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APROPRIAÇÃO CULTURAL E ASSIMILAÇÃO CULTURAL NA NEGRITUDE: Uma Análise em Torno da Indústria da Moda

Por:   •  4/3/2020  •  Artigo  •  10.783 Palavras (44 Páginas)  •  210 Visualizações

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FACULDADE ARAGUAIA

GUILHERME MARQUES CARDOSO

APROPRIAÇÃO CULTURAL E ASSIMILAÇÃO CULTURAL NA NEGRITUDE: uma análise em torno da indústria da moda

GOIÂNIA, 2019


GUILHERME MARQUES CARDOSO

APROPRIAÇÃO CULTURAL E ASSIMILAÇÃO CULTURAL NA NEGRITUDE: uma análise em torno da indústria da moda

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Araguaia como requisito para obtenção do título de Bacharel em Publicidade e Propaganda, sob a orientação da Professora Ma. Márcia Pimenta Faria.

GOIÂNIA, 2019


GUILHERME MARQUES CARDOSO

APROPRIAÇÃO CULTURAL E ASSIMILAÇÃO CULTURAL NA NEGRITUDE: uma análise em torno da indústria da moda.

        Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Araguaia para obtenção do título de Bacharel em Publicidade e Propaganda, aprovado em 17 dezembro de 2019 pela banca examinadora composta pelos seguintes professores: Profa. Ma. Márcia Pimenta Faria e Profa. Ma. Mariana Reis

Profa. Ma. Márcia Pimenta Faria

Orientador – Faculdade Araguaia

Prof. ___________________________________

Examinador – Faculdade Araguaia

APROPRIAÇÃO CULTURAL E ACULTURAÇÃO NA NEGRITUDE: UMA ANÁLISE EM TORNO DA INDÚSTRIA DA MODA[1]

Guilherme Marques Cardoso[2]

Resumo:

O objetivo do presente artigo está relacionado à conscientização e entendimento do que é a Apropriação Cultural e a forma como ela acontece, cotidianamente, a partir do consumo. Para isso, é feita uma explanação teórica, que parte da ideia de lugar de fala, expondo a importância do reconhecimento de um locus social, a partir da visão da filósofa Djamila Ribeiro, para então falarmos de cultura negra, negritude e identidade com os autores Kabengele Munanga e Stuart Hall. São apresentados alguns casos do tema, exemplos de apropriação cultural, na indústria da moda. Aí, então, refletimos sobre a questão do consumo, como mediador dessa apropriação, partindo da ideia de que artefatos de origem afro, quando transformados em mercadoria, por parte da elite branca, são esvaziados de seu sentido. Buscamos uma reflexão do leitor acerca do assunto debatido, pois é notório o debate em redes sociais sobre o tema, sem que muitas vezes, haja um entendimento claro a respeito. Este artigo apóia-se em um documentário, previamente produzido, a partir de entrevistas de profundidade, que serve como mais um objeto de análise sobre os assuntos que permeiam essa temática.

Palavras-chave:  apropriação cultural; assimilação cultural; negritude; moda e consumo.

  1. INTRODUÇÃO

Este artigo tem como intenção refletir sobre a definição o conceito de Apropriação Cultural. Para desenvolver esta reflexão, organizo meu argumento em quatro eixos. O primeiro deles se refere ao conceito de “Lugar de fala”, explorando tal conceito como a busca pelo fim da mediação: “a pessoa que sofre preconceito fala por si, como protagonista da própria luta e movimento”. (RIBEIRO, Djamila, 2017, pág. 31). Em seguida, detenho-me no conceito de Apropriação cultural, na medida em que entendemos que o termo visa à elaboração de uma história social dos usos e das interpretações, relacionados às suas determinações fundamentais e inscritos nas práticas específicas que os constroem (CHARTIER, 2002). Como terceiro, saliento sobre identidade, negritude e aspectos relevantes da cultura negra e por último, apoio me na noção sobre consumo na moda como uma prática de cultura a partir das considerações teóricas de Pierre Bourdieu.

Este estudo imerge no espectro universo negro, onde o drama da apropriação cultural se mostra mais apavorante; onde dança-se um samba branco de origens negras periféricas; onde canta-se um axé esbranquiçado pelas elites baianas; onde o congado é rezado como manifestação da cultura cristã; onde veste-se o turbante como adorno do mundo europeizante da moda. Escolhi a indigestão antropofágica de um país com uma sociedade historicamente racista. Para isso, contei com o auxílio de autores como Djamila Ribeiro, Frantz Fanon, Grada Kilombo, Roger Chartier, Pierre Bourdieu entre outros.

Esta pesquisa surgiu a partir de um pequeno documentário, produzido com a realização de entrevistas de profundidade, com relatos de pessoas negras sobre o que elas entendem por Apropriação Cultural, fazendo referência à indústria da moda. No decorrer da produção audiovisual, os questionamentos e respostas ilustram e embasam o estudo em questão. O objetivo do filme é levar a uma compreensão maior sobre o assunto e as falas nele presentes, vão se construir para dar apoio a essa pesquisa. Por meio de perguntas direcionadas sobre tal conceito, a produção passa também pelo debate de novas formas de consumo e tendências, até definições sobre o significado da apropriação por coletivo.

As análises feitas trazem informações sobre o que é Apropriação Cultural, fazendo uma analogia com argumentos contrários ao conceito do termo, como: Aculturação e Assimilação Cultural. Nesse processo, características sobre o uso de elementos de origem de matriz africana, serão descritos como modo profundo de relatar a experiência de convivência da sociedade negra brasileira, com a apropriação de elementos que fazem parte de suas origens étnicas.

Por uma questão cultural, pessoas negras são caracterizadas pelos ativistas como grupo/minoria oprimida, no sentido de terem sido esvaziados de cultura, religião e significado social. Quando a discussão social em questão é levantada, um grande problema observado por parte dos envolvidos é a persistência na individualização e exceções. Falar de Apropriação Cultural é voltar na questão histórica e tratar a modernidade, pós-modernidade, contextos sociais capitalistas, mercadorias, outras formas de trocas e, de forma subjetiva, outras formas de valorização do ser humano e dos elementos que carregam as culturas.

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