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No mês de fevereiro de 2017 aconteceu no estado do Espírito Santo uma greve da polícia militar e bombeiros. Podemos seguramente dizer que para os moradores do estado, comerciantes e empresas, foram dias de terror.

A greve teve um destaque pela forma como ocorreu, mulheres e familiares dos PMs bloqueavam as saídas dos batalhões para reivindicar reajustes salariais e melhores condições de trabalho. Outro destaque foi a violência que tomou conta de todo o estado e espalhou medo, mortes, prejuízos e traumas para aqueles que sentiram na pele os efeitos dessa greve.

O Espírito Santo teve uma perda em torno de R$ 2,1 bilhões na indústria, no comércio e no setor de serviços, (estimativa realizada pelo economista Eduardo Araújo, baseada no Índice de Atividade Econômica do Banco Central). Somente no comércio foram R$ 300 milhões de prejuízo, isso sem incluir a perda com depredações e assaltos que nesses casos tem um prejuízo em torno de R$ 30 milhões. Só na capital do estado, 200 estabelecimentos foram vítimas de ataques.

A sociedade passou por momentos dramáticos. Em 22 dias foram registrados mais de 200 assassinatos, diante de um cenário de cidades vazias, com cidadãos presos em suas casas por medo de ir as ruas, o DML (Departamento Médico Legal) foi o lugar de maior movimento, faltou espaço para a quantidade de corpos que se acumulava pelo corredor.

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Esse caos poderia ter sido evitado se houvesse valorização e reconhecimento dos profissionais da segurança pública, ou se os próprios profissionais da categoria realizassem suas exigências de outra forma, que poderia ser mais pacífica para todos. É compreensível que as categorias precisam de reajustes, de melhores condições de trabalho, porém a sociedade ficou à mercê da própria sorte. O governo deve olhar para essa área com mais atenção, pois a segurança pública já é frágil normalmente, não deveria em hipótese alguma chegar a esse ponto. Foi preciso 22 dias para conseguir um acordo e com ele ao fim da greve.

Nesse caso específico o que faltou foi o diálogo e compreensão de ambas as partes, chegamos a um ponto crítico que poderia se resolver através da conversa, evitando a violência que foi a maior consequência gerada por essa situação.