As Fases De Desenvolvimento Da Organização
Monografias: As Fases De Desenvolvimento Da Organização. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: yaheei • 29/9/2013 • 2.873 Palavras (12 Páginas) • 526 Visualizações
AS FASES DE DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES
Os seres humanos passam por fases ao longo de suas vidas: infância, adolescência, maturidade, etc. Quando conhecemos estas fases e as crises características das mudanças de fases podemos aceitá-las e lidar com elas de forma mais consciente. Não nos assustamos com a queda de dentes, com o nascimento de pelos, com a revolta dos adolescentes, com as dúvidas existenciais, com as crises de meia idade, etc. O ser humano se desenvolve à medida que vence as crises e atravessa as diferentes fases de sua vida.
Da mesma maneira que os seres humanos, as organizações passam por mudanças. Dependendo da dimensão de tempo que usamos para observá-las, estas mudanças podem ou não ser perceptíveis. Mudanças perceptíveis podem ser quantitativas ou qualitativas. As mudanças quantitativas envolvem crescimento ou diminuição de estruturas, mas o nível de complexidade da organização se mantém o mesmo.
Há momentos na vida da organização em que o crescimento das estruturas existentes não mais é suficiente para responder aos estímulos e demandas dos meios externo e interno. Mesmo expandindo sua estrutura, a organização não consegue resolver seus problemas e entra em crise.
Nestes momentos, tornam-se necessárias mudanças qualitativas, que envolvem a formação de novas capacidades, novas estruturas, de novos órgãos, até a integração das partes num novo sistema mais complexo. Não é possível voltar ao que se era antes.
Assim, mudanças qualitativas são respostas a situações de crise.
Desta maneira, assim como os serem humanos, as organizações também passam por diferentes fases de desenvolvimento, fases estas que são demarcadas por crises. As crises podem ser superadas, levando a organização a outro estágio de desenvolvimento, ou não, o que pode levar a organização à morte ou ao seu fechamento.
No livro The Developing Organization, Bernard C G Lievegoed discorre a respeito de fases no desenvolvimento de organizações. Ainda que inicialmente voltado para organizações do setor privado, seu trabalho é muito útil para a compreensão das diferentes fases pelas quais passam as iniciativas sociais. Tanto é que esta publicação inspirou os autores C. Schaeffer e T. Voors no livro Desenvolvimento de Iniciativas Sociais: da visão inspiradora à ação transformadora, bem como a tantos outros autores.
Este texto traz uma caracterização das fases de desenvolvimento das organizações. Os exemplos citados são baseados em fatos reais, por nós vividos junto a organizações da sociedade civil.
Fase Pioneira ou Fase Emotiva
Somos uma grande família
Conheço todos na organização
Deixe que eu resolvo
Precisamos de um folheto de comunicação? É com a Maria.
Iniciativas sociais surgem quando um indivíduo ou um pequeno grupo de pessoas torna-se incomodado ou atento a uma necessidade identificada na sociedade, seja ela o fornecimento de sopa embaixo do viaduto, o ensino de artes marciais para crianças em situação de rua, o atendimento telefônico anônimo para quem se sente só, etc., e decide que “tem que dar uma resposta a essa necessidade”. Em pouco tempo tem-se um pequeno grupo de pessoas realizando uma ação específica para o atendimento de determinado público em sua necessidade.
Quem já iniciou ou participou dos estágios iniciais de desenvolvimento de uma iniciativa social, normalmente se lembra com saudades daqueles tempos. Como uma família se une ao redor de um bebê que nasce, as pessoas de unem calorosamente, identificadas com a ação que se inicia.
A pessoa fundadora, também chamada pioneira, é quem traz a visão, a chama da ação transformadora para o grupo.
Com seu carisma, atrai novas pessoas para trabalharem junto à iniciativa. Normalmente escolhe as pessoas de acordo com a afinidade de idéias, de temperamentos, de ideais.
O pioneiro conhece todos os da sua equipe, e muitas vezes também suas famílias. O sentimento que viceja, no grupo, é de uma família. O motivo que os une é vivo e a pioneira é quem traz o calor, a inspiração. Viceja o entusiasmo.
As relações entre as pessoas é próximo, todos se conhecem, e pode haver um certo paternalismo entre o fundador e os demais.
Nesta fase, a hierarquia da organização é muito simples, com poucos níveis hierárquicos, quando não apenas dois: o fundador e os demais.
Os principais tomadores de decisão fazem de tudo um pouco na organização.
A liderança neste estágio é autocrática, centrada na pessoa fundadora, que a exerce de modo pessoal e direto, ou seja, delega diretamente e a qualquer hora a todos de sua equipe.
Vemos isto ocorrer mesmo em organizações grandes, com centenas de funcionários, que ainda estão na fase pioneira.
Verifica-se, entre os funcionários, um forte sentimento de lealdade para com a fundadora e com a iniciativa.
Os objetivos, os rumos da organização estão implícitos na cabeça do fundador. De modo empírico, ele sabe o que tem que ser feito e comunica isto a todos.
O pioneiro atende diretamente o “seu” público, fala a linguagem de seu público, e muitas vezes é quem ensina aos demais o modo como atendê-lo, como prestar o serviço ou fazer o produto, e também por isto é reconhecido pelo grupo.
Nesta fase de vida da organização, não há ainda um conselho funcional. Se ele existe, normalmente está só no papel.
A grande qualidade desta fase reside no fato de que o foco é a ação com o cliente, o beneficiário, o público alvo. As pessoas estão centradas em atendê-lo, da melhor maneira que for possível. Existe certa autonomia no grupo, que age de maneira improvisada e intuitiva, para responder às necessidades do cliente.
As dificuldades são enfrentadas com criatividade e rapidez, o que mantém o grupo motivado em torno de sua ação.
Os processos não estão descritos nem padronizados. As atividades são realizadas por todos, todo mundo faz de tudo um pouco.
As funções vão aparecendo à medida que as pessoas fazem as tarefas, e com o tempo, pode haver uma certa personalização das funções: “Dinheiro é com o Paulo”.
A comunicação é simples e direta. Todos sabem de tudo o que acontece em torno da iniciativa.
Normalmente, nesta fase
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