A Importância Do Controle Do Custo Da mão-de-obra Nas Atividades De Engenharia, Construção E Montagem
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A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DO CUSTO DA MÃO-DE-OBRA NAS ATIVIDADES DE ENGENHARIA, CONSTRUÇÃO E MONTAGEM.
por
Claudia Cordeiro Peres
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF – MACAÉ
Orientador: Prof. Carlos José Guimarães Cova D.Sc.
Macaé, Dezembro 2006.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de relacionar todas as pessoas que contribuíram de alguma maneira para que eu conseguisse realizar esta grande conquista. A perseverança e a disciplina são fundamentais na vida acadêmica e durante esses cinco anos pude crescer como pessoa e profissional graças àqueles que me instruíram, motivaram e apoiaram. Agradeço aos mestres que, pacientemente, compartilharam seus conhecimentos e experiências que tanto contribuíram para a minha formação; à minha família que me deu toda assistência e suporte para seguir e não desistir jamais; aos meus companheiros de turma que compartilharam risadas, nervosismos pré-avaliações, trabalho árduo, amizade, cansaço, etc; à empresa na qual trabalho - Wood Group - que me possibilitou vivenciar e praticar os ensinamentos recebidos e aprender mais a cada dia.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Código de Atividades da Engenharia.............................................................24
Tabela 2 - Custo por hora das funções da Engenharia....................................................28
Tabela 3 - Estimativa de custo de mão-de-obra on-shore da Engenharia do DE “T-01”...................................................................................................................................29
Tabela 4 - Estimativa de custo de mão-de-obra off-shore da Engenharia do DE “T-01”...................................................................................................................................29
Tabela 5 - Estimativa de custo de mão-de-obra total da Engenharia..............................30
Tabela 6 - Código de Atividades da Produção................................................................32
Tabela 7 - Custo por hora das funções da Produção.......................................................34
Tabela 8 - Estimativa de custo de mão-de-obra para a Fabricação da AS “X”...............35
Tabela 9 - Estimativa de custo de mão-de-obra para a Montagem da AS “X”...............36
Tabela 10 - Estimativa de custo de mão-de-obra total da Produção...............................36
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Tela Cadastro RDF Engenharia.....................................................................30
Figura 2 – Tela Cadastro RDF Engenharia continuação.................................................31
Figura 3 – Tela Cadastro RDF Produção........................................................................36
LISTA DE SIGLAS
RDF – Relatório Diário de Freqüência
AS – Autorização de Serviço
DE - Desenho
SUMÁRIO
1. O PROBLEMA
1.1 Introdução................................................................................................................................9
1.2 Objetivos................................................................................................................................13
1.2.1 Objetivo geral...............................................................................................................13
1.2.2 Objetivos Intermediários ou Específicos......................................................................13
1.3 Suposição...............................................................................................................................13
1.4 Delimitação do estudo...........................................................................................................13
1.5 Relevância do Estudo............................................................................................................14
1.6 Definição de Termos..............................................................................................................15
2. METODOLOGIA
2.1 Tipo de pesquisa....................................................................................................................16
2.2 Universo e amostra................................................................................................................16
2.3 Coleta de dados......................................................................................................................17
2.4 Tratamento dos dados............................................................................................................17
2.5 Limitações do método...........................................................................................................17
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 O controle dos custos da mão-de-obra como ferramenta às decisões estratégicas................19
3.2 Relatório Diário de Freqüência: a solução.............................................................................21
3.3 O controle do “homem-hora” na Engenharia........................................................................26
3.4 O controle do “homem-hora” na Fabricação e Montagem....................................................34
3.5 Produzindo os deliverables....................................................................................................40
4. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
4.1 Conclusões.............................................................................................................................42
4.2 Sugestões...............................................................................................................................43
5. CRONOGRAMA........................................................................................................45
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................46
1 O PROBLEMA
1.1 Introdução
O presente trabalho se propõe a estudar o custo de mão-de-obra dos profissionais envolvidos nas atividades de Engenharia, Construção e Montagem Offshore e o impacto desse custo na rentabilidade/lucratividade das empresas do ramo petrolífero.
A Revolução Industrial, que começou no século XVIII, trouxe uma economia radicalmente nova. Durante a primeira fase da Revolução Industrial, milhares de empresas recém-fundadas faliram porque, a exemplo de hoje, os modelos de seus negócios estavam inadequados e mal dirigidos. Ninguém sabia como operar no ambiente emergente, pós-agrário. As empresas precisaram reinventar tudo - fábricas, cadeias de distribuição, relações de trabalho, vendas. Os Mercados oscilaram e muitos investidores perderam dinheiro.
Nessa época, atuava-se segundo a equação: Custo + Lucro = "Preço". Modelo em que o preço era determinado pelo custo acrescido do lucro desejado.
À medida que a competitividade foi aumentando, o preço passou a ser determinado pelo mercado. A equação passou a ser vista da seguinte forma: Preço - Custo = "Lucro".
A nova economia já reestruturou as maiores empresas. Suas hierarquias estão mais niveladas, e seus produtos feitos mais sob medida. As necessidades de qualificação profissional mudaram à medida que o trabalho braçal diminuiu e o trabalho mental aumentou. Redes de fornecimento reduziram a integração vertical e mercados passaram a ter nichos. As empresas estão sendo forçadas a inovar e a operar num ritmo mais rápido do que nunca.
Hoje, a competitividade é baseada na satisfação total do cliente, o preço é determinado pelo mercado e o lucro objetivado é para remunerar o capital. Assim, a equação passa a ser: Preço - Lucro = "Custo". Nesse modelo, o custo é que precisa ser administrado.
Segundo os preceitos do "Controle de Qualidade Total", exercer o controle da qualidade de forma ampla na empresa é fazer com que itens de controle referentes à qualidade, ao custo, ao atendimento, à moral e à segurança sejam gerenciados de forma descentralizada, com participação de todos, obedecendo aos padrões e bloqueando as causas fundamentais das falhas. Deste modo, fica praticamente impossível exercer um controle da qualidade de forma efetiva sem um bom conhecimento e controle dos custos.
Para uma empresa ser competitiva, precisa estabelecer um controle de custos visando uma redução dos defeitos, dos desperdícios e dos re-trabalhos. Precisa rever, procurando melhorar, os seus processos e equipamentos e, muitas vezes, os projetos dos seus produtos. Quando a empresa tem um controle dos seus custos, o custo agregado em cada etapa do processo é conhecido, o que torna possível localizar com mais facilidade, onde ela deve concentrar esforços para sua redução.
