Estudo De Caso
Dissertações: Estudo De Caso. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: thiagofelipepedr • 22/5/2014 • 2.680 Palavras (11 Páginas) • 448 Visualizações
GESTÃO COMPARTILHADA
CRESCIMENTO APOIADO NA TECNOLOGIA
Em busca de excelência logística, a Nadir Figueiredo, player centenário da indústria vidreira, aposta nas soluções tecnológicas da ID Logistics para modificar profundamente suas operações.
Referência em utilidades domésticas, a companhia brasileira Nadir Figueiredo completa, em 2012, cem anos de história. O negócio, que nasceu como uma oficina de máquinas de escrever e passou pela manufatura de artigos elétricos e de iluminação – e até pela produção de munição para as Forças Armadas durante a Revolução de 1932 – evoluiu ao longo dos anos, desde a inauguração de sua fábrica automatizada no bairro da Vila Maria, na Capital paulista, em 1945.
A dona da patente mundial do famoso copo americano sentiu a necessidade de, em 2009 – já com exportações consolidadas para mais de cem países, 60% de market share no Brasil e atividades locais na Europa e na Argentina – estabelecer uma nova unidade fabril no Estado de São Paulo para atender aos crescentes números de produção. Com a inauguração da unidade de Suzano, município pertencente à Região metropolitana de São Paulo, a Nadir Figueiredo percebeu também que era imperativo reestruturar sua área logística para suportar o crescimento contínuo das operações.
No mesmo ano, a companhia abriu concorrência para a escolha de um operador logístico que atendesse às suas demandas. “Estávamos à procura de um parceiro que pudesse melhorar a operação antiga, que já possuía cerca de 15 anos”, conta José Roberto de Souza, superintendente de Planejamento Logístico da Nadir Figueiredo. Os objetivos dessa nova estratégia eram otimizar os custos logísticos, melhorar a percepção dos clientes com relação ao nível de serviço e implementar um modelo de gestão que fosse ágil, flexível e apresentasse um alto poder decisório. Para executar a tarefa, a Nadir Figueiredo escolheu a ID Logistics, companhia de origem européia que atua desde 2002 no Brasil, mercado que já corresponde a 15% do faturamento do grupo em todo o mundo, ocupando a segunda posição, atrás apenas da matriz francesa.
Segundo Souza, a ID Logistics foi eleita por apresentar um considerável diferencial no que diz respeito à aplicação da tecnologia da informação nas operações logísticas. “Notamos que, nesses 15 anos, havíamos evoluído muito pouco tecnologicamente para um intervalo de tempo tão grande. Por isso, além dos critérios óbvios, nossos olhos estavam mais voltados para a tecnologia e sua implantação na operação. E, nesse quesito, a ID se mostrou bastante forte. Eles possuem uma disponibilidade e uma vontade de trabalhar com novas tecnologias que nos eram bastante interessantes” justifica o executivo.
Igor Stocker, gerente de Projetos de Pesquisas e Desenvolvimento da ID Logistics, explica que o objetivo da companhia com a nova parceria era criar oportunidades de melhoria na operação e aumentar o nível de serviço utilizando, basicamente, a tecnologia da informação como pilar do processo. “Não havia antes, nas operações da Nadir, o nível de automação que implantamos. E isso faz toda a diferença”, analisa o executivo.
AUTOMAÇÃO
De acordo com Stocker, o primeiro passo da ID foi identificar as necessidades primordiais das operações da Nadir Figueiredo e dividir o projeto em fases. “Atacamos, primeiramente, os processos identificados como mais críticos, que eram a recepção, a armazenagem e a expedição”, coloca. Foi feita a implantação, em todo o espaço de armazenagem, de um sistema WMS utilizado pelo operador em mais de 70 sites ao redor do mundo, como o pontapé inicial para a automação das operações logísticas da nova parceria.
“Como possuímos conhecimento e total domínio sobre a ferramenta, fomos capazes de aportar melhorias de processo e também de tecnologia para executarmos com perfeição cada uma das atividades exigidas pela Nadir”, aponta Stocker. José Roberto Souza lembra que, somente em 2010, quando os trabalhos da ID foram estendidos à planta da Vila Maria, uma série de tecnologias mais potentes e dedicadas começaram a ser implantadas, devido aos altos volumes de operação e de ocupação dos armazéns da planta. “O verdadeiro desafio estava nessa fábrica. Suzano ainda operava em níveis muito menores”, diz o superintendente. De fato, a unidade – que conta com 44 mil m² de área de armazenagem , recebia, na época, cerca de 11 mil paletes e expedia aproximadamente 14 mil todos os meses. Devido à juventude da operação, os números estavam muito abaixo daqueles encontrados na fábrica da Vila Maria. Com 40 mil m² de área de armazenagem, a unidade da capital paulista já atuava com sua capacidade total, recebendo 33 mil paletes e expedindo 37 mil unidades mensalmente. “A operação em Suzano vem crescendo em ritmo acelerado. Hoje, contamos com 98 % da ocupação”, diz Souza. Em setembro de 2011, a Nadir Figueiredo anunciou a compra da Santa Marina, divisão de utilidade domésticas da Saint-Gobain Vidros. “Estamos trazendo os estoques da Santa Marina para cá e, com isso, nossa taxa de ocupação subiu muito”, revela o executivo.
Igor Stocker também classifica como desafiadores os trabalhos realizados na planta da capital paulista. “Começamos atuando em Suzano, com 250 SKUs. Quando fomos para a Vila Maria, nos deparamos com um volume muito maior, próximos a 1.600 SKUs”, lembra. “O armazém da Vila Maria apresentava as capacidades de estoque e fluxo de material saturadas. Não era possível agregar novos itens com a operação da maneira em que se encontrava”, completa Stocker. O executivo lembra que devido à falta de informatização, automação e gestão inteligente, a informação não fluía por isso os processos ficavam emperrados. “Muitas vezes, quando um problema era identificado, sabia-se onde era necessário melhorar, mas os passos seguintes e as decisões a serem tomadas levavam muito tempo. O modelo de gestão utilizado não era propício a uma melhoria contínua da operação”, analisa.
Para acabar com os processos manuais, a ID implantou sistemas de radiofreqüência em todas as atividades envolvidas nas operações dos armazéns. Os processos de recepção, armazenagem, separação, conferência, expedição e inventário passaram a ser informatizados, trazendo maior eficiência e precisão ao estoque do fabricante. “Todo mundo trabalhava o tempo todo com um papel nas mãos. E o sistema manual é muito suscetível a erros. No papel, se você marca uma informação errada, acabou. Agora trabalhamos com coletores de dados e tudo é feito via radiofreqüência. O número de erros cai drasticamente”, diz Souza.
O gerente
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