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Marketing Político nas Redes Sociais

Por:   •  20/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.818 Palavras (16 Páginas)  •  445 Visualizações

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RESUMO

Este trabalho visa ressaltar a importância da utilização das redes sociais no seguimento político. Por meio de mapeamento destacamos as 5 figuras políticas mais relevantes da região de Juiz de Fora e identificamos quais são as estratégias utilizadas para aproximação do seu público.

MARKETING POLÍTICO, REDES SOCIAIS, COMUNICAÇÃO MEDIADA POR COMPUTADOR, FACEBOOK,  

1 INTRODUÇÃO

A revolução digital vem provocando profundas mudanças no âmbito de diversas instituições. E com a política não está sendo diferente. As assessorias políticas se modernizaram com a adoção de novas tecnologias em seus processos produtivos, tornando-se mais ágeis na edição e circulação de informações. Esse cenário de transformações está diretamente relacionado à popularização da Internet, a rede das redes.

A Internet se tornou comercial no Brasil em 1995, mas somente na virada para o século XXI, com a incorporação de determinadas tecnologias-chave, que surgiram as redes sociais on-line, a blogosfera, os sites de compartilhamento de fotos e vídeos.

Com esses artifícios, propostos pelas novas mídias, surgiram novas oportunidades para políticos mostrarem, de forma mais instantânea o que fazendo durante a detenção o mandato do cargo público. Este artigo visa mapear quais são os políticos da região de Juiz de Fora que se destacam nas redes sociais, em especial, no Facebook. Além de verificar quais são as estratégias que eles estão utilizando.

Para explorar esse fenômeno, fizemos uma vasta pesquisa, por meio de observação empírica, durante o mês de junho de 2016 e destacamos como objeto de estudo 5 fanpage de políticos. Uma fanpage se constitui em uma página principal, uma espécie de página-perfil, em que, pessoas públicas, organizações públicas, privadas ou sem fins lucrativos, podem publicizar (no sentido de dar visibilidade) ao seu conteúdo, criar e manter relações com o seu público – ou fãs. Os cidadãos comuns, sujeitos da sociedade civil, não têm fanpages, mas perfis em suas páginas (“profiles” em inglês).

2 COMUNICAÇÃO MEDIADA POR COMPUTADOR

A comunicação mediada por computador (CMC) vem conquistando, a cada dia, novos usuários. Os mais jovens já estão mais habituados com as novas tecnologias. Há muitos adultos e idosos correndo atrás para se adaptar às novas formas de consumo de informação e entretenimento. Um relatório da União Internacional de Telecomunicações, órgão da ONU, divulgou em meados de 2015 que o mundo tem mais 3,2 bilhões de pessoas conectadas à Internet, contra 2,7 bilhões em 2013 (MUNDO TEM 32..., 2015).

Castells (1999) analisa que foi no final do século XX que começamos a viver um raro intervalo na história da humanidade. Esse intervalo se caracteriza pela transformação de nossa “cultura material”, pelo mecanismo de um novo paradigma tecnológico que se organiza em torno da tecnologia da informação (CASTELLS, 1999, p. 67). Dessa forma, as ferramentas da comunicação mediada por computador possibilitam a sociabilização de indivíduos, aumentando a interação e a comunicação.

 

A vantagem da Rede é que ela permite a criação de laços fracos com desconhecidos, num modelo igualitário de interação, no qual as características sociais são menos influentes na estruturação, ou mesmos no bloqueio, da comunicação. De fato, tanto off-line quanto on-line, os laços fracos facilitam a ligação de pessoas com diversas características sociais, expandido assim a sociabilidade para além dos limites socialmente definidos do auto-reconhecimento (CASTELLS, 1999, p .445).

São vários os fatores que levam as pessoas a buscar sites de redes sociais para interagir. Para Recuero (2009, p. 136), através da CMC “as pessoas estariam buscando novas formas de se conectar-se, estabelecer relações e formar comunidades já que, por conta da violência e o ritmo de vida, não conseguem encontrar espaços de interação social”. O ciberespaço é, então, um ambiente de interação, lugares de fala, construídos pelos atores de forma a expressar elemento de personalidade ou individualidade. Os perfis nas redes funcionam como uma presença do “eu” no ciberespaço (RECUERO, 2009), um lugar reservado e, ao mesmo tempo, exposto para o público.

Ao tratar do universo da cibercultura, Lévy (1999) traz uma compreensão histórica da tecnocultura que se deu com o desenvolvimento da rede das redes. Ele ressalta que, em função de todos os avanços ocorridos no âmbito das tecnologias digitais e da atuação dos próprios utilizadores, estabeleceu-se um quadro atual de comunicação em rede, da sociedade de informação e da inteligência coletiva. Ocorre, assim, uma “reapropriação em favor dos indivíduos de uma potência técnica que até então tinha sido monopolizada por grandes instituições burocráticas” (LÉVY, 1999, p.125).

Nessa linha de pensamento, Primo (2007) descreve que há duas formas de interação mediada por computador - a interação mútua e a interação reativa. Essas formas distinguem-se pela modalidade de “relacionamento mantido” entre os participantes e, portanto, pelas suas possibilidades e limitações. A interação reativa é melhor caracterizada pela soma de ações individuais que ocorrem na relação homem-máquina, dentro de ambientes regidos por conjuntos de regras preestabelecidas, marcados pela previsibilidade mecânica das condições de estímulo-resposta. É o caso, por exemplo, da compra de um livro feito no site de compras on-line Amazon.com.

As situações de interação mútua, entretanto, só podem ser entendidas dentro de um contexto relacional, no sentido de que as relações são construídas e negociadas, de forma cooperativa, entre os participantes de um contexto. Assim, Primo (2007) percebe a modalidade de interação mútua por computador como mais aproximada das interações interpessoais que acontecem no mundo físico, apesar de suas especificidades.

Eis a forma como o autor apresenta a diferença entre essas interações (PRIMO, 2007, p. 116):

Quer-se aqui salientar o caráter recursivo das interações mútuas, onde cada ação retorna por sobre a relação, movendo e transformando tanto o próprio relacionamento quanto os interagentes (impactados por ela). Como a interação mútua dá-se através de cooperação recíproca (ou causalidade mútua), ela se opõe a uma cadeia linear [...], característica da interação reativa – onde uma ação A causa uma reação R (como o clique no botão “salvar” do programa Word), o que conduz, mais uma vez, à conclusão de que a relação mútua não é mera somatividade.

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