De forma geral, os custos determinados mediante técnicas de custeio, possibilitam, à luz do mercado, uma avaliação dos efeitos sobre os lucros e sobre os preços a serem praticados, permitindo à empresa decidir sobre a continuidade, ou descontinuidade, ou ainda a modificação de produtos. Em outras palavras, o preço se analisa a partir dos custos. Podemos afirmar também, que se o mercado não paga o preço "estipulado", é porque existe o mesmo produto ou similar a preços mais vantajosos. Portanto, seu concorrente deve estar trabalhando com custos menores.
Com a competitividade e a globalização, se faz cada vez mais necessário que os gestores possuam informações confiáveis e precisas. Essas informações formam o alicerce para uma tomada de decisão correta. Baseado nestas informações que auxiliam na tomada de decisão, a presente dissertação tem como objetivo demonstrar quais informações devem ser extraídas destes sistemas de custos, e como estas informações podem ajudar no processo de tomada de decisão.
Para a empresa, a aferição e o controle dos custos são vitais para o alcance de resultados econômicos e financeiros planejados. De igual forma, para o trabalhador é importante conhecer o sistema de custos da empresa e o seu funcionamento. Os sistemas de classificação de custos adotados pelas empresas identificam custos diretos e indiretos, custos de matéria-prima, custos variáveis, custos fixos etc.
No entanto, o custo da mão-de-obra configura-se como elemento-chave. Identificar este custo é de suma importância para adotar uma política sadia de racionalização de despesas, no sentido geral ou departamental, sejam nos aspectos: produtivos, administrativos e/ou técnicos. É indispensável ainda, para negociar preços junto aos clientes e na formulação de novos preços.
Nosso desafio é investigar a melhor maneira de controlar os custos de mão-de-obra de modo a trazer o maior retorno nos resultados, mantendo a alta eficiência e qualidade dos produtos finais.
Quando se fala em sistema de controle de custo de mão-de-obra, não se deve esquecer o seguinte fato - os sistemas por si só não se controlam. Qualquer sistema de controle de custo tem que ter por objetivo alimentar a administração com informações. A freqüência de tal informação dependerá da importância relativa entre a informação e o custo em obtê-la. É um erro a suposição de que um sistema de controle de custos resolverá os problemas. As soluções são alcançadas após a interpretação das informações
Também é necessário se ter uma boa base de comparação. Por exemplo, não é suficiente dizer que a folha de pagamento deste mês foi menor que a do mês anterior. Entretanto, se dissermos que a folha de pagamento deste mês foi menor, para uma mesma quantidade de unidades produzidas, então teremos uma base de comparação, indicando uma melhoria.
Qual o sistema ideal para controlar os custos de mão-de-obra? Qual o padrão de medição mais seguro? Quais deliverables o sistema deve prover para obter uma visão completa das informações? Como utilizar esta ferramenta para identificar pontos críticos e tomar decisões?
Assim como poderíamos estudar o impacto dos custos de materiais ou sub contratações numa organização, estudaremos o impacto dos custos de mão-de-obra que configura o item mais pesado dentre os custos totais, principalmente quando nos referimos às empresas de do ramo off-shore que necessitam de mão-de-obra muito bem qualificada visto que toda operação numa plataforma deve estar dentro dos padrões de qualidade e segurança. Minutos de paralisação ou interrupção nas atividades das plataformas resultam em muitas perdas em Reais.
Devido aos questionamentos levantados, decidimos fazer nosso estudo focando no que tange ao controle da mão-de-obra dos profissionais da engenharia e produção das empresas do ramo off-shore com vistas à alta eficiência, baixa improdutividade, ociosidade e re-trabalho, garantia de boa qualidade e custos de acordo com os anteriormente planejados levantando a seguinte indagação: Como controlar o custo da mão-de-obra na engenharia, fabricação e montagem, tomando ações corretivas para melhorar o desempenho dos processos, garantir a qualidade e aumentar a margem de lucro?
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Propor um sistema de controle de mão-de-obra que permita obter exclusivamente e com alto grau de precisão e rapidez todas as informações indispensáveis para a tomada de decisões fundamentais na empresa.
1.2.2 Objetivos Intermediários ou Específicos
- Medir a produtividade da produção onshore e offshore, e da engenharia, bem como a improdutividade das mesmas.
- Fazer o acompanhamento dos custos reais de mão-de-obra em relação ao custo previamente orçado da mesma.
- Reconhecer o impacto dos erros de projeto na fabricação das peças.
- Determinar indicadores de desempenho que permitam identificar o impacto da improdutividade, re-trabalho e erros no custo total de mão-de-obra, bem como o percentual que estes custos correspondem ao total da receita no período em questão.
- Medir o custo total de mão-de-obra por setor.
1.3 Suposição
Supõe-se que quanto maior o controle da mão-de-obra, maior a possibilidade de reduzir os custos referentes à improdutividade e re-trabalho e aumentar a margem de lucro.
1.4 Delimitação do Estudo
Esta pesquisa tratará sobre o controle do custo do “homem-hora” nas atividades de engenharia dos projetos, fabricação das peças na fábrica e montagem dessas peças nas plataformas de uma empresa situada em Macaé, estado do Rio de Janeiro – Brasil, no período de abril a dezembro do ano de 2006.
Como a pesquisa será feita em uma única empresa, tentaremos coletar o maior número de informações e relatórios gerenciais para construção de uma conclusão sobre a problemática sugerida.
1.5 Relevância do Estudo
A possível comprovação de que o controle efetivo do “homem-hora” aumenta a produtividade e a lucratividade, nos trará vantagens. Caso comprovado o aumento da improdutividade através do controle do “homem-hora, poderemos explicitar o motivo ou motivos que diretamente ou indiretamente estariam afetando o trabalho, podendo oferecer às empresas nossa pesquisa para que, através do resultado dela, possam sanar ou, pelo menos, melhorar significativamente seus resultados. Dessa forma seria possível beneficiar tanto os profissionais quanto as empresas.
Para a sociedade, a relevância desta pesquisa se dará através da economia e identificação da quantidade ótima tanto de recursos humanos quanto de materiais, pois será possível evitar os desperdícios.
Para o meio acadêmico esta pesquisa configura-se como mais uma fonte de conhecimento científico que permitirá o aprofundamento no tema.
Para o meio profissional, acredito que esta pesquisa seja de grande valia, pois configura-se como uma ferramenta de auxílio às decisões estratégicas para os gestores que trabalham nas atividades descritas.
1.6 Definição de Termos
Plataforma – unidade fixa ou móvel de produção de petróleo localizada em alto mar.
Onshore – termo muito utilizado no ramo do petróleo para designar “em terra”.
Offshore – termo muito utilizado no ramo do petróleo para designar “fora da terra”, ou seja, em alto mar ou nas plataformas.
Homem-hora – unidade que corresponde ao custo de uma hora trabalhada de uma determinada função.
Re-trabalho – trabalhar novamente numa mesma atividade a fim de eliminar os erros.
