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Projeto De Desenvolvimento America Latina

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Por:   •  7/9/2014  •  2.005 Palavras (9 Páginas)  •  367 Visualizações

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Projeto de Desenvolvimento para a América Latina

Inovação é um dos temas do momento e também do futuro. A palavra aparece nas declarações acerca da missão e da visão de várias empresas e ocupa papel de destaque em planejamentos corporativos. Atualmente, as firmas mais reconhecidas são aquelas que têm sua imagem relacionada ao lançamento de novos produtos ou novas formas de comercialização e de prestação de serviços. Além da transformação tecnológica pela qual passa o mundo. Três fatores são apontados para que a temática da inovação assumisse papel de relevo no país:

1. Convergência entre economistas de diversas correntes sobre a importância da inovação;

2. Retomada do debate sobre desenvolvimento e, nesse âmbito, a importância da inovação;

3. Disponibilidade de dados para análise obtida com a pesquisa de inovação Tecnológica

(Pintec), do instituto brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).

No entanto, mesmo com essa onda de inovação, os dados da Pintec demonstram que apenas uma pequena parcela das empresas brasileiras é, de fato, inovadora.

O Brasil está muito atrás dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nos investimentos em atividades de inovação, notadamente atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

O destaque ao papel da inovação nas estratégias empresariais e na política do governo chegou um pouco mais tarde ao Brasil, em comparação com esses países. As possíveis razões para esse atraso residem num ambiente macroeconômico instável, pouco propício a investimentos de natureza mais arriscada, na descontinuidade de políticas industriais e numa estrutura produtiva brasileira cada vez mais concentrada em setores de menor intensidade tecnológica.

Essa situação começou a mudar recentemente com o crescimento da economia, acompanhado da elevação da taxa de investimento, e com avanços como a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PINTCE) e a Lei de Inovação.

A utilização de trabalho qualificado (indivíduos com 11 ou mais anos de estudo), tanto na proporção de trabalhadores empregados como na massa salarial dedicada a tal fator, apresentou significativo aumento nas décadas de 80 e 90. Esta tendência não ficou restrita ao agregado, mas esteve presente em diversos níveis mais desagregados da atividade econômica.

Naturalmente, questiona-se se estes movimentos têm origem no grande aumento da oferta de qualificados ocorrido ao longo dos últimos anos, ou se uma maior demanda por trabalho qualificado teria também relevância. Argumentamos que choques na demanda relativa de qualificação teriam sua importância na determinação do emprego relativo de tal fator. Esta variável e a de massa salarial relativa andam juntas tanto no agregado como em diversos setores em particular. Tal comportamento conjunto só seria compatível com choques unicamente do lado da oferta se todos os setores observados apresentassem elasticidade-substituição entre trabalho qualificado e não qualificado maior que 1.

Se esta interpretação estiver correta, o que teria levado esta demanda a aumentar? A decomposição da variação do emprego relativo e da massa salarial nos componentes intersetorial e intrassetorial (com este último sendo muito mais importante) dá uma indicação de que a abertura comercial via modelo de Heckscher-Ohlin, não parece ser uma boa explicação. Outros elementos, como progresso técnico enviesado para trabalho qualificado, complementaridade entre qualificação e capital físico poderiam ser respostas mais compatíveis com esta evidência.

Neste sentido, procedemos à estimação de um modelo econométrico que realiza a ligação entre o uso de qualificação, tecnologia e capital físico. Tanto os empregos relativos como a massa salarial relativa revelaram-se positivamente relacionadas com a variável tecnológica para o subperíodo 1994-97, o que parece estar influenciando seu movimento conjunto. É possível ainda que tal correlação estenda-se para todo o período 1989-97, já que as proxies de tecnologia dizem respeito ao subperíodo considerado. As estimativas ainda mostraram relação positiva entre estoque de capital e uso de qualificação entre 1989 e 1997, o que pode estar refletindo complementaridade entre capital físico e trabalho qualificado. Note-se que tal evidência também pode estar associada aos impactos da tecnologia, uma vez que esta pode estar sendo incorporada aos bens de capital, sobretudo em suas gerações mais recentes. A conexão entre progresso técnico e uso de qualificação é também verificada para diversas outras economias, principalmente as mais desenvolvidas. Berman et Alii (1998) argumentam que este tipo de tecnologia seria comum a uma série de países da OCDE. Berman e Machin (2000) encontram evidências de que esta tecnologia enviesada estaria propagando-se para países em desenvolvimento, trazendo impactos sobre os mercados de trabalho também destes países. Os resultados por nós encontrados na estimação viam variáveis instrumentais apontam nesta mesma direção, podendo dar uma indicação de como os fenômenos ocorridos no Brasil estariam relacionados às mudanças tecnológicas originárias em economias desenvolvidas.

A dificuldade dos países vizinhos para compreender a política brasileira para a região neste sentido foi lembrado que, ainda que o peso econômico do Brasil seja inquestionável, por outro lado o país possui uma renda per capita que não é a mais alta da América do Sul, e enfrenta enormes desafios sociais internos que limitam politicamente suas possibilidades de apoio aos vizinhos. Igualmente, mencionou-se a “opacidade”, para os vizinhos, da política externa brasileira, em especial no âmbito econômico, tendo sido mencionado também o ressurgimento de certo grau de desconfiança na Argentina em relação aos propósitos do programa nuclear brasileiro, em particular os relacionados à aproximação do Brasil ao Irã e aos sinais de uma aliança militar estratégica entre o Brasil e a França.

Do lado brasileiro, indicou-se que esta opacidade, pelo menos em relação a temas como o apoio com recursos públicos à atuação das grandes empresas brasileiras no exterior, também é opaca para os brasileiros e que o que parece ser uma política de ambiguidade reflete, na realidade, as dificuldades internas de definir claramente o novo papel do Brasil na região e no mundo.

A Economia da América do Sul experimentou a partir de 1930, um notável crescimento e diversificação na maioria dos setores. Grande parte dos produtos agrícolas e pecuários é

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