Controle Financeiro

Esse artigo foi motivado a partir de um projeto extracurricular desenvolvido em Excel. A proposta do projeto era a utilização das ferramentas da planilha eletrônica para a otimização da gestão das finanças pessoais. Esse melhor aproveitamento consiste na facilidade de visualização e análise de informações financeiras que a ferramenta proporciona.

Com a exploração do trabalho extracurricular somada a uma pesquisa de campo sobre finanças pessoais abriu-se uma nova perspectiva de análise acadêmica. O que era apenas um projeto de utilização eficiente de planilha eletrônica tornou-se um artigo científico que buscou responder à problemática: os universitários conseguem projetar e aplicar o conhecimento exposto no universo acadêmico às suas finanças?

Buscou-se a resposta para essa problemática, pois é sabido que um bom planejamento financeiro é fator imprescindível para viver no presente e futuro de forma tranquila e estável, visto que a gestão das finanças proporciona condições para consumir melhor, privar-se menos e criar melhores oportunidades para alcançar independência financeira e qualidade de vida.

O objetivo desta pesquisa é analisar se os acadêmicos do 8º período de administração conseguiram absorver as técnicas de gestão e aplicá-las na sua vida, em outras palavras, identificar até que ponto os acadêmicos utilizam das ferramentas financeiras em sua gestão.

O projeto se justifica pela necessidade de um administrador conhecer e tomar decisões sobre recursos, pois este profissional, segundo Maximiano (2002), é responsável por garantir o alcance dos objetivos através da utilização de recursos. Conceitos este totalmente aplicável à vida financeira pessoal.

O resultado da pesquisa quantitativa é apresentado em forma gráfica com comentários fundamentados em pesquisa bibliográfica em livros, revistas, periódicos e internet. A sequência cronológica adotada no artigo começa com a análise da utilização de controle orçamentário, passa por uma abordagem da informatização das informações financeira pessoais, explora a questão emocional na compra e a necessidade de construção de objetivos de consumo e termina com a análise das alternativas de investimento que o mercado oferece.

2 PLANEJAMENTO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIO PESSOAL

O planejamento financeiro faz com que as metas financeiras, pessoais ou empresarias, sejam alcançadas através da formalização metódica que o planejamento proporciona. Em outras palavras planejamento financeiro é um método estruturado para se entender como usufruir do dinheiro com qualidade, tem como objetivo criar meios para acumular valores e bens, e formar patrimônio.

No ponto de vista de Balaban (2009, p. 9):

Se você dispõe de alguma renda, ainda que baixa, é possível organizar para manter distância das dificuldades financeiras e a realizar sonhos que podem envolver grandes somas de dinheiro. Para isso, é preciso planejar seus gastos e aprender a poupar.

A execução de um bom planejamento financeiro começa com o entendimento e análise da origem e aplicação dos recursos, adoção de hábitos de consumo que se adequem ao seu orçamento, e metas de poupança. Com estas escolhas fica mais fácil atingir a independência financeira.

Na visão de Von Sohsten (2004) quem sabe administrar suas finanças apresenta características de analisar como está o controle orçamentário, seus investimentos, seu patrimônio e definir objetivos.

Para Cerbasi (2004, p. 65), “o primeiro passo para poupar é fazer sobrar dinheiro”. O fato é que quem não possui controle orçamentário geralmente consumem mais recursos do que recebem. Esse déficit é causado por pequenos gastos não orçados, que em sua totalidade impactam negativamente na renda mensal.

Para ter uma visão correta de suas finanças é necessário elaborar um controle orçamentário. Cerbasi (2004) orienta que todo gasto deve ser anotado, desde os pequenos, até as despesas fixas. No final do mês deve-se balancear tudo que foi gasto e transcrevê-los em uma planilha para melhor visualização dos resultados e o controle orçamentário pode auxiliar nesta tarefa.

Segundo Frezatti (2009, p. 84), “controle orçamentário é um instrumento da contabilidade gerencial que deve permitir à organização identificar quão próximo estão seus resultados em relação ao que planejou para dado período”.

Trazendo o conceito para o âmbito pessoal, controle orçamentário é a ferramenta que traz a dimensão de quanto é gerado de receita e como estes recursos são consumidos, e principalmente qual distância esses gastos estão do que foi planejado. Cerbasi (2009) acredita que é importante ter um conhecimento detalhado das receitas mensais e agir sobre essa informação, através de iniciativas para viabilizar uma poupança regular.

Visto a importância de se utilizar controle orçamentário o Gráfico 1 procurou identificar o percentual de acadêmicos que utilizam essa ferramenta em suas finanças.

Gráfico 1:Utilização de controle orçamentário nas finanças pessoais

Fonte: Elaborado pelos autores.

Ainda que a matriz curricular do curso de administração apresente para a formação dos futuros administradores noções sobre planejamento, organização e controle, a pesquisa nos aponta que a cada 10 acadêmicos 4 não utilizam controle orçamentário na sua gestão financeira pessoal.

É importante ressaltar que a visualização dos principais gastos durante o mês, ajuda o individuo a ter equilíbrio na hora da compra, pois ele passa a apresentar maior capacidade analítica sobre os impactos orçamentários de sua decisão de consumo.

Seguindo este princípio Cerbasi (2009, p. 37) descreve oito atividades que auxiliam na gestão financeira pessoal.

1. Ter disciplina para anotar ou guardar comprovante de gastos. 2. Organizar os gastos para ter uma clara noção de seu padrão de consumo. 3. Comparar a evolução do padrão de consumo ao longo do tempo. 4. Refletir sobre a qualidade de suas escolhas. 5. Estipular alterações no padrão de consumo, visando obter maior qualidade. 6. Policiar suas novas escolhas. 7. Estimar as consequências de suas escolhas, como o patrimônio ou a poupança formada no final do ano. 8. Usar o orçamento atual como base para simular situações extremas, como perda da renda ou recebimento de um grande valor em dinheiro.

3 INFORMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS

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