LOGÍSTICA REVERSA NO ÂMBITO MUNICIPAL: RECICLAGEM DO ALUMINIO
Casos: LOGÍSTICA REVERSA NO ÂMBITO MUNICIPAL: RECICLAGEM DO ALUMINIO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: acscomodaro • 2/4/2013 • 3.856 Palavras (16 Páginas) • 1.174 Visualizações
LOGÍSTICA REVERSA NO ÂMBITO MUNICIPAL: RECICLAGEM DO ALUMINIO
Antonio Carlos dos Santos Comodaro
RESUMO
Considerando que a sustentabilidade é uma função implícita dos poderes públicos, ao contrário das empresas privadas, que atendem uma exigência de mercado, o poder público deve realizar tal ação exclusivamente para a melhor qualidade de vida de seus cidadãos, sem visar lucro ou qualquer outro tipo de retorno que não seja o social. Este artigo diz respeito ao estudo de caso relativo ao processo empregado na logística reversa da empresa URBAM (Urbanizadora Municipal), situada em São José dos Campos, interior do Estado de São Paulo. Seus princípios, métodos logísticos e de distribuição dos materiais recicláveis. O estudo tem por meta principal demonstrar como é realizado o processo e para quais setores da indústria é encaminhado o que antes era considerado lixo.
Palavras-chave: Logística Reversa; Reciclagem; Alumínio; Resíduos Sólidos.
1. INTRODUÇÃO
Em tempos onde a sustentabilidade tem se tornado objeto central das grandes multinacionais, entranhando-se nas pequenas empresas e com perspectivas que em pouco tempo torne-se parte do cotidiano individual, o desafio é adequar o tema sustentabilidade com ganhos financeiros. Companhias de prestígio ao redor do mundo têm alocado recursos astronômicos para associar seus produtos e serviços à idéia de um planeta seguro e saudável. Inúmeras delas têm logrado sucesso, atingindo retorno midiático e financeiro para seus investimentos.
Sabe-se que a produção de todos os bens desejados é finita, existe restrição de recursos produtivos e naturais. Existe a necessidade constante de se desenvolver estudos sobre o problema e meios que possam auxiliar na sua resolução. A reciclagem é, sem dúvida, a alternativa mais eficiente já encontrada.
No entanto, no âmbito municipal a sustentabilidade é uma função implícita dos poderes públicos. Ao contrário das empresas privadas, que atendem uma exigência de mercado, o poder público deve realizar tal ação exclusivamente para a melhor qualidade de vida de seus cidadãos, sem visar lucro ou qualquer outro tipo de retorno que não seja o social.
Quando nos referimos especificamente à logística reversa no âmbito municipal ainda há muito que ser feito. Em pesquisa realizada pelo CEMPRE - Compromisso Empresarial para a Reciclagem – no ano de 2010 apenas 8% dos municípios brasileiros possuíam o serviço de Logística Reversa de alumínio por iniciativa pública. O número parece pequeno, mas representa um crescimento vertiginoso em relação há poucos anos antes. (CEMPRE, 2010).
A tendência de expansão da logística reversa do alumínio deverá se intensificar com a sanção da lei federal 12.305 de agosto de 2010 que trata da questão dos resíduos sólidos e que obriga órgãos públicos e privados a olharem de forma diferente ao que antes era praticado. As técnicas de logística reversa e reciclagem foram revisadas pela nova norma. O conceito de responsabilidade compartilhada em todos os setores da cadeia produtiva foi fortalecido.
Medidas mais eficazes do poder público serão cada vez mais exigidas na esfera da execução de suas responsabilidades para que resultados que visem à redução de impactos ambientais seja alcançada.
2. REVISÃO TEÓRICA (FUNDAMENTAÇÃO)
2.1 LOGÍSTICA REVERSA
Com o advento da tecnologia, o ciclo de vida dos produtos tem sido cada vez menor. Constantemente os consumidores buscam novidades no mercado, que chegam cada vez mais rápido. Outro ponto determinante está na maneira como os produtos são concebidos, que em muitos casos são produzidos para utilização em apenas uma única vez. No que diz respeito à utilização de materiais menos resistentes na produção ou em casos em que os produtos são tecnicamente ou economicamente de difícil conserto, começa neste momento a responsabilidade dos fabricantes, tanto com o cliente quanto com o meio ambiente, pois de alguma forma esses produtos devem regressar ao ciclo produtivo. (Leite, 2003)
Atualmente a logística reversa está sendo observada pelas empresas por uma nova ótica, seu diferencial competitivo, no qual o lucro acontece por meio do marketing de produto com consciência ambiental, com a possibilidade de fidelização de seus clientes com serviços de pós-venda e pós-consumo.
Leite (2003, p. 16-17) conceitua a logística reversa da seguinte forma:
A Logística Reversa é uma nova área da Logística Empresarial que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes, dos retornos dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através de Canais de Distribuição Reversos, agregando-lhe valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, competitivo e de imagem corporativa, entre outros.
Para Stock apud Leite (2003, p. 15) a logística reversa tem o seguinte viés:
Logística Reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística reversa no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura.
A logística reversa é dividida em duas categorias de fluxos reversos: pós-venda e pós-consumo. Através destes sistemas de operação é possível o regresso ao ciclo produtivo dos materiais constituintes ou de seus componentes. Os processos são diferenciados pela fase do ciclo de vida útil ou pelo estágio do produto regresso. (Leite, 2003)
Os fluxos da logística reversa são assim definidos por Melchiori (2008, p. 32)
A verdadeira Logística Reversa é mais que simplesmente o retorno de embalagens ou de materiais para serem reciclados, ela inclui também todo o processo de retorno de mercadorias danificadas, inventários sazonais, salvados de estoque, produtos defeituosos e excesso de inventário, além do descarte de equipamentos e recuperação de ativos.
2.2 LOGÍSTICA REVERSA: PÓS-VENDA
Sobre os fluxos reversos dos produtos de pós-venda, Leite (2003, p. 17-18) definiu:
Denominaremos de logística reversa de pós-venda
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