Fases do desenvolvimento da criança segundo Piaget
Seminário: Fases do desenvolvimento da criança segundo Piaget. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Nicyy • 10/6/2013 • Seminário • 3.443 Palavras (14 Páginas) • 1.022 Visualizações
Fases do desenvolvimento da criança segundo Piaget
ORGANIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO
Para Piaget o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos. Para ele o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo.
Segundo( Tafner),Jean Piaget, para explicar o desenvolvimento intelectual, partiu da idéia que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio. Assim, Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento .
Ainda segundo Piaget, a adaptação é a essência do funcionamento intelectual, assim como a essência do funcionamento biológico. É uma das tendências básicas inerentes a todas as espécies. A outra tendência é a organização. Que constitui a habilidade de integrar as estruturas físicas e psicológicas em sistemas coerentes. Ainda segundo o autor, a adaptação acontece através da organização, e assim, o organismo discrimina entre a miríade de estímulos e sensações com os quais é bombardeado e as organiza em alguma forma de estrutura. Esse processo de adaptação é então realizado sob duas operações, a assimilação e a acomodação.
ESQUEMAS
Antes de prosseguir com a definição da assimilação e da acomodação, é interessante introduzir um novo conceito que é amplamente utilizado quando essas operações, assimilação e acomodação, são empregadas. Esse novo conceito que estamos procurando introduzir é chamado por Piaget de esquema (schema) (TAFNER).
Esquemas são as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e organizam o meio. Não são objetos reais, mas são vistos como conjuntos de processos dentro do sistema nervoso. Podemos fazer uma analogia a um arquivo, no qual cada ficha representa um esquema. Os adultos têm muitas fichas ou esquemas e esses são usados para processar e identificar a entrada de estímulos. Os esquemas do adulto emergem dos esquemas da criança através da adaptação e da organização. Portanto, o desenvolvimento intelectual consiste em um contínuo processo de construção e reconstrução. Os processos responsáveis pela mudança são assimilação e acomodação(Terra, 2008).
ASSIMILAÇÃO E ACOMODAÇÃO
A assimilação é o processo pelo qual a pessoa classifica um novo dado obtido. Essa classificação ocorre como uma forma de integrar esse dado, que pode ser perceptual, motor ou conceitual às suas estruturas cognitivas prévias(WADSWORDTH, 1996 apud TAFNER, 2008). Essa assimilação ocorre, por exemplo, quando a criança experimenta novas experiências e tenta adaptar esses novos estímulos às suas estruturas cognitivas pré-existentes.
Piaget define assimilação como
“uma integração à estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação.” (PIAGET, 1996 apud TAFNER, 2008)
Significa que a criança tenta adaptar o novo estímulo a algum esquema que ela já possui até aquele momento. Um exemplo dado por TAFNER(2008) é o de uma criança que está aprendendo a reconhecer animais, e que até aquele momento o único animal que ela conhece é o cachorro. Se ela for apresentada a um cavalo, ela irá reconhecê-lo como um cachorro devido à assimilação que fez entre as características dos dois animais: marrom, quadrúpede, um rabo, pescoço. A criança apenas diferenciará o cavalo do cachorro quando ocorrer o processo chamado acomodação.
Quando um adulto disser que aquele bicho não é um cachorro, mas sim um cavalo, a criança acomodará esse novo estímulo a uma nova estrutura cognitiva, criando um novo esquema. Agora ela tem um esquema para cachorro e outro para cavalo.
Piaget define acomodação quando diz que: “Chamaremos acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) ao quais se aplicam” (PIAGET, 1996 apud TAFNER, 2008). Desta forma, acomodação é quando não tem como a criança associar um novo estímulo com uma estrutura cognitiva pré-existente devido as suas peculiaridades e características novas. Assim, cria-se um novo esquema.
TEORIA DA EQUILIBRAÇÃO
De uma maneira geral, teoria de equilibração é um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, sendo assim considerado um mecanismo de auto-regulador que assegura à criança “uma interação eficiente dela com o meio-ambiente”(TAFNER, 2008).
A equilibração é necessária porque se uma pessoa só assimilasse estímulos, ficaria com poucos esquemas, incapaz de detectar diferenças entre as coisas. O contrário também é verdadeiro: uma pessoa que só acomodasse os estímulos acabaria com muitos esquemas cognitivos, gerando uma taxa de generalização muito baixa que teria como conseqüência que tudo iria parecer novo, seria incapaz de perceber que certas coisas pertencem à mesma classe.
ESTÁGIOS COGNITIVOS
As teorias de Jean Piaget tentaM nos explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos. Daí o nome dado a sua ciência de Epistemologia Genética, que é entendida como o estudo dos mecanismos do aumento dos conhecimentos.
Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e logia = estudo) é caracterizada como interacionista. A inteligência do indivíduo, como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta interação do indivíduo com o meio.
O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e vai até aos 15 ou 16 anos. Piaget diz que a embriologia humana evolui também após o nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A construção da inteligência dá-se, portanto em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget chamou de “construtivismo sequencial”.
O indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio.
Essas construções seguem um padrão denominado de estágios ou períodos que seguem idades mais ou menos determinadas.
A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência reside no fato de que, em cada um, o indivíduo adquire novos conhecimentos ou estratégias de sobrevivência,
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