Ociosidade - tempo desperdiçado com desarranjo de equipamento, “funis” na produção ou atraso no fornecimento de materiais, os quais resultam em gastos sem correspondentes compensações ou benefícios.
Construção – processo de fabricação de peças no chão de fabrica após serem projetadas pela Engenharia.
Montagem – processo de instalação das peças fabricadas na plataforma.
Deliverables – produto de um processo, neste caso, informações processadas que deverão ser entregues aos responsáveis.
2 METODOLOGIA
2.1 Tipo de pesquisa
Para classificação da pesquisa tomaremos como base a maneira apresentada por Vergara (1990) que a qualifica em relação a dois aspectos: Quanto aos fins e quanto aos meios.
Quanto aos fins a pesquisa será explicativa e metodológica. Metodológica porque toma como base o sistema de controle do custo da mão-de-obra nas atividades de engenharia, construção onshore e montagem offshore e seus procedimentos que nos permitem obter relatórios com as mais diversas análises a respeito da importância desse controle numa organização. Explicativa devido ao fato da pesquisa tentar explicar através das coletas dos dados supracitados ou por comparação que as empresas que não têm ou mantêm um sistema formal de controle de mão-de-obra possibilita o aumento da ociosidade e a diminuição da lucratividade.
Quanto aos meios a pesquisa será bibliográfica, pois seu desenvolvimento terá como base livros, redes eletrônicas, revistas, Internet e todo e qualquer estudo já realizado que seja pertinente ao assunto a ser tratado.
2.2 Universo e amostra
O universo ou abrangência das empresas que poderiam se inserir no nosso estudo dá-se em centenas espalhadas pelo Brasil e milhares pelo mundo. Estudar o controle da mão-de-obra em engenharia, construção e montagem num universo maior do que somente uma empresa embasaria uma resposta mais precisa ao nosso questionamento tendo, obviamente, quanto mais empresas estudadas, mais certeza na resposta ao problema.
No entanto nossa pesquisa a princípio estudará apenas o controle da mão-de-obra em engenharia, construção e montagem de uma empresa inserida em âmbito nacional que presta seus serviços para a empresa Petrobras – Petróleo Brasileiro S.A. e outras empresas multinacionais deste ramo.
2.3 Coleta de dados
A coleta de dados será feita através manipulação de um sistema formal de controle de “homem-hora” e de seu procedimento de utilização implementados na empresa em questão para obtermos os relatórios gerenciais e, através destes, entrevistas e depoimentos com os gerentes e diretores, o que nos permitirá ter com alto grau de precisão o impacto desses custos no resultado geral da empresa num determinado período. Utilizaremos também bibliografias diversas que trate d o estudo em questão.
2.4 Tratamento dos dados
O tratamento dos dados coletados para esse projeto de pesquisa, será feito de forma qualitativa, ou seja, estruturaremos e analisaremos as informações coletadas.
2.5 Limitações do método
O método escolhido para o estudo apresenta certas limitações. Elas são apresentadas a seguir.
A limitação da abrangência da pesquisa às atividades de Engenharia, Construção e Montagem, deixando à parte outras áreas importantes da empresa como, por exemplo, o setor de Suprimentos e Planejamento, em função do tempo disponível.
Também é possível que os grupos selecionados para a pesquisa não tenham sido os mais representativos do universo estudado, mas esse é um risco de qualquer processo de investigação.
Outra limitação caracteriza-se pela subjetividade do autor ao influenciar esta pesquisa com sua opinião e pontos de vistas pessoais.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 O controle dos custos de mão-de-obra como ferramenta às decisões estratégicas
O papel do administrador nas empresas é de planejar, organizar, coordenar, controlar e executar os processos tomando decisões. Para poder desenvolver seu papel, é necessário que ele esteja acompanhado de uma boa equipe, e que possua informações confiáveis para a tomada de decisão.
Segundo Kaplan e Cooper (1998:12). “As mudanças nos negócios ocorridos desde meados da década de 70, desencadeadas pela competição global e pelas inovações tecnológicas, provocaram inovações impressionantes quanto à utilização de informações financeiras e não financeiras pelas empresas. O novo ambiente demanda informações mais relevantes relacionadas a custos e desempenhos de atividades, processos, produtos, serviços e clientes”.
A competitividade das empresas no século XXI está associada à habilidade de gerar valor ao cliente através de uma relação custo-qualidade-tempo eficaz. O macro-processo empresarial de produção é vital para a conquista de vantagens competitivas sustentáveis uma vez que, nestas organizações, cerca de 60 a 70% dos custos são incorridos neste processo. Sabedores disto, os gestores têm procurado promover avanços significativos nas tecnologias de produção e controle para garantir: aumento da produtividade da mão-de-obra; aumento da produtividade dos equipamentos e maquinários; redução dos re-trabalhos e ociosidade; integração com os demais sistemas; melhoria na qualidade dos produtos, processos e insumos.
A necessidade de atendimento destes objetivos iniciou um processo de mudança dentro das organizações que passa pela implantação de sistemas de controle de custos.
Para Ford S. Worthy “a maioria das grandes empresas parece reconhecer que seus sistemas de custos não respondem ao ambiente competitivo de hoje (...) os métodos que empregam para apropriar custos dentre seus muitos produtos são irremediavelmente obsoletos. (...) De um modo muito simples, uma informação exata de custos pode proporcionar vantagem competitiva a uma empresa” (Revista Fortune, 1987).
Estes sistemas vêm suportando as iniciativas de redução dos tempos de produção e melhoria da qualidade dos produtos, no entanto, a questão do controle dos custos de mão-de-obra se tornou hoje uma das variáveis mais importantes a se administrar dentro do processo de produção. Esta questão ganhou relevância uma vez que as vantagens competitivas estabelecidas no passado sobre o binômio qualidade-tempo foram em grande parte copiadas pelos competidores e se tornaram um padrão de mercado. Pressionados pela alta administração, os responsáveis pela redução dos custos das próprias áreas buscaram as informações necessárias para o processo de mudança e redução dos custos de sua mão-de-obra.
Em função disto, as empresas iniciaram esforços para a revisão das sistemáticas de custeio e suporte de informações para as decisões estratégicas, operacionais e financeiras.
As decisões estratégicas dizem respeito à manutenção, eliminação ou criação de novos produtos, formação de preços e análise de viabilidade do negócio, e são aquelas tomadas com relação à mudança do posicionamento estratégico dentro do ramo de negócio, sejam em relação a clientes, produtos, serviços, cadeia de valores da indústria ou matérias-primas. As decisões operacionais se referem às decisões de mix de produção, terceirização de atividades, identificação de atividades que não agregam valor, e buscam encontrar as oportunidades de redução de custo através da maximização da utilização dos fatores produtivos, quais sejam: mão-de-obra, máquinas e equipamentos, matérias-primas e gastos gerais de fabricação. As decisões financeiras abrangem as informações necessárias às comparações de desempenho com os concorrentes.
