de energia e suas aplicações, entre outras.

        Para alguns, a Revolução Industrial não foi tanto o início do crescimento econômico moderno quanto ela foi a era da criação do sistema de fábricas, do aparecimento do proletariado industrial, dos centros urbanos de manufatura e suas ruas sujas, das casas de habitação lotadas, crianças e mulheres trabalhando longas jornadas em fábricas com chaminés. Neste ponto de vista, a Revolução Industrial foi a época que pôs fim na maior parte da indústria doméstica e transformou artesãos independentes e livres em um exército de trabalhadores assalariados, um proletariado urbano explorado e desprivilegiado, sujeitos à disciplina e a uma agenda rígida que era anteriormente desconhecida. Foi a era da reificação e da alienação, na qual pessoas foram ensinadas a perder sua individualidade e fazer parte de um trabalho industrial indiferenciado. Para outros, o mesmo processo foi descrito como um triunfo na mobilidade econômica, livres mercados, e uma alocação de recursos mais eficiente, uma era que recompensava cada vez mais o trabalho duro e a desenvoltura, na qual empreendedores, pessoas inovadoras, e com eles a massa dos consumidores, poderiam colher as recompensas e as bênçãos que a engenhosidade humana, acoplada com o bom funcionamento dos mercados, concedeu a eles. De todo jeito, para os economistas interessados na microeconomia da firma, a ascensão do sistema de fábricas continuou sendo o principal evento da Revolução Industrial.

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