Economia Agroexpotadora
Casos: Economia Agroexpotadora. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mariaiza • 16/10/2014 • 9.510 Palavras (39 Páginas) • 560 Visualizações
CAPÍTULO 1
ECONOMIA BRASILEIRA – PARTE 1 – ACUMULAÇÃO PRIMITIVA E FORMAÇÃO DE POUPANÇA
UNIDADE 1.1 - ECONOMIA AGROEXPORTADORA – 6 horas
• Título da Unidade - Economia agroexportadora
• Objetivo da Unidade – Entender os problemas do processo agroexportador
• Conteúdo da Unidade – Economia Agroexportadora Brasileira
• Material disponível - Apostila
• Atividades Previstas – Aulas e Exercícios
1. Economia Agroexportadora
Defini-se economia agroexportadora como aquela que é baseada na produção e exportação de produtos primários.
Desde seu descobrimento até o período denominado República Velha (1889-1930), a economia do Brasil teve como principal direcionador de desempenho da suas exportações os produtos primários. Desta forma, no inicio do século XX, as exportações eram determinantes para o desempenho da economia brasileira, pois garantiam as importações, base da estrutura do consumo no Brasil.
2. Ciclos da economia agroexportadora
Como dito anteriormente a economia brasileira, no período 1889-1930, dependia fortemente do desempenho de suas exportações de produtos agrícolas. Estas exportações eram compostas de alguns poucos itens, cuja importância variou ao longo dos anos. Assim tivemos o ciclo do ouro, o do açúcar, o do café, o da borracha, etc. Destaque para o ciclo do café, produto que dominou a economia no período da velha república.
Como o desempenho econômico dependia das exportações de produtos primários e estas variavam conforme os preços internacionais, a economia brasileira estava exposta a uma elevada vulnerabilidade externa.
No caso do café, principal produto de exportação na velha república, o preço internacional dependia das condições de mercado. Nos momentos de prosperidade a demanda aumentava e nos momentos de crises ela se retraía. EUA e Inglaterra eram os principais importadores e influenciavam o comportamento da demanda. O Brasil, apesar de ser o maior produtor mundial, não influenciava os preços, pois outros países também atuavam na oferta.
Dado este cenário, as crises internacionais ocasionavam sérios problemas as exportações brasileiras de café e, por consequência, aos outros setores da economia. Este processo de transferências das crises externas para o mercado interno explica, em grande parte, a vulnerabilidade da economia agroexportadora.
Sendo o setor agroexportador o mais dinâmico da economia, os outros tinham menor rentabilidade que este e assim, os recursos disponíveis eram direcionados para aquele setor. Como resultado havia uma forte concentração de renda e propriedade.
3. Deterioração dos termos de troca
Termo de troca é a relação entre os preços das exportações e os preços das importações de um país.
Muitos autores defendem a idéia de que os preços dos produtos agrícolas possuem um desempenho que tende a um menor crescimento frente aos industrializados. Logo, se um país como o Brasil, tem suas exportações baseadas em produtos agrícolas, terá desvantagem frente suas importações de manufaturados. A este processo denominamos deterioração dos termos de troca.
4. Teoria cepalina ou estruturalista
Ao adotarem o livre comércio e o livre fluxo de capitais, além de se especializarem na produção dos bens em que possuíssem vantagens comparativas, os países atingiriam naturalmente o desenvolvimento. Assim dizia a teoria tradicional do comercio.
Vários autores se insurgiram contra estas idéias, principalmente na América Latina. Destaque para Raul Prebish e a teoria estruturalista ou cepalina (CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e Caribe criada em 1948).
Esse autor argumentou que o livre comércio, proposto pelos países mais desenvolvidos (países de centro), somente traria vantagens para os próprios, ficando os países. Ele aponta como solução a industrialização dos países periféricos com o objetivo de substituir suas importações e melhorar seus termos de troca.
5. Políticas de defesa da economia agroexportadora e seus problemas
Como vimos o principal problema de uma economia agroexportadora é a oscilação de preços do principal produto primário exportado.
Quando os preços estavam em alta os empresários obtinham maiores lucros e os reinvestiam no próprio negócio, criando mais empregos. No cenário inverso, os investimentos caiam, assim como a geração de empregos. Ao governo, neste último caso, havia poucas possibilidades de ação para proteger a economia. Entretanto, cabe destacar duas delas: a desvalorização cambial e a política de valorização do café.
A desvalorização cambial mantinha, em moeda local, a renda dos cafeicultores, entretanto criava dois problemas:
1) Estimulava a superprodução, pois a queda de preço no mercado internacional, em geral, era provocada pelo aumento da oferta;
2) Socialização das perdas provocada pelo aumento da inflação. Como a produção local de bens era incipiente e as pessoas consumiam produtos importados, a desvalorização aumentava estes preços, causando inflação.
A política de valorização do café, utilizada pela 1ª. vez em 1906, consistia na formação de estoques reguladores adquiridos pelo chamado preço mínimo. Derivados desta política tivemos dois problemas: o que fazer com os estoques e como financiar a compra e estocagem do produto. Some-se a estes mais dois entraves:
1) Tendência a superprodução, já que a queda de preços estava ligada normalmente ao aumento da oferta;
2) Aumento da concorrência internacional, tendo em vista o estabelecimento de um preço mínimo atrativo.
6. Superprodução e crise da economia cafeeira em 1930
As políticas de proteção a industria cafeeira que encobriam os desequilíbrios entre demanda e oferta, alcançaram seu auge em 1930. Naquele ano, dois fatores foram somados aos problemas já existentes: A grande produção nacional e o início de uma das maiores crises econômicas da história.
Esta conjuntura tornou evidente a insustentável situação de dependência da economia brasileira
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