Para se ter um efetivo controle dos custos de mão-de-obra, necessita-se prioritariamente de um sistema confiável que permita auxiliar as decisões estratégicas, apontar deficiências no processo e contribuir para as ações de melhoria.
3.2 Relatório Diário de Freqüência: A solução
Com o aumento da competitividade mundial, segundo Campos (1996), as empresas começaram a se preocupar mais em controlar e gerenciar seus custos, juntamente com seus programas de qualidade. Neste contexto, trabalhar com custos da qualidade passa a ser fundamental para medir e guiar a qualidade, as estratégias de custos e a diferenciação das empresas modernas.
Com isso, surgem novos sistemas de custos para substituir a obsolescência e imprecisão dos sistemas de custos tradicionais.
As estratégias da empresa devem levar em conta, a preocupação com gastos relevantes por natureza e volume, principalmente em função da relação custo/benefício. Estes gastos tornam-se relevantes para a organização quando há um desequilíbrio entre os custos e as receitas. Nestas condições, um gerenciamento dessa variável exige ferramentas gerenciais para o controle dos custos e despesas. Isto exposto, faz-se necessário que os custos de mão-de-obra devam ser controlados e gerenciados continuamente. Para isso, as empresas podem adotar sistemas de controle de custos, a fim de apurar os seus números que, na maioria das vezes, estão distorcidos por outros custos da empresa.
Os investimentos em programas e controles de custos de mão-de-obra devem trazer retorno financeiro para a empresa, do contrário não são justificados. Por esse motivo, a utilização de medidas eficazes torna-se necessária para garantir o sucesso do programa. Neste contexto, o Relatório Diário de Freqüência (RDF) apresenta-se como uma excelente ferramenta de suporte as ações gerenciais, pois aponta as áreas que necessitam maior atenção e que possibilitam maior ou menor retorno para a organização.
O RDF relaciona o custo da hora de uma determinada função com a quantidade de horas informadas no sistema para executar uma determinada atividade. Assim, o sistema recebe o input das horas pelo usuário e calcula o custo gerado para executar uma determinada atividade no tempo informado.
Para que seja eficiente em sua função, o controle de custo de mão-de-obra deverá ser associado ao orçamento da empresa quanto ao volume e valor da produção planejada. Dessa análise poderemos extrair subsídios para melhorar o gerenciamento dos custos, e, com isso, melhorar a rentabilidade dos investimentos.
Podemos considerar a produtividade como sendo o resultado do aproveitamento ótimo dos recursos humanos, materiais e técnicos. A produtividade fornece a medida da utilização dos recursos disponíveis.
Aumentando nossa capacidade de produção, utilizando os mesmos recursos, melhorando métodos e processos de trabalho e reduzindo os custos de mão-de-obra, chegaremos ao barateamento do preço de venda, aumento da produção, melhores salários, melhor poder aquisitivo.
Portanto, as empresas necessitam de ferramentas gerenciais condizentes com a realidade. Neste cenário, o RDF tem-se mostrado como o sistema mais apropriado para auxiliar a gestão dos custos de mão de obra.
O RDF preocupa-se em melhorar a apropriação dos custos de mão-de-obra destacando-se por detalhar, principalmente, os custos de mão-de-obra por função. Vêm tentando minimizar os impactos de alocações inadequadas, através do custeamento das atividades exigidas pelos produtos ou demais atividades operacionais. Ele constitui o ponto culminante da análise estratégica dos custos de mão-de-obra e, em conseqüência, contribui significativamente para o processo de planejamento estratégico da empresa.
Este sistema não é centrado apenas em números. Isto é, ele não se preocupa exclusivamente com os aspectos monetários, mas procura contemplar aspectos físicos das atividades, analisando fatos, atividades e processos. Assim, são definidos como elementos importantes desta abordagem de custeio.
O fato do método em questão dividir a empresa em atividades, sua implantação resulta numa base de apoio adequada para a definição de metas de resultados e para a obtenção de excelência empresarial, a qual, segundo Brimson (1996), é a integração eficaz do custo das atividades de todas as unidades de uma empresa para melhorar, continuamente, a prestação dos serviços que satisfaçam ao cliente.
De acordo com Brimson (1996), a capacidade de alcançar e manter a excelência empresarial requer a melhoria contínua e deliberada de todas as atividades dentro de uma empresa. Nesse sentido, o autor aponta, como elementos-chave, a eficácia em custos, a integração de atividades, a coerência interna em todas as unidades da empresa, a satisfação do cliente e a alocação correta dos custos.
O RDF adapta-se a empresas que possuam um sistema de engenharia das peças, fabricação e montagem das mesmas. É um sistema característico de empresas que produzem sob encomenda. Pode-se citar como exemplos, as empresas do ramo off-shore.
O controle de custo da mão-de-obra através do RDF é um método adequado e eficiente, não apenas para controlar, mas também para informar sobre diversos aspectos da mão-de-obra, como a adequação do fluxo do processo; utilização das instalações e equipamentos; tempo ocioso de mão-de-obra e equipamentos, etc.
A implementação de um sistema de custos de mão-de-obra segue os mesmos procedimentos empresariais tradicionais que consistem em:
- preparação do gerenciamento geral do programa;
- identificação dos itens de custos da mão-de-obra;
- identificação dos centros de responsabilidade (centros de custos);
- treinamento das pessoas responsáveis pelo input de informações no sistema;
- treinamento das pessoas responsáveis pela obtenção dos dados;
- levantamento dos custos pelas pessoas responsáveis (coleta de dados) e
- preparação dos relatórios de análise.
As variações de mão-de-obra poderão ser de salário ou de eficiência. As variações de salário podem ser conseqüência de alterações nos níveis salariais, emprego de mão-de-obra mais cara (em operações onde estava prevista mão-de-obra mais barata) ou uma produção emergencial, impondo custos mais elevados de mão-de-obra com horas extras.
As variações de eficiência podem ser manipuladas através da seleção, treinamento ou transferência de operários. As operações repetitivas e o tempo farão que a mão-de-obra adquira maior destreza, assim como melhores métodos poderão ser adotados.
As ineficiências também poderão indicar operários não qualificados, sugerindo correções.
As variações ocorridas serão objeto de uma análise profunda, se realmente quisermos controlar melhor a atividade. Essas variações deverão ser relatadas, explicando se houve desperdício de material ou deficiência de mão-de-obra e dos meios de produção, falhas na programação da produção ou na aquisição de materiais, ou erros na determinação dos custos orçados.
