Exportação De Cachaça
Dissertações: Exportação De Cachaça. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: andrad • 27/8/2013 • 5.711 Palavras (23 Páginas) • 784 Visualizações
SUMÁRIO EXECUTIVO
A produção de cachaça é um ramo do agronegócio ainda pouco explorado no Brasil. Segunda bebida alcoólica mais consumida no país, fora dele ainda é pouco conhecida. A exportação do produto representa menos de 1% da produção nacional, no entanto, no exterior, o produto brasileiro, especialmente o artesanal, possui grande valor de mercado, diferente do ocorre no Brasil. Soma-se a este fator o fato dos Estados Unidos reconhecerem e regulamentarem a cachaça como um produto exclusivamente brasileiro. O cenário aponta para um crescimento das vendas do produto brasileiro naquele país e o alto valor agregado ao produto artesanal configura uma oportunidade de incrementarão da renda do pequenos produtores através da internacionalização do seu produto e consequente desenvolvimento deste setor de agronegócio. Este projeto apresenta as estratégias adotadas pela empresa Danubia de Salinas para a internacionalização do seu produto.
Palavra Chave: exportação, agronegócio, cachaça
1 INTRODUÇÃO
A cachaça, ou aguardente, é a segunda bebida alcoólica mais vendida no Brasil, perdendo exclusivamente para a cerveja. Ligada a um dos primeiros ciclos econômicos do país, o da cana-de-açúcar, e nascida a mais de 500 anos, sua permanência no mercado interno, sua permanência no mercado interno ainda encontra relação com fatores culturais, no entanto seu consumo tem ganhado novos adeptos que a consomem pura ou preferem degusta-la na coquetéis e aperitivos. Segundo informações do IBRAC – Instituto Brasileiro da Cachaça, o país possui uma capacidade de produção de o 1,2 bilhão de litros, mais de 40 mil produtores e 4 mil marcas, sendo que destes, 99% são microempresas, gerando mais de 600 mil empregos diretos e indiretos. Os principais produtores são estados de São Paulo, Pernambuco, Ceará, Minas Gerado e Paraíba, enquanto os principais consumidores internos são os estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará, Bahia e Minas Gerais. Ao compararmos o mapa da produção com o de consumo, podemos verificar a existência do fator cultural retro mencionado uma vez que a concentração do segundo está localizada junto a da produção do produto.
Percebe-se que apesar do potencial de produção e da segunda posição em vendas de produtos alcoólicos no país, o consumo da bebida no mercado interno ainda está centrado basicamente nos estados produtores, havendo espaço para crescimento neste mercado. Mas nos últimos anos, o mercado que vem gradualmente abrindo as portas para a aguardente é o externo. Apesar de apenas 1% (8,06 milhões de litros) da cachaça produzida no país anualmente ser exportada, a receita das vendas no mercado externo chegou a US$ 14,99 milhões em 2012, sendo exportada para mais de 60 países dos quais se destacam os Estados Unidos, França, Alemanha, Portugal e Paraguai.
O índice reduzido das exportações do produto está vinculado ao fato da aguardente brasileira ainda ser um produto marginal na pauta do agronegócio, concentrando sua produção em pequenos alambiques – cerca de 90% da produção no Estado de Minas Gerais é informal. Em decorrência, as condições técnicas dessa agroindústria, na sua grande maioria, deixam a desejar, oferendo ao consumidor um produto de baixa qualidade, necessitando de investimento em tecnologia que permita a obtenção de um produto de qualidade superior e um melhor rendimento industrial. A seriedade, a qualidade do produto, a certificação e a capacidade produtiva são qualidades essas que são capazes de atrair parceiros e ter alguém disposto a investir na ideia, mesmo num mercado exigente e cauteloso como é o internacional.
Apesar das peculiaridades na produção, a cachaça tem ganho destaque no exterior, especialmente nos Estados Unidos. No início do ano os EUA publicou a nova regulamentação da cachaça brasileira, assegurando a exclusividade para produtores brasileiros. Tal regulamentação beneficiará não só as exportações para este país, mas para o restante do mundo
1.1 A empresa DANÚBIA de Salinas e seus objetivos
Constituída em 2003, a empresa Danúbia de Salinas – ME está situada na cidade de Salinas, Minas Gerais. Fundada por quatro pequenos produtores rurais que decidiram unir forças para oferecer ao mercado um produto artesanal e de qualidade, capaz de competir com algumas marcas de maior expressão. A fusão proporcionou aos produtores a possibilidade de obter financiamentos e com isso investir em tecnologia, sem desvirtuar da característica artesanal do produto, mas conferindo ao mesmo maior qualidade através de maior controle nos processos de produção, armazenagem, estocagem, além de elevar o índice de produtividade. Os dez anos de experiência consolidaram a marca que, hoje possui uma produção anual de 700 mil litros por ano, mas uma capacidade de produção que pode ser elevada a 1,2 mil litros nos próximos três anos. No entanto, conforme observado nos últimos anos, o potencial de crescimento do mercado interno é inferior ao potencial de crescimento da empresa.
Por outro lado, o consumo do produto no mercado externo está em franco crescimento. Com a regulamentação pelos EUA da cachaça como um produto exclusivamente Brasileiro ocorrida no início deste ano, a perspectiva de crescimento da demanda pelo produto, não só pelos EUA, mas pelos demais países ao redor do mundo, fica ainda mais evidente, sendo que o produto mais procurado pelos importadores é o artesanal. Tal perspectiva somada a qualidade do produto Danúbia e sua experiência e credibilidade no mercado interno lhe proporcionam um ambiente propício para a internacionalização.
Focada nessa perspectiva do mercado externo e na necessidade de um produto de qualidade a marca DANÚBIA de Salinas inicia seu processo de internacionalização apresentando um produto que alia ao aspecto artesanal a tecnologia, angariando ao seu produto as caraterísticas necessárias para a aceitabilidade do produto no mercado externo. Nesse processo a empresa estabeleceu como objetivos:
• Expandir sua produção em 500 mil litros nos próximos 3 anos, sendo que desse total 300 mil litros destinam-se ao mercado externo, com um total de 80 mil litros exportados já no primeiro ano;
• Elevar
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