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Administração De Caixa

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Por:   •  2/3/2015  •  1.648 Palavras (7 Páginas)  •  302 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A administração do caixa compreende uma tarefa de suma importância para a empresa. A grande maioria dos fracassos empresariais tem fortalecido a convicção de que a principal razão da chamada mortalidade precoce das pequenas e médias empresas é a falta da habilidade gerencial de seus administradores. Estas empresas normalmente nascem através de uma ideia de negócios proposta por empresários que conhecem profundamente a função técnica a ser exercida, porém não se preocupam com a função administrativa financeira da empresa. Esses empresários acreditam que, produzindo bens de alta qualidade e demanda, estão dispensados de dedicar tempo à boa administração, relegando esta tarefa a funcionários sem preparo, ao invés de contratarem alguém apto para fazê-lo em seu lugar. Empresa alguma poderá crescer ou mesmo sobreviver, sem um gerenciamento adequado na área administrativa. É essencial a essa função administrativa o conhecimento dos procedimentos financeiros e contábeis disponíveis, bem como a sua melhor utilização para o acompanhamento, controle, ajuste e projeção dos resultados da empresa.

ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA

O termo caixa refere-se os ativos de liquidez imediata, definido como depósitos à vista mais moeda, ou seja, recursos monetários armazenados pela empresa e saldos mantidos em contas correntes bancárias de disponibilidade imediata. Saldo mínimo de caixa em uma empresa torna-se essencial para manter ou satisfazer fatores com alto custo, inflação, incerteza do fluxo de caixa, pagar compras rotineiras, impostos etc. Porém, o mínimo de caixa necessário dependerá da política adotada por cada empresa, não existindo um valor universal factível a todas.

Como objetivo principal, a administração de caixa nas organizações deve otimizar a utilização dos recursos financeiros, humanos e materiais ao integrar todas as atividades da empresa.

O caixa é reflexo das políticas de investimentos e financiamentos, como vendas, créditos, compras, estoques e outras mais, e, como tal, tornam-se influenciado principalmente pelas decisões tomadas nessas áreas. Neste sentido, a gestão do caixa deve primar pela sincronização das entradas e saídas para que a empresa não se torne ilíquida ou mantenha excesso de liquidez, incorrendo em altos custos de oportunidade.

Assaf Neto e Silva (2002, p.86-87) ressaltam que o mínimo de caixa exigido dependerá de uma série de fatores, entre eles: falta de sincronização entre os pagamentos e recebimentos de caixa; grande possibilidade de ocorrência de eventos não previstos no planejamento da empresa que representem desembolsos de caixa; política de crédito da empresa; existência de um modelo de administração de caixa claramente definido e ajustado às operações da empresa; regularidade nos recebimentos da empresa; etc.

Os modelos de administração de caixa buscam exatamente estabelecer o equilíbrio entre os benefícios e os custos de liquidez. Em geral, os modelos resumem em fazer com que o investimento nesse ativo seja tão pequeno quanto possível, satisfazendo as necessidades básicas da empresa saldando seus compromissos programados, e na medida do possível manter uma reserva de segurança de modo a cobrir imprevistos.

Esses vários fatores que motivam a existência de um caixa mínimo podem ser condensados em três razões principais para as empresas manterem caixa, conforme inicialmente teorizado por Keynes (1936). As empresas mantem caixa pelo motivo-transação, ou seja, mantem dinheiro necessário para efetuar as operações de negócios normais da empresa, e um saldo mantido em bancos em compensação pela provisão de empréstimo e serviços.

A outra razão é o motivo-precaução: dinheiro mantido em reserva para flutuações aleatórias, imprevistas, nos recebimentos e pagamento de caixa. E por ultimo, as empresas podem manter caixa pelo motivo especulação, com o intuito de aproveitar as vantagens de surgimento de bons negócios.

Nesse sentido, o objetivo básico da gestão de caixa está pautado em fazer com que o investimento nesse ativo seja tão pequeno quanto possível, satisfazendo as necessidades básicas da empresa, para que possa saldar seus compromissos programados e na medida do possível manter uma reserva de segurança, de modo a cobrirem imprevistos.

O caixa apropriado deve ser administrado sem prejudicar a eficiência e a eficácia das atividades da empresa, acrescentando segundo Ross, Westerfield e Jaffe (1995, p. 554) que o saldo apropriado de caixa deve envolver o equilíbrio entre os custos de oportunidade da manutenção de um saldo excessivo e os custos de transação decorrentes da manutenção de um saldo muito pequeno.

MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA

Os modelos de administração de caixa visam fundamentalmente definir esse nível de equilíbrio do caixa de uma empresa. Sempre com o intuito de minimizar os custos, cada um destes modelos provê estratégias ótimas para um determinado padrão de fluxo de caixa.

Cada modelo assume um padrão particular de fluxo de caixa futuro e desenvolve uma estratégia ótima para investimentos e desinvestimentos baseados no trade-off rentabilidade do caixa e custos de transação (SCHERR, 1989, p.125)

Dentre os modelos existentes, o de Miller-Orr é um dos comumente empregados na gestão de caixa e referenciados na literatura de finanças. Esse modelo trata os fluxos de caixa como se fossem aleatórios, não assumindo a total previsibilidade de seus valores e sua aplicação é recomendada para ambientes com incertezas de fluxos de caixa.

O modelo formula uma estratégia de maximização do lucro baseando-se certos limites que podem variar os fluxos de caixa. Quando o caixa total da firma encontra-se acima do limite de controle superior, investimentos são realizados a ponto de trazer para baixo o saldo de caixa; e quando este saldo se encontra abaixo do limite de controle inferior, são resgatados os investimentos para elevar novamente o saldo de caixa. Com isso objetiva-se justamente calcular o valor ótimo dos limites, os quais dependem dos custos fixos associados às transações, dos custos de oportunidade e da variação esperada nos saldos de caixa. Segundo Brealey e Myers (1992, p.787) “este modelo representa um compromisso feliz entre simplicidade e realismo”.

Ainda que simples e factível o Modelo de Miller-Orr (MMO) possui algumas características que devem ser analisadas com cautela no momento de sua aplicação, tais como: não leva em consideração o componente sazonal dos

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