Portanto, estas e outras questões afins poderão ser facilmente respondidas, quando os gerentes dispõem de um sistema de gestão e de apuração dos custos confiável. Segundo Martins (1996), nada melhor do que conhecer os custos de todas as atividades para daí se ter condições de verificar quais as atividades que não adicionam valor e que precisam ter seus gastos reduzidos ou anulados, e quais as atividades que podem sofrer processo de racionalização (às vezes de reengenharia) para se chegar a esta adaptação ao mundo real.
Enfim, o RDF é uma ferramenta de gestão que dá às organizações uma visão mais clara de sua economia interna e externa, através do qual os custos de mão-de-obra passam a ser visíveis e, dessa forma, podem ser alvo de programas que objetivem melhores resultados para a empresa. Além disso, proporciona o cálculo mais acurado do custo em questão, o qual suporta diversos tipos de decisões.
Cabe ressaltar que todos os sistemas de custos geram informações que auxiliam na tomada de decisão, não existe um sistema único adequado e a adequação desses sistemas depende da necessidade da empresa e do tipo de informação que precisam.
3.3 O controle do “homem-hora” na Engenharia
O objetivo do controle do homem-hora na Engenharia é identificar e calcular o custo da mão-de-obra empregada para realizar o projeto de um Desenho (DE) que se caracteriza por ser a menor unidade de trabalho da Engenharia. Todo DE tem título e formato correspondentes.
Uma Autorização de Serviço (AS) poderá ser composta por vários Desenhos que serão de Estrutura Metálica, Tubulação ou serviço de Elétrica e Instrumentação.
A AS depois de concluída pela Engenharia, emitida e aprovada pelo cliente é encaminhada para construção.
Para calcularmos o custo da mão-de-obra dos Desenhos na Engenharia será necessária, primeiramente, a determinação dos seguintes pontos:
- listagem das atividades desempenhadas na Engenharia com seus respectivos códigos;
- cálculo do custo da hora das funções existentes na Engenharia;
- estimativa de horas e custos para o projeto de cada DE; e
- apropriação no sistema das informações referentes às atividades, contrato, plataforma, AS, título, formato e horas empregadas no projeto de cada DE.
Listagem das Atividades
A lista de atividades da Engenharia tem por objetivo determinar todas as atividades desempenhadas na execução dos projetos dos Desenhos. As atividades de Engenharia serão subdivididas nas disciplinas conforme a tabela abaixo:
Tabela 1 – Códigos de Atividades da Engenharia (E)
DISCIPLINA ESPECIALIDADE ATIVIDADE DESCRIÇÃO
ESTRUTURA
(1) GERAL
(0) 00 Coordenação
01 Verificação de Projeto
02 Revisão de Documentos do Fornecedor
03 Projeto Básico
04 Projeto de Detalhamento
05 Detalhamento de Fábrica
06 Re-trabalho por Mudança de Escopo
07 Re-trabalho por Comentário do Cliente
08 Re-trabalho Interno
09 Levantamento de Campo
TUBULAÇÃO
(2) GERAL
(0) 10 Coordenação
11 Verificação de Projeto
12 Revisão de Documentos do Fornecedor
13 Projeto Básico
14 Projeto de Detalhamento
15 Detalhamento de Fábrica
16 Re-trabalho por Mudança de Escopo
17 Re-trabalho por Comentário do Cliente
18 Re-trabalho Interno
19 Levantamento de Campo
ELÉTRICA
(3) GERAL
(0) 20 Coordenação
21 Verificação de Projeto
22 Revisão de Documentos do Fornecedor
23 Projeto Básico
24 Projeto de Detalhamento
25 Detalhamento de Fábrica
26 Re-trabalho por Mudança de Escopo
27 Re-trabalho por Comentário do Cliente
28 Re-trabalho Interno
29 Levantamento de Campo
INSTRUMENTAÇÃO
(4) GERAL
(0) 30 Coordenação
31 Verificação de Projeto
32 Revisão de Documentos do Fornecedor
33 Projeto Básico
34 Projeto de Detalhamento
35 Detalhamento de Fábrica
36 Re-trabalho por Mudança de Escopo
37 Re-trabalho por Comentário do Cliente
38 Re-trabalho Interno
39 Levantamento de Campo
DISCIPLINA ESPECIALIDADE ATIVIDADE DESCRIÇÃO
SERVIÇOS DIVERSOS
(9) QUALIDADE
(1) 40 Normalização
41 Auditorias
42 Garantia da Qualidade
GERÊNCIA DE ENGENHARIA
(2) 43 Geral
CONTROLE DE DOCUMENTOS
(3) 44 Geral
PLANEJAMENTO E CONTROLE
(5) 45 Planejamento e Controle
ATIVIDADES IMPRODUTIVAS
(6) 46 Falta Descontada
47 INSS
48 Enfermidade
49 Licença Legal
50 Férias
51 Falta Abonada
52 Folga de Embarque
53 Feriado
54 Dia Compensado
55 A Disposição
56 Saída Particular
57 Exame Periódico
58 Qualificação
59 Reunião
A estrutura da lista é composta pela Disciplina que corresponde a sub-divisão da Engenharia; pela Especialidade que são sub-divisões da Disciplina e pelas Atividades.
Sendo assim, a codificação que identificará uma determinada atividade da Engenharia será composta:
- pela sigla do setor: E;
- pelo número identificador da Disciplina: 1, 2, 3, 4 ou 9;
- pelo número identificador da Especialidade: 0, 1, 2, 3, 5 ou 6; e
- pelos dois números correspondentes a Atividade.
Podemos citar como exemplo o código E1003 para uma atividade que tem como descrição Projeto Básico e que faz parte da Disciplina Estrutura.
As Atividades que fazem parte da Especialidade de número 6 são denominadas Atividades Improdutivas por caracterizarem atividades não geradoras de receita.
Cálculo do Homem-Hora
Para calcularmos o custo por hora das funções da Engenharia será necessário relacionarmos todas funções com seus respectivos salários. Usaremos aqui valores fictícios como exemplo.
Tomaremos como base de cálculo:
- 184 horas de jornada mensal on-shore resultante da equação de 42,5 horas semanais de jornada semanal normal, multiplicado pó 52 semanas no ano dividido por 12 meses do ano;
- 154 horas de jornada mensal off-shore resultante da multiplicação de 11 horas de jornada diária normal por 14 dias de embarque no mês;
- 82% sobre o salário base para os profissionais tanto em regime on-shore quanto off-shore referente aos encargos e benefícios como: direitos trabalhistas com incidência do INSS e FGTS, custo do aviso prévio indenizado, custos de benefícios sociais e outros;
- 50% de adicional de embarque para os profissionais em regime off-shore referente aos adicionais de periculosidade e sobre-aviso.
