Escalada Irracional Aplicada Ao Turismo
Monografias: Escalada Irracional Aplicada Ao Turismo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: victor220489 • 20/8/2014 • 372 Palavras (2 Páginas) • 726 Visualizações
Escalada irracional aplicada ao Turismo
(PEREIRA et al, 2007)
O mercado das viagens democratizou-se nos últimos anos em Portugal, hoje cada vez mais pessoas viajam a preços bastante competitivos. A introdução das novas tecnologias de informação nos sistemas de reservas das companhias aéreas e dos grandes operadores, bem como a venda de viagens on-line, fez diminuir drasticamente os custos com os recursos humanos o que, por seu turno, originou uma diminuição do preço final para o cliente e um decréscimo das comissões dos operadores.
Na tentativa de angariar mais clientes, alguns operadores turísticos lançam para o mercado promoções de última hora, com preços muito inferiores aos publicados nos respectivos catálogos/brochuras. No início, a iniciativa originou um efeito estrondoso pois os pioneiros a pô-la em prática registaram um aumento muito significativo das vendas.
Contudo a concorrência, percebendo o sucesso alcançado, seguiu a mesma política das promoções, e em pouco tempo, a maioria dos operadores do mercado inundaram as agências de viagem com este produto last minute. Como resultado as agências de viagens e os operadores tornaram-se escravos dos last minute, clientes que motivados pela espera da baixa de preços esperam até a última hora para marcar a sua viagem.
Estes clientes, por norma não são fiéis nem ao operador nem à agência através da qual viajam, reservam onde se pratica o preço mais baixo. Em Portugal este cenário é particularmente flagrante, uma vez que os portugueses têm deixado tudo para o fim, levando os operadores à beira de um ataque de nervos quando, faltando poucos dias do inicio das viagens, o número de lugares disponíveis é ainda extremamente elevado, obrigando-os a lançar para o mercado pacotes turísticos a preços irrisórios para conseguir lotar os aviões.
É de salientar que os clientes fiéis, que planejam as suas férias com a devida antecedência e, que realmente interessam às agências de viagem, são altamente prejudicados por esta política de “saldos” e frequentemente reclamam juntos dos agentes de viagem ao descobrir que outros turistas adquiriram o mesmo produto por um preço bastante inferior.
Em suma, o que pareceu ser um “golpe de mestre” por parte dos operadores turísticos acabou por ter um efeito perverso no mercado, acabando por criar maus hábitos nos consumidores e tornado a atividade turística num negócio menos rentável e arriscado.
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