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O QUE E POR QUE TERCEIRIZAR

Seminário: O QUE E POR QUE TERCEIRIZAR. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  4/10/2013  •  Seminário  •  1.588 Palavras (7 Páginas)  •  234 Visualizações

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O QUE E POR QUE TERCEIRIZAR

As idéias contidas neste artigo foram extraídas do projeto “Manufacturing 2000 do IMD “, dirigido pelos pesquisadores, Jussi Hikkila, Thomas E. Vollmann e Carlos Cordon..

Um tema em permanente discussão nas empresas é a definição das atividades podem ser terceirizadas. As linhas de argumento que justificam a terceirização normalmente recaem num chavão tradicional que foi incorporado pela grande maioria de gerentes e administradores, que não desenvolvem análises mais aprofundadas para a tomada de decisão. O argumento básico utilizado é terceirizar atividades não centrais e executar em casa as atividades centrais.

A terceirização está aumentando significativamente em todas as empresas do mundo todo, sendo responsável por fatias elevados do faturamento de algumas grandes corporações. Pesquisas recentes feitas na Europa indicam que mais de 50 % das companhias tem desejo de aumentar o nível de terceirização que estão praticando.

Esse crescimento até certo ponto desorientado sem a cobertura de políticas internas claramente definidas, está conduzindo empresas a situações ambíguas que causam certa apreensão aos dirigentes que não conseguem precisar se estão seguindo o caminho certo. Nesse sentido é muito comum constatar-se corporações com unidades de negócio terceirizam certas atividades enquanto outras mantém as mesmas atividades sob sua responsabilidade. Um exemplo típico é a manutenção industrial.

Para os executivos corporativos é muito estranho e inquietante que suas unidades de negócio tenham conceitos diferentes sobre suas competências centrais e não centrais.

O conceito de competência central foi popularizado por C.K. Prahalad e Gary Hamel e bastante utilizado para formulação de estratégias empresariais. Eles exemplificaram que a competência central da Honda é fabricação de motores de combustão interna, que é o elemento comum no portfólio da companhia, com produtos diversificados como carros, motocicletas, geradores de eletricidade, cortadores de grama, motores náuticos, etc. Partir desse conceito para generalizar a definição do que deve ser terceirizado é uma metodologia simplista demais para ser tomada como política orientativa de decisões tão significativas para a empresa como são aquelas referentes à terceirização de suas atividades.

Para a empresa atingir os melhores resultados na sua especialização, existe uma variedade de atividades que dão o suporte necessário para que a atividade central da companhia seja exitosa. Esse conjunto de atividades que constitui um apoio estratégico para a atividade central, apresenta atividades com ligações especiais entre si e com a competência central necessitam ser analisadas e classificadas dentro de um enfoque que permita entender o papel de atividades não centrais dentro da atividade empresarial. A partir dessa análise é possível criar-se um modelo que permite orientar tomadas de decisões de terceirização.

Algumas das atividades não centrais da companhia podem ter tanta importância para o seu faturamento que a sua terceirização pode não ser recomendada. Um exemplo óbvio e simples sobre essa tese é a carreira do nosso tenista Gustavo Kuerten. Sua competência central é jogar tênis muito bem, entretanto ele pode ganhar muito dinheiro com publicidade em função dos seus resultados nas competições. Seria ilógico que ele não aproveitasse a oportunidade do uso de sua imagem, transferindo-a integralmente a terceiros.

Razões para terceirização

Antes de entrarmos no modelo que vai orientar decisões sobre terceirização de atividades, convém refletir sobre a necessidade que está motivando a terceirização. A terceirização deve atender a uma necessidade existente e sua implantação deve ser decorrência de uma avaliação racional sobre sua validade e não decorrência de modismo gerencial ou simplesmente atender ao desejo de alguém. As razões que normalmente justificam a terceirização são :

Indisponibilidade de capital : o fato de tercerizar algumas atividades pode reduzir as necessidades imediatas de capital

Falta de know how : justifica-se quando há insuficiente competência interna para as condições de competitividade do mercado, a terceirização pode ser um meio de suprir ou desenvolver mais rapidamente as competências

Flexibilidade : a necessidade de respostas rápidas às solicitações do mercado pode ser suprida por terceirização

Evitar capacidade ociosa : uma decisão de investimentos para ampliação de capacidade é decidida quando uma utilização mínima dos recursos patrimoniais está planejada, enquanto essa condição não for atingida, a terceirização da produção é uma alternativa

Economia de escala : quando fabricantes independentes atingem elevado nível de produção de componentes para fornecimento a várias empresas, obtém economia de escala que justifica-se a terceirização. Ex : HP costumava produzir suas placas de circuito impresso, hoje terceiriza.

Surgimento de um mercado eficiente de fornecedores : quando o mercado oferece serviços eficientes justifica-se a terceirização . Ex: frotas próprias de transporte

Limitação de recursos : especialmente no caso de recursos administrativos

A par das necessidades acima mencionadas que podem justificar a terceirização há inconvenientes potenciais que podem surgir em decorrência do fato de terceirizar, que também devem ser pesados para fins de tomada de decisão. Os principais são :

Perda de know how : talvez o termo mais correto seja oportunizar que outros desenvolvam know how superior. Na década de 80 inúmeras empresas americanas contrataram fornecedores asiáticos como forma de reduzir seus custos de produção. Esses fabricantes tornaram-se sérios concorrentes.

Custos da transação : o tempo e os recursos necessários para negociar a terceirização e depois gerenciá-la podem ter efeito negativo sobre o resultado geral da atividade empresarial.

As vantagens e os riscos da terceirização devem ser avaliados com cuidado no processo de tomada de decisão. Para uma avaliação lógica e racional sobre como decidir o que terceirizar, o projeto “Manufactoring 2000 – IMD “ propõe dois modelos para análise; o primeiro para facilitar o entendimento da situação atual da empresa e o segundo oferece caminhos para a empresa preparar-se para a terceirização.

Modelo de classificação competências em função do seu papel na atividade empresarial

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