Isto posto, poderemos calcular o custo referente a uma hora de trabalho de cada função através das seguintes operações:
- Custo da hora On-shore: salário dividido pelas 184 horas de jornada mensal multiplicado pelos 82% de encargos e benefícios. Poderemos tomar como exemplo a função Ajudante com salário de R$ 500,00. O cálculo a ser realizado será o seguinte: 500 / 184 x 1,82 = 4,94.
- Custo da hora Off-shore: salário dividido pelas 154 horas de jornada mensal multiplicado pelos 50% de adicional de embarque e mais uma vez multiplicado pelos 82% de encargos e benefícios. Retomando o exemplo anterior para o cálculo off-shore: 500 / 154 x 1,50 x 1,82 = 8,86.
Com isso poderemos montar a seguinte tabela referente ao custo-hora das funções da Engenharia:
Tabela 2 – Custo por hora das funções da Engenharia
FUNÇÃO SALÁRIO HH ON HH OFF
DESENHISTA R$ 1.000,00 R$ 9,88 R$ 17,73
ENGENHEIRO DE ELETR/INSTRUM R$ 2.500,00 R$ 24,71 R$ 44,32
ENGENHEIRO DE TUBULAÇÃO R$ 2.500,00 R$ 24,71 R$ 44,32
ENGENHEIRO DE ESTRUTURA R$ 2.500,00 R$ 24,71 R$ 44,32
PROJETISTA R$ 1.500,00 R$ 14,82 R$ 26,59
PROJETISTA SENIOR R$ 2.000,00 R$ 19,76 R$ 35,45
PROJETISTA VERIFICADOR R$ 1.800,00 R$ 17,79 R$ 31,91
Os profissionais da Engenharia têm embarques esporádicos para reconhecerem a necessidade do cliente e realizarem o levantamento de campo, por isso deve-se calcular tanto o custo da hora on-shore quanto da off-shore.
Estimativa de Horas e Custo
Para fazermos o acompanhamento dos custos de mão-de-obra é necessário estabelecermos, previamente, o estimativo de horas empregadas na execução de cada DE.
Deveremos estimar quantas horas de cada função serão empregadas e relacioná-las com o seu respectivo custo-hora para obtermos o custo de mão-de-obra total do DE.
Esta previsão é de suma importância, visto que somente através deste estudo poderemos identificar falhas no processo.
Suponhamos que para realizar a execução de um DE “T–01” seja necessário empregar a mão-de-obra de 2 desenhistas durante 8 horas cada um, 3 projetistas durante 6 horas cada, 1 projetista sênior embarcado durante 11 horas, 1 engenheiro de tubulação durante 2 horas e 1 projetista verificador durante 8 horas.
Assim, será possível montar os quadros de estimativa para a Engenharia do DE “T-01”:
Tabela 3 – Estimativa de custo de mão-de-obra para Engenharia on-shore do “T-01”
FUNÇÃO CUSTO HORA ON QUANTIDADE ON HORAS ON CUSTO ON
DESENHISTA R$ 9,88 2 8 R$ 158,12
ENGENHEIRO DE TUBULAÇÃO R$ 24,71 1 2 R$ 49,41
PROJETISTA R$ 14,82 3 6 R$ 266,82
PROJETISTA VERIFICADOR R$ 17,79 1 8 R$ 142,3
TOTAL R$ 616,66
Tabela 4 - Estimativa de custo de mão-de-obra off-shore da Engenharia do DE “T-01”
FUNÇÃO CUSTO HORA OFF QUANTIDADE OFF HORAS OFF CUSTO OFF
PROJETISTA SENIOR R$ 35,45 1 11 R$ 390,00
Com base nesses quadros chegaremos a estimativa de custo total de mão-de-obra do DE “T-01”:
Tabela 5 - Estimativa de custo de mão-de-obra total da Engenharia
TOTAL DO CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DA ENGENHARIA ON-SHORE R$ 616,66
TOTAL DO CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DA ENGENHARIA OFF-SHORE R$ 390,00
TOTAL GERAL R$ 1.006,66
Apropriação das Informações no Sistema
Após a execução de cada atividade desempenhada, o usuário (funcionário) deverá lançar no sistema a data da atividade, o código da atividade em questão, o contrato, a plataforma, a AS, o título, o número e o formato do DE e as respectivas horas normais e/ou extras empregadas.
A tela da Engenharia no RDF é diferente da tela da Produção por exigir um maior número de informações a respeito do DE conforme a figura abaixo:
Continuando:
O dado cadastral “Departamento” e a caixa “Opção” identificarão a área de trabalho correspondente ao funcionário. Caso a Opção selecionada seja “On-Shore” estaremos tratando de um funcionário que executou atividades de Engenharia on-shore. Caso a descrição da Opção selecionada seja “Off-Shore” trataremos de um funcionário que executou atividades de Engenharia off-shore, ou seja, embarcado.
3.4 O controle do “homem-hora” na Fabricação e Montagem
O objetivo aqui é controlar o custo da mão-de-obra empregada para realizar a fabricação e montagem de uma AS que se caracteriza por ser a menor unidade de Produção.
É necessário compreender, ainda, a trajetória da AS. Após ser liberada pela Engenharia para a construção, será fabricada on-shore e, após a conclusão da fabricação, será liberada para montagem off-shore.
Para calcularmos o custo da mão-de-obra na fabricação e montagem das ASs será necessária, primeiramente, a determinação dos seguintes pontos:
- listagem das atividades desempenhadas na fabricação e montagem com seus respectivos códigos;
- cálculo do custo da hora das funções existentes na fabricação e montagem;
- estimativa de horas e custos para a fabricação e montagem de cada AS; e
- apropriação no sistema das informações referentes às atividades, contrato, plataforma e horas empregadas na fabricação e montagem de cada AS.
