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DESCOBRINDO-ME PROFESSORA DE JOVENS E ADULTOS NA EXPERIÊNCIA DE ALFABETIZAÇÃO DE IDOSOS

Por:   •  19/6/2019  •  Artigo  •  4.404 Palavras (18 Páginas)  •  268 Visualizações

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DESCOBRINDO-ME PROFESSORA DE JOVENS E ADULTOS NA EXPERIÊNCIA

DE ALFABETIZAÇÃO DE IDOSOS1

Maria de Jesus Ferreira César de Albuquerque

Centro de Educação / UFPE

RESUMO

Procuro evidenciar neste artigo o caminho percorrido durante nosso aprendizado de professores alfabetizadores de

jovens e adultos, que se mostra inacabável e – porque não dizer? –inconcluso, pois essa é a condição do ser

humano e é também o que o diferencia dos outros animais. O caminho que percorri se apresenta sob a forma de

“diário etnográfico”, permitindo o acompanhamento das próprias ações e suas implicações no meio onde nos atuamos

Nesse trajeto, procuramos evidenciar o conhecimento e reconhecimento de bases teóricas e suas experimentações na

prática por meio dos encontros vivenciados com os referidos alunos, recognificando e reconstruindo o meu

processo de aprendizagem na relação professor-aluno. Ao tecer esse rumo, levando em consideração a relação

estabelecida entre educador-educando e educando-educador, experimentamos um caminho de humanização com as

pessoas envolvidas, buscando as possibilidades para assumir nosso papel no processo da dinâmica social como

professores

Palavras-chave: diário etnográfico, aprendizagem, humanização.

ABSTRACT

I look for to evidence in this article the way covered during my learning of teacher of young and adult persons,

what reveals endless and - because not to say? - inconclusive, therefore this is the condition of the human being

and is also what it differentiates it of the other animals. The way that I covered if presents under the form of

"etnografic daily", allowing to the accompaniment of the proper actions and its implications in the way where I

act. In this passage, I looked for to evidence the knowledge and recognition of theoretical bases and its

experimentations in the practical one by means of the meeting lived deeply with the related pupils, re-meaning

and reconstructing my process of learning in the relation professor-pupil. When weaveeing this route, taking in

consideration the relation established between educator-educating and educate-educator, I tried a way of

humanization with the involved people, searching the possibilities to assume our role in the process of the social

dynamics as teacher.

Key-word: etnografic daily, learning, humanization.

1Monografia de Especialização em Fundamentos de Educação de Jovens e Adultos – EJA. Ano de conclusão:

março / 2004.

INTRODUÇÃO

O que significa ser professor de EJA

Sermos educadores é sermos mediadores do processo de construção de cidadania dos

nossos estudantes, facilitando-lhes sua humanização.

Nessa perspectiva, ser professor é cooperar com o processo de humanização dos

educandos. É “[...] tornar os indivíduos participantes do processo civilizatório e

responsáveis por levá-lo adiante” (PIMENTA, 1999, p.23). Ser professor de EJA significa

contribuir com nossos alunos para o exercício da sua cidadania. Se hoje há estudantes na

referida modalidade de ensino, é porque esses não tiveram oportunidade de estudar na idade

“propícia” e, conseqüentemente, não exerceram sua cidadania.

No interior das reflexões sobre a problemática de EJA, vamos compreendendo que ser

professor de adultos é ser mediatizador dos “processos e experiências de ressocialização

(recognição e reinvenção)” (SOUZA, 1999, p.104), na contribuição da transformação da

“realidade social e pessoal” (SOUZA, 1999, p.104). Portanto, compreendi que ressocializar

significa mudar nossa forma de pensar o mundo por meio da interação social, por meio da

situação pela qual estava vivenciando.

Em Souza (2003, p.12), encontramos que professor é aquele que observa, reflete

criticamente e reorganiza suas ações e as ações dos seus estudantes. Nesse sentido, o professor

de jovens e adultos há de compreender que esta atividade

[...] engloba todo o processo de aprendizagem, formal ou informal,

onde as pessoas consideradas ‘adultas’ pela sociedade desenvolvem

suas habilidades, enriquecem seu conhecimento e aperfeiçoam suas

qualificações técnicas e profissionais, direcionando-as para a satisfação

de suas necessidades e da sociedade (ibid).

O professor de jovens e adultos precisa fundamentar a sua ação numa concepção de

educação, cujas bases históricas cabem-lhe entender.

O que significa EJA – retomando a sua história

"Historicamente, a educação de adultos inicia-se com a Constituição de 1934, que no seu

artigo 150, parágrafo único, torna ‘o ensino primário integral gratuito e de freqüência

obrigatória extensivo aos adultos’. Antes desse período, várias iniciativas de educação de

adultos foram desenvolvidas, freqüentemente, em escolas noturnas e, predominantemente, nas

áreas urbanas, seja por parte de governos estaduais, de particulares ou de associações

profissionais” (WEBER, 2002, p.15).

“As primeiras iniciativas de educação de adultos na América Latina são da década de 1940,

vinculados ao setor rural, no propósito de torná-lo um setor mais produtivo. Paralelamente ao

apoio a programas de educação agrícola, várias campanhas de alfabetização foram concebidas

ao longo do Continente Latino-Americano. Difundia-se a crença de que o subdesenvolvimento

tinha origem principalmente na falta de decisão e vontade dos indivíduos. As campanhas de

alfabetização eram pensadas como forma de combater a miséria e a pobreza, inspiradas numa

concepção otimista da educação” (SILVA, 2003, p.20).

“As mobilizações nacionais em torno do problema da Educação de Adultos se

iniciaram a partir dos 1940, desenvolveram-se e entraram em declínio no final da década dos

...

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