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Microeconomia

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Por:   •  8/5/2014  •  Tese  •  7.441 Palavras (30 Páginas)  •  285 Visualizações

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David Ricardo foi outro teórico da escola clássica que trouxe grandes contribuições à análise econômica. Sua principais teorias foram:

a) Teoria do Valor – Por esta teoria Ricardo propôs que todos os bens tivessem seu valor determinado pela quantidade de trabalho incorporada ao bem. A quantidade de trabalho poderia ser direta ou indiretamente (por meio dos meios de produção) incorporadas ao bem. Esta teoria ficou conhecida como Teoria do valor-trabalho.

b) Teoria da Repartição – Por esta teoria, Ricardo procurou explicar a repartição da renda (soma dos salário, juros, lucros, aluguéis, royalties) entre as diversas classes sociais.

c) Teoria das Vantagens Comparativas – Nesta abordagem, Ricardo considera que cada país deva produzir aquilo em que ele é, comparativamente aos outros países, mais produtivo. Assim ele produziria o que lhe é proporcionalmente mais barato comparado aos outros países. Ao produzir ele geraria um excedente produto que deverá ser vendido e com estes recursos o país compraria dos demais países aquilo que ele não produz.

É importante destacar que a escola clássica elabora suas suposições sobre o funcionamento da economia e geração de riqueza observando os fatos históricos e necessidades da Revolução Industrial. Esta forma de pensar a economia será dominante até a crise de 1930, depois outras escolas vão mostrar as mudanças na economia que levam à necessidade de propor outras abordagens para o funcionamento da economia.

d) O Pensamento de Karl Marx: Em sua obra O Capital, ele descreve o capital como uma relação social que surge com a burguesia e cria duas classes sociais, os capitalistas e os proletários. Os capitalistas são os donos dos meios de produção e ampliam sua riqueza pela extração da mais valia. A mais valia é diferença existente entre o valor produzido pelos proletários e valor pelo qual foram contratados. Existe a mais valia absoluta, obtida pelo prolongamento da jornada de trabalho e a mais valia relativa, obtida pela intensificação do trabalho (Ex. trabalho multifunções). A forma de geração de riqueza seria a extração da mais valia prática, comum a todos os capitalistas. Ao longo do tempo, a perpetuação desta prática avança e surgem as duas leis do movimento do capital na geração de riqueza, são elas: a concentração e a centralização de capitais. Na primeira, as empresas maiores absorvem as menores, e, na segunda, as grandes empresas disputam entre si o mercado. Assim, a forma como o capitalismo evolui o levaria ao fim a medida em que os capitais se fundissem até restar um grande capital e um grande contingente de proletários/trabalhadores excluídos. Para Marx, somente a união dos trabalhadores poderia por fim ao avanço predatório do capitalismo, por isto ficou célebre sua frase “trabalhadores do mundo todo, uni-vos.”

e) Os Neoclássicos: A partir de 1870 surge um grupo de economistas que propõem estudar a alocação ótima dos fatores de produção em seus usos alternativos, destacando o princípio marginal na produção, que dá origem à Teoria da Firma (produção e custos de produção). Por esta ótica, os agentes são maximizadores, isto é, os consumidores querem bens úteis e o produtores querem ter maior lucro. Assim, as decisões dos agentes (consumidores e produtores) são guiadas pelo custo benefício de suas escolhas. Quanto mais útil um bem, mais valorizado e quanto maior o lucro, maior a produção do bem. A concorrência em todos os mercados desempenham um papel importante, pois é ela que garante que não haverá excesso nem escassez de produtos e serviços. Assim, esta teoria se desenvolve explicando o funcionamento da economia com base nos fundamentos microeconômicos da empresa e das famílias com ênfase na racionalidade dos agentes (a utilidade e a maximização do lucro) e na tendência ao equilíbrio.

f) A teoria keynesiana: John Maynard Keynes escreveu a obra Teoria Geral do Emprego do Juros e da Moeda, em 1936. Na década de 1930 ocorre a Grande Depressão, período no qual verificou-se muitas falências, com aumento expressivo do desemprego e da miséria. Keynes associava esta crise ao fato de que a capacidade de produção seria muito maior que a demanda. Para ele, a economia tinha um problema de demanda efetiva. Em sua opinião, o laissezfaire e a mão invisível haviam falhado e o mercado não era autorregulado, assim, se houvesse produção maior que demanda, deveria haver intervenção do Estado no sentido de conduzir a demanda efetiva, aproximando-a da oferta. Nas análises keynesianas destaca-se que a demanda agregada (DA) de bens (o destino dos bens produzidos) são realizadas para consumo (C), investimento (I), gasto público (G) e exportações (X) descontando-se as importações (I). Em suas observações verificou que o consumo é mais estável, porém os investimentos não. Em períodos de baixo investimento, o gasto público deveria se elevar para estimular a demanda e o aumento dos investimentos, e, em períodos de grande investimento, deveria reduzir o gasto. Ao destacar o papel do Estado na condução da economia, Keynes abre um novo caminho para a resolução das crises econômicas, as políticas postas em prática a partir de então alcançaram resultados positivos até os anos 1970, quando da ocorrência dos choques do petróleo.

g) Desenvolvimentos recentes: Neste ponto, tomamos por base os estudos de Souza (2003), que destaca mais detalhes sobre os desenvolvimentos recentes. Depois da grande crise de 1930 surge os neoclássicos que aceitam um certo grau de intervenção do Estado na economia, para contornar os problemas das falhas de mercado. Surge também a síntese neoclássica que propõe ações deliberadas de política fiscal e monetárias. Para conduzir a economia ao equilíbrio, seu instrumento de análise ficou conhecido como modelo IS-LM. Depois vem os monetaristas que acreditam que o controle da moeda pode reduzir os desequilíbrios do mercado. Seguem as novas teorias do crescimento, que destacam o papel do progresso técnico como um outro importante fator de produção, que gera riqueza e crescimento das nações.

h) Economia política da sustentabilidade: O que há de mais recente nas discussões econômicas é a questão da sustentabilidade (MAY, 2010). Neste contexto, duas novas correntes se destacam, a economia ecológica para qual o fluxo econômico de produção de bens e serviços está limitado pela capacidade de carga suportada pelo meio ambiente, e a economia ambiental, para o qual a possibilidade de substitubilidade perfeita entre os fatores de produção e o avanço tecnológico relativizam o esgotamento ambiental. Sobre estas novas vertentes, o impacto ambiental da produção de bens e serviços é uma questão fundamental, bem como encontrar caminhos para contorná-las privilegiando

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