Listagem das Atividades
A lista de atividades da Produção tem por objetivo determinar todas as atividades desempenhadas no processo de fabricação das peças. No entanto, como o processo de fabricação e montagem se complementam, poderemos relacionar uma única lista comum as duas áreas. Nesta lista constarão todas as atividades de fabricação e montagem denominadas como atividades de produção conforme abaixo:
Tabela 6 - Código de Atividades da Produção (P)
DISCIPLINA ESPECIALIDADE ATIVIDADE DESCRIÇÃO
ESTRUTURA
(1) GERAL
(0) 00 Coordenação
01 Re-trabalho
02 Re-trabalho por Engenharia
FABRICAÇÃO DE ESTRUTURAS
(1) 03 Corte
04 Montagem
05 Solda
06 Visual
07 Risco
08 Acabamento
09 Liberação
TUBULAÇÃO
(2) GERAL
(0) 10 Coordenação
11 Re-trabalho
12 Re-trabalho por Engenharia
FABRICAÇÃO DE TUBULAÇÃO
(1) 13 Corte
14 Montagem
15 Solda
16 Visual
17 Teste Hidrostático
ELÉTRICA
(3) GERAL
(0) 18 Coordenação
19 Manutenção Elétrica
20 Re-trabalho
21 Re-trabalho por Engenharia
SERVIÇOS DIVERSOS
(9)
SERVIÇOS DIVERSOS
(9) QUALIDADE
(1) 22 Gerência
21 Normalização
22 Auditorias
23 Inspeção
24 Provas/Ensaios
GERÊNCIA DE PRODUÇÃO
(2) 25 Geral
CONTROLE DE DOCUMENTOS
(3) 26 Geral
CAMPO
(4) 27 Movimentação de Material
28 Operador de Empilhadeira
29 Estufa
30 Montagem Material Fabricado
31 Desmontagem Material Fabricado
32 Pintura
33 Manutenção Elétrica
PLANEJAMENTO E CONTROLE
(5) 34 Planejamento e Controle
ATIVIDADES IMPRODUTIVAS
(6) 35 Falta Descontada
36 INSS
37 Enfermidade
38 Licença Legal
39 Férias
40 Falta Abonada
41 Folga de Embarque
42 Feriado
43 Dia Compensado
44 A Disposição
45 Saída Particular
46 Exame Periódico
47 Qualificação
48 Reunião
A estrutura da lista é a mesma já anteriormente citada na Engenharia. Sendo assim, a codificação que identificará uma determinada atividade da Produção será composta:
- pela sigla do setor: P;
- pelo número identificador da Disciplina: 1, 2, 3 ou 9;
- pelo número identificador da Especialidade: 0, 1, 2, 3, 4, 5 ou 6; e
- pelos dois números correspondentes a Atividade.
Podemos citar como exemplo o código P1104 para uma atividade que tem como descrição Solda e que faz parte de Fabricação de Estruturas.
Da mesma forma como na Engenharia, as Atividades que fazem parte da Especialidade de número 6 são denominadas Atividades Improdutivas.
Cálculo do Homem-Hora
A mesma base de dados utilizada para calcular o custo por hora das funções da Engenharia será utilizada para a Produção.
Poderemos, então, montar a tabela abaixo:
Tabela 7 - Custo por hora das funções da Produção
FUNÇÃO SALÁRIO HH ON HH OFF
AJUDANTE R$ 500,00 R$ 4,94 R$ 8,86
CALDEIREIRO R$ 800,00 R$ 7,91 R$ 14,18
INSTRUMENTISTA R$ 850,00 R$ 8,40 R$ 15,07
MAÇARIQUEIRO R$ 700,00 R$ 6,92 R$ 12,41
MONTADOR DE ANDAIME R$ 750,00 R$ 7,41 R$ 13,30
MONTADOR DE CHAPARIA R$ 600,00 R$ 5,93 R$ 10,64
SOLDADOR R$ 900,00 R$ 8,89 R$ 15,95
Estimativa de Horas e Custo
Para realizarmos o acompanhamento da Fabricação e Montagem e termos, ainda, uma base de comparação que possibilitará a identificação de variações será necessário estabelecer uma estimativa de horas empregadas e custo agregado de mão-de-obra na execução da AS.
Deveremos identificar, primeiramente, quais funções e atividades serão envolvidas no processo, para, só então, estimar quantas horas de cada função serão empregadas e relacioná-las com o seu respectivo custo-hora para obtermos o custo de mão-de-obra total da AS.
Assim, poderemos citar o seguinte exemplo de estimativa: para executarmos a fabricação de uma AS “X” será necessário utilizar a mão-de-obra de 3 ajudantes durante 4 horas cada um; 2 soldadores durante 6 horas cada um e 1 maçariqueiro durante 2 horas. Após a fase de Fabricação a AS será liberada para a execução da montagem, sendo necessário empregar a mão-de-obra de 3 montadores de chaparia durante 6 horas cada um, 4 montadores de andaime durante 4 horas cada um, 2 ajudantes durante 3 horas cada um e 1 instrumentista durante 7 horas.
Sendo assim, será possível montar o quadro de estimativa para Fabricação:
Tabela 8 - Estimativa de custo de mão-de-obra para a Fabricação da AS “X”
FUNÇÃO CUSTO HORA QUANTIDADE HORAS CUSTO
AJUDANTE R$ 4,94 3 4 R$ 59,29
MAÇARIQUEIRO R$ 6,92 1 2 R$ 13,84
SOLDADOR R$ 8,89 2 6 R$ 106,73
TOTAL R$ 179,86
E para a Montagem:
Tabela 9 - Estimativa de custo de mão-de-obra para a Montagem da AS “X”
FUNÇÃO CUSTO HORA QUANTIDADE HORAS CUSTO
AJUDANTE R$ 8,86 2 3 R$ 53,18
INSTRUMENTISTA R$ 15,07 1 7 R$ 105,48
MONTADOR DE ANDAIME R$ 13,30 4 4 R$ 212,73
MONTADOR DE CHAPARIA R$ 10,64 3 6 R$ 191,45
TOTAL R$ 562,84
Com isto, chegaremos a uma estimativa total do custo da mão-de-obra que será empregada na execução da Fabricação e Montagem da AS “X” conforme abaixo:
Tabela 10 - Estimativa de custo de mão-de-obra total da Produção
TOTAL DO CUSTO DA MÃO-DE-OBRA NA FABRICAÇÃO R$ 179,86
TOTAL DO CUSTO DA MÃO-DE-OBRA NA MONTAGEM R$ 562,84
TOTAL GERAL R$ 742,70
Certamente esta estimativa deverá ser realizada por profissionais com vasta experiência e sensibilidade em relação a Produção.
Apropriação das Informações no Sistema
Após a executar a atividade, o usuário (funcionário) deverá lançar no sistema a data da atividade, o código da atividade em questão, o contrato, a plataforma, a AS e as respectivas horas normais e/ou extras empregadas conforme a figura abaixo:
Caso a descrição do Departamento seja Produção On-Shore e a Opção selecionada seja “On-Shore” estaremos tratando de um funcionário que executa atividades de Fabricação. Caso a descrição do Departamento seja Produção Off-Shore e a Opção selecionada seja “Off-Shore” trataremos de um funcionário que executa atividades de Montagem.
3.5 Produzindo os deriverables
Um sistema de gerenciamento de custeio de mão-de-obra deve permitir análises mais consistentes quanto a problemas graves das empresas como re-trabalhos de produtos defeituosos ou gargalos de produção. Medir passo a passo o processo produtivo permite a gerentes e supervisores a quantificação econômica de atrasos e ineficiências do processo produtivo
A mensuração dos custos de mão-de-obra é vista pelos administradores como a forma de se atender a vários objetivos ou requisitos. Daí surge a necessidade de adotarmos um sistema de controle de custo de mão-de-obra que permita:
- identificar e apontar as falhas existentes nos processos;
- aumentar a produtividade através do controle;
-conhecer na realidade o quanto à empresa está gastando com re-trabalho e improdutividade;
- revelar o impacto do custo da mão de obra em relação à receita;
- tornar o controle da mão-de-obra um dos objetivos estratégicos da organização;
- identificar as oportunidades para diminuir a improdutividade e re-trabalho e
- acompanhar os controles orçamentários dos custos de mão-de-obra.
