A Evolução E O Objetivo Da Contabilidade

Contabilidade no mundo antigo

Compreende-se que a contabilidade nos acompanha desde a Pré-história. Segundo Sá (1997, p.12) “a escrituração contábil nasceu antes mesmo que a escrita comum aparecesse, ou seja, o registro da riqueza antecedeu aos demais, como comprovam os estudos realizados sobre a questão, na antiga Suméria”.

Segundo Iudícibus e Marion (2002), a evolução da contabilidade se deu através de um processo lento de descobertas e assimilações. O homem pré-histórico, mesmo que de forma rudimentar, exercia práticas contábeis e registros em paredes e pedras em forma de desenho para contabilizar suas atividades diárias. Com o decorrer dos tempos, o homem trocou a caça pela agricultura e o pastoreio e passou a enxergar a importância de contabilizar tudo o que havia conquistado anualmente, o que hoje denomina-se como o começo da compreensão do que era patrimônio.

“A rigor, o homem fez um inventário há um ano e outro inventário agora. [...] De forma muito rudimentar, não poderíamos dizer que os inventários estariam correspondendo aos balanços anuais?” (IUDÍCIBUS e MARION, 2002, p. 23).

De acordo com Sá (1997), os egípcios demonstraram grande capacidade com demonstrações contábeis para organizar entradas e saídas de recursos. Há relatos que nessa época faziam-se registros contábeis em tábuas de cera com estiletes pontiagudos e logo eram passados para papiro como forma de escrituração. É possível imaginar como era desenvolvida a contabilidade da época, supondo sua imensidão e seus recursos avançados para povos tão antigos.

Logo depois os egípcios deram um grande passo, começando a escriturar suas contas com base no valor de sua moeda, naquela época chamada de shat de ouro ou de prata, pois já havia livros contábeis para cada atividade e a partir disso deu-se início ao Princípio do Denominador Comum Monetário.

Na bíblia é possível ter comprovações de que métodos contábeis já eram utilizados por imperadores, como em Gênesis (cap. 41- 49). Apesar de fatos apontarem a igreja católica como precursora do desenvolvimento contábil, os supostos registros já eram praticados antes desta esta entre as civilizações.

Contabilidade no mundo medieval

Existem diversas hipóteses do surgimento das partidas dobradas. Schmidt (2000) conta que em sítios arqueológicos no Iraque, Israel, Síria, Irã e Turquia foram encontrados registros em placas de barro que registravam em sua maioria rebanhos de carneiro. Em 3.250 a. C., as fichas eram armazenadas em supostos envelopes de barro que eram de certa forma, codificados para identificar o que havia dentro do envelope e depois selados, por segurança.

Entretanto Sá (1997) considera que o inicio das partidas dobradas se deu em Toscana entre 1.250 e 1.280 da era cristã. Constatando que a necessidade das partidas dobradas se deu com a evolução econômica de alguns pontos comerciais da Itália como Florença e Veneza, e a recente tecnologia de impressão de livros da época que se expandia por boa parte da Europa.

Esse acredita que com o livro “Liber Abaci” de Leonardo Fibonacci em 1202, houve uma grande mudança na matemática e na maneira de contabilizar, o que contribuiu para o aperfeiçoamento nas formas de cálculos da época. Essa época foi denominada “Era Técnica” e nos comércios já havia a ideia de livro caixa. De forma rudimentar, percebe-se que ambos já tinham uma noção de débito e crédito.

Contabilidade no mundo moderno

Segundo Schmidt (2000), o livro La Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioniet Proportionalitá de Frei Luca Pacioli trouxe um grande período de estagnação devido suas teorias fragmentadas, que tinha como finalidade principal, na época, a aplicação dos métodos movidos ao comércio com foco em contas mecânicas com lançamentos de determinado valor. O livro continha 36 capítulos com explicações contábeis, onde tiveram suma importância em relação a definição do inventário e explicações sobre como realizar os registros contábeis.

Schmidt ressalta que no século XVI a obra do monge beneditino Ângelo Pietra, Indirizzo degli economi, publicada em 1586 retrata que ele não só concorda que os registros contábeis devem ser feitos, mas como também se deve dar as origens dos fatos contábeis para uma melhor contabilização. Tal tese tem importância e relevância inclusive nos dias atuais.

Contabilidade no mundo científico

Nesse período houve várias formações de escolas com ênfase nos métodos contábeis com teses que se sucediam entre si, trazendo assim grandes descobertas, relevantes informações e métodos que contribuíram para o avanço da contabilidade e seu estabelecimento como ciência.

Francesco Villa, Fábio Bésta e Vicenzo Mazi contribuíram com grandes teses, onde tiveram diversas conclusões de que a Contabilidade estava muito além de simples registros e simples “guarda-livros” (que era o nome dado aos contadores da época), e chegaram à conclusão de que os registros tinham extrema importância como gestão, podendo assim diagnosticar de forma contábil qualquer negócio patrimonial.

Para Schmidt (2000), um dos percussores importantes da época foi Francesco Villa com sua obra La contabilitá applicata alle amministrazione private e publiche (1840), que como uma de suas teses, concluiu que a contabilidade tinha também como foco o controle.

Muitas das teses encontradas em outros países tiveram influencia para a construção de técnicas e praticas contábeis que foram exercidas e praticadas na América, inclusive