A Aplicação Da Ferramenta De Gestão Ambiental - ISO 14001: Um Estudo De Caso Na Indústria Do aço.
Artigo: A Aplicação Da Ferramenta De Gestão Ambiental - ISO 14001: Um Estudo De Caso Na Indústria Do aço.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: anaabelha • 30/9/2014 • 5.226 Palavras (21 Páginas) • 697 Visualizações
A aplicação da ferramenta de Gestão Ambiental – ISO 14001:
Um estudo de caso na indústria do aço.
1. Introdução:
Primeiro seria necessário fazer uma pergunta básica: Quem é responsável pelo meio ambiente; o governo, as empresas ou os consumidores? A resposta é fácil, todos os três. O Governo hoje é responsável pela formulação e aplicação de leis e da fiscalização constante, perante a sociedade e o meio ambiente. As Empresas ou pessoas jurídicas em geral são responsáveis pelo cumprimento destas leis e o aprimoramento constante de sua Gestão Responsável dos Recursos Naturais. Já os Consumidores tem como responsabilidade o também cumprimento das leis governamentais que lhe fazem respeito, além da constante vigilância sobre os produtos que consomem: a sua origem e a destinação dos resíduos.
Porém, tudo isso é o ideal, e como sabemos nem sempre tudo atinge este ponto, ou seja, essa preocupação muitas vezes não acontece de maneira plena. O Brasil possui uma nova geração de pessoas preocupadas com o meio ambiente/natureza, entretanto, encontra-se ainda atrasado do que pode ser considerado ideal. Os motivos são diversos e não cabe discutirmos isso ao longo desse trabalho. O intuito é mostrar o quão valioso pode ser para uma empresa investir e se preocupar com o meio ambiente.
A evolução da inciativa privada em relação à preservação de recursos naturais gera ganhos não só para a sociedade e gerações futuras, mas também para a própria empresa, tanto financeiramente quanto para sua imagem.
A Indústria é a principal utilizadora de recursos naturais e por isso vem buscando soluções para integrar seus resíduos ao processo produtivo, tornando estes mais eficientes. Essa preocupação com os processos produtivos é tão importante quanto à busca por novos insumos. Outro ponto forte é a utilização desse recurso em estratégia de marketing. Podemos notar que as empresas em geral têm a capacidade de influenciar o comportamento das pessoas e podem com isso fidelizar clientes e gerar novos comportamentos de consumo, além de alavancar sua marca e imagem. Por isso tudo, existe o aumento cada vez maior de companhias grandes e pequenas trabalhando em prol da melhor utilização dos recursos naturais e diminuição de desperdícios.
2. Sistemas de Gestão Ambiental:
Como colocado anteriormente, a grande maioria das empresas começaram a considerar como importante fator no desenvolvimento de suas atividades, o nível do impacto ambiental. Porém, é evidente a observação de que a abrangência e a eficácia da incorporação de ações para mitigar o impacto ambiental varia significativamente quando analisamos diferentes empresas (Donaire, 1994). Essa discrepância pode estar relacionada tanto com as diferenças na própria natureza do negócio de cada organização (uma grande mineradora é mais propensa a causar impacto ambiental do que um banco, por exemplo), quanto com o contraste no nível de conscientização ambiental da alta gerência de cada empresa (Corazza, 2003).
Nos parágrafos seguintes objetiva-se representar os diferentes tipos e níveis de ações adotadas por empresas no intuito de reduzir o impacto negativo no meio ambiente, bem como a eficácia dessas diferentes abordagens da questão ambiental nas organizações. A partir daí, objetiva-se analisar estas diferentes práticas ambientais para chegarmos a uma definição do que é um Sistema de Gestão Ambiental dentro do atual cenário de extrema competição entre as organizações.
Uma parcela significativa das organizações se comporta de maneira passiva frente às necessidades de se reduzir o impacto ambiental e adota medidas responsivas em vez de preventivas. De acordo com Maimon (1994) nesses casos a empresa se contenta em adequar-se às exigências regulamentadoras do seu mercado. Exemplo deste comportamento é a implantação de filtros de controle de poluição em chaminés industriais ao invés de tentar modificar a estrutura da cadeia produtiva ou o próprio produto final. Em resumo, empresas que adotam esta atitude tentam manter a estrutura produtiva existente, uma vez que enxergam a prática da gestão ambiental como um custo adicional e um fator negativo à expansão do negócio da organização (Sanches, 2000).
Uma outra parte das empresas adota abordagem distinta com relação ao anseio de se atingir um modelo de negócios que mitigue as consequências negativas ao meio ambiente. Sanches (2000) diz que nestes casos a gestão ambiental ocorre de forma proativa e o aspecto ecológico é considerado como um fator competitivo capaz de gerar lucros para a organização. Em empresas com este pensamento, o impacto ambiental é levado em conta nas decisões de compra de matéria prima, de seleção de modais logísticos, de seleção de fornecedores e de montagem do mix de produtos (Rohrich e Cunha, 2004). Características que marcam esse tipo de empresa, segundo Maimon (1994), é a tentativa de antecipar-se aos possíveis problemas ambientais futuros e a busca pela chamada excelência ecológica, que incentiva a criação de políticas que visem a integração dos objetivos ambientais ao planejamento estratégico da organização. Como para estas empresas a gestão ambiental é vista como um diferencial competitivo, ela é assunto disseminado por toda a organização, e é inclusive utilizada em ações de marketing para fidelizar clientes que cada vez mais passam a se preocupar com a questão ambiental.
Ao comparar as duas abordagens acima fica claro notar que a primeira traz benefícios momentâneos e limitados, enquanto que a segunda gera resultados permanentes e consistentes com as exigências do consumidor atual. Dessa forma, é esperado que uma empresa que pretende sobreviver e manter-se competitiva, busque alternativas para incorporar a gestão ambiental à sua estratégia de negócios.
E como era de se esperar, a caracterização de um eficiente Sistema de Gestão Ambiental (SGA) se aproxima mais dos conceitos e políticas adotadas pelas empresas descritas aqui como proativas. Bitar e Ortega (1998) definem um Sistema de Gestão Ambiental como um conjunto estruturado de políticas, práticas e procedimentos organizacionais, técnicos e administrativos de uma empresa visando o objetivo de obter melhor desempenho ambiental e reduzir o impacto ecológico causado. A expressão “desempenho ambiental” deve ser entendida como a definição de resultados mensuráveis da qualidade da gestão ambiental nas atividades da organização. Ainda de acordo com Bitar e Ortega (1998), o SGA deve envolver a criação de uma estrutura organizacional, a definição de responsabilidades,
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