O sistema identificado com capacidade de prover os deliverables acima descritos é o RDF.
Os relatórios extraídos do RDF poderão ser emitidos no nível de detalhamento necessário, como por homem-hora ou custo alocado num contrato, plataforma, AS e atividade no caso da fabricação e montagem. Já para a Engenharia além destes citados, poderemos ainda detalhar os relatórios por número do DE, formato e título do documento. A análise das variações poderá esclarecer as ineficiências, que podem estar relacionadas com o desempenho das áreas.
A freqüência das apurações podem ser semanais, quinzenais, mensais, bimestrais, trimestrais, semestrais ou anuais, porém recomenda-se serem o mais freqüentes possíveis, pois proporcionam um perfil atualizado da estrutura de custos, e permite uma tomada de decisão a nível gerencial mais rápida e segura.
4 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
4.1 Conclusões
A atenção que a maioria das empresas dispensa a seus sistemas de custeio tem como foco as demonstrações contábeis que devem obedecer a normas legais e, com isso, despreza a importância do levantamento e a análise dos custos como geradores de informações gerenciais importantíssimas na tomada de decisões operacionais relativas a fixação de preços, escolha entre produzir internamente ou subcontratar (terceirizar), determinação do mix de serviços a serem oferecidos e previsão de lucro em face de variações nas vendas, decisões essas que representam grande parte das preocupações do gestor.
A maximização da eficiência nos processos consiste em maximizar os tempos de operação normal, com menor custo de operação com re-processo, e redução dos tempos ociosos. Neste sentido, o RDF apresenta-se como uma boa solução no auxílio do controle de custo da mão-de-obra das áreas em questão, além de garantir informações seguras, precisas e rápidas fundamentais para a tomada de decisões por parte da alta gerência. Para isso, é necessário que os funcionários sejam amplamente treinados e suportados no manuseio dessa ferramenta. Através dos relatórios gerenciais providos pelo RDF, as gerência serão capazes de analisar os seus custos de mão-de-obra e identificar não-c-nformidades com relação a previsão. No entanto, não existe uma solução ótima e única que atenda a todas estas variáveis.
A gestão eficaz de custos depende de custos competitivos no mercado mundial e eliminação de atividades que não agregam valor, através de benchmarking e reengenharia.
O efetivo controle dos custos de mão-de-obra, na realidade, busca identificar e apontar as falhas existentes nos processos. Algumas alternativas para redução do custo de mão-de-obra podem ser aplicadas como: terceirização e contrato por prazo determinado caso seja comprovadamente mais rentável.
O controle dos custos de mão-de-obra é, hoje, um fator estratégico dentro das empresas que deve ser suportado por um sistema de custeio apropriado. Isso posto, para controlar o custo da mão-de-obra na engenharia, construção e montagem, tomando ações corretivas, garantindo a qualidade e aumentando a margem de lucro esperada é necessário que se gerencie os custos da mão-de-obra através de um sistema de controle confiável, em nosso caso, através do RDF que nos comprovou ser um sistema adequado as nossas exigências e realidade.
4.2 Sugestões
Esta dissertação não pretende esgotar o assunto, apenas levantar alguns questionamentos sobre a importância do controle de custo de mão-de-obra nas atividades de Engenharia, Construção e Montagem.
Nesse contexto, deixamos algumas sugestões para futuras pesquisas, conforme descritas abaixo:
• Até que ponto a desmotivação e a falta de estímulo influenciam a produtividade contribuindo para aumentar a improdutividade e, conseqüentemente, os custos de mão-de-obra?
• Como o sistema de controle de custo de mão-de-obra têm papel relevante na medição dos indicadores de performance da empresa?
• De que forma se dá o posicionamento da empresa com base na gestão estratégica de custos?
5 CRONOGRAMA
A pesquisa será desenvolvida em dezessete etapas básicas distribuídas em 09 meses de trabalho.
Fases MESES/2006
04 05 06 07 08 09 10 11 12
1. PROJETO x
Elaboração do projeto x
x
Apresentação do projeto x
x
Alterações do projeto x
x
Entrega do projeto ao orientador x
x
2. COLETA DE DADOS x
Pesquisas bibliográficas x
x
Aprofundamento do estudo bibliográfico x
x
3. TRATAMENTO DOS DADOS x
Análise dos dados selecionados x
x
Elaboração dos dados coletados x
x
Comparação x
x
4. REDAÇÃO E APROVAÇÃO DA MONOGRAFIA x
Redação da versão preliminar x
x
Apresentação da monografia x
x
Alterações da monografia x
x
Aceitação do orientador x
x
Aceitação pela comissão examinadora x
x
Aceitação da versão final x
x
Encaminhamento à comissão examinadora x
x
Apresentação/julgamento da dissertação x
x
6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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COGAN, Samuel. ACTIVITY – BASED COSTING. (ABC) A Poderosa estratégia
Empresarial. São Paulo: Pioneira, 1994.
COOPER, Robin; KAPLAN, Robert S. The Design of Cost Management Systems:
Text, Cases and Readdings. Prentice-Hall, In., 1991.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7. ed. São Paulo:
Harbra, 1997.
CORRÊA, Henrique; CAON, Mauro. Gestão de Serviços. 1ª edição. São Paulo:
Atlas, 2002.
KAPLAN, R.S.; COOPER, R. Custo e Desempenho – Administre seus custos para
ser mais competitivo. São Paulo: Futura, 2000.
LEONE, George Guerra. Custos – um enfoque administrativo. Vol. 1, 7ª edição. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9ª edição. São Paulo: Atlas, 2005.
NAKAGAWA, Masayuki. ABC, Custeio Baseado em Atividades. São Paulo: Atlas,
1994.
SHANK, J. K. GOVINDARAJAN, V. Gestão estratégica de custos – a nova ferramenta para vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
__________ . A Revolução dos Custos. 12ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 7ª edição. São Paulo: Atlas, 2006.
http://www.sebrae.com.br/br/parasuaempresa/formacaodeprecos_964.asp. Acesso em 15 jul. 2006.
http://www.dieese.org.br/bol/lpr/lpnov98.xml. Acesso em 16. jul. 2006.
http://www.sato.adm.br/suplementos/supl_manual_de_custo_de_m.htm. Acesso em 29 jul. 2006.
http://www.gea.org.br/scf/sistemas.html. Acesso em 30 jul. 2006.
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custoseprodutividade.htm. Acesso em 30 jul